terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Capítulo 79

Faltando apenas um dia para a véspera de natal, eu, minha família, Mari, Lô, fomos para a chácara da minha família. Gustavo e Leila foram para o mesmo lugar, mas para as chácaras onde cada um morava. Passei o dia com minha família, o que resultou em conversas, risadas e histórias antigas. No fim do dia, eu postei algumas das fotos que tiramos durante o dia. A primeira foi assim que cheguei, logo pela manhã

     " Meu lugar preferido! ❤" 

A segunda foi, meus primos, tio e tia, na piscina a tarde: 

              "Famíliaaaaaaa!" 

E por último, postei com meu primo, uma que tiramos agora a noite: 

" Família Brício perdeu um guerreiro... Vai casaaaar! " 

Bateram na porta do meu quarto e Lô entrou em seguida.

- Coisa linda, vamos na casa do Gustavo? Seus primos vão lá. 

- Bora! - levantei animada e então, quando juntou minha família, com Leila, Gustavo, Lô, Mari... A bagunça ficou completa!  Voltamos para casa já era mais de meia noite. Lô dormirá comigo. Enquando ela foi tomar banho, eu fiquei esperando pelo menos um sinal de vida do Rafa, que hoje não me ligou. Eu olhava o celular o tempo todo, na esperança dele me ligar. Mas nem sinal dele. Lô saiu e iniciou uma conversa me fazendo esquece-lo. Ficamos em um papo legal, até que o sono nos venceu. Acordei com batidas desesperadas na porta. Levantei atordoada e Lô também me olhava sem entender nada. Abri a porta e encontrei meu irmão com um olhar assustado. 

- O que aconteceu João? - passei a mão nos meus olhos, na tentativa de despertar.

- Mabele, o pai... - não continuou e eu arregalei os olhos.

- O que tem ele? - perguntei preocupada. Lô levantou e veio até nós em passos largos.

- Ele tá passando muito mal cara! - vi em seus olhos alguns vestígios de lágrimas surgirem. Sem esperar mais nada corri para o quarto onde meus pais se acomodaram. A porta já estava aberta e eu vi minha mãe em meio ao desespero tentando acalma-lo, assim como alguns familiares.

- O que ele tá sentindo? - perguntei.

- Falta de ar, dor nas costas. - Minha prima respondeu.

- Não perde tempo não, mãe! Leva logo pro hospital! 

- Eu vou pegar o carro. - meu irmão desceu um pouco agoniado. Aliás, todos nós estávamos agoniados.

- Pai, calma. Respira fundo. - me aproximei passando a mão em seus cabelos e ele não me respondia, só me olhava com um olhar de desespero, como se pedisse ajuda. 

- Vamos filha, me ajuda a levar ele. - nós o pegamos pelos braços e devagar chegamos no carro.

- Eu vou com vocês. - minha prima disse.

- Eu fico aqui e vocês mandam notícias tá? - uma de minhas tias que também estava acordada disse. Lô ficou ao lado dela.

- Tudo bem gente, eu mando notícias. - falei quando meu pai já havia entrado. Entrei também e então fomos para o hospital mais próximo da chácara. A todo momentos eu rezava e pedia a Deus para que não tirasse ele de mim. Minha mãe passava a mão em seu peito o tempo todo. O medo me consumiu, nos consumiu. Em pouco tempo chegamos no hospital. Meu irmão já desceu e entrou. Eu ajudava minha mãe a tirá-lo do carro, assim que conseguimos isso já vieram dois médicos correndo.

- O que ele está sentindo? 

- Falta de ar e dor nas costas. - minha mãe disse e o médico fez careta para piorar minha aflição. 

- Rápido, rápido, pega uma maca! - falou com o outro que correu para dentro do hospital novamente. Meu pai fazia caretas de dor. Rapidamente o médico voltou e o deitaram na maca, nós acompanhamos até um certo ponto. Dali, nós não poderíamos passar.

- Não deixa ele ir! Faz de tudo, por favor! - pedi em meio ao desespero.

- Faremos o possível. Assim que tivermos notícias, vocês ficarão sabendo. - falou rápido e já seguiu o outro médico. Nos restou fica sentados na sala de espera. Meu irmão tentava se fazer de forte para acalmar minha mãe que chorava contido, eu também não consegui segurar e quando percebi lagrimas de medo, aflição já escorriam por meu rosto.

- Calma Bele... - minha prima me abraçou, tentando me acalmar. - Vai dar tudo certo. - beijou o alto da minha cabeça. 

- Espero. Eu vou rezar um pouco na capela daqui. - me afastei deles e fui ter meu momento com Deus, eu pedia por tudo que fosse mais sagrado, que meu pai voltasse para casa e comemorasse a véspera de natal conosco. Eu me sentia pequena demais. Nessa horas eu percebo que estamos aqui hoje, mas amanhã talvez não... Meu celular tocou, era Lô. Fiz o sinal da cruz e sai dali para atendê-la.

- Amiga, novidades? - sua voz estava aflita.

- Não sei Lô. - falei já em meio ao choro. - Não sei de nada! E isso está me matando por dentro sabe? A incerteza se ele vai ficar bem ou não. 

- Tenha fé meu amor! Eu preferi ficar aqui porque nessas horas eu não posso fazer nada, mas se você estiver precisando de mim eu vou ai agora. 

- Vem.. Eu preciso de você. 

- Tô indo então.

- Espera! A Mari como tá? Ela acordou? - me preocupei.
- Estamos todos acordados esperando por notícia e rezando pra que tudo se resolva.

- Ela não pode ficar nervosa com essa gravidez e a Gabi? Não deixa a Gabi saber da gravidade toda.

- Amiga calma! Todos aqui estão cuidando do que é necessário. Tô chegando aí com sua tia Noemi. 

- Certo. Vem logo. - desliguei e voltei para a sala de espera, sentando ao lado da minha prima. 

- É difícil passar por essas situações, mas tudo vai ficar bem. E o Luan já está sabendo disso? - ela disse

- Não... - só então lembrei do meu namorado. - Está amanhecendo e ele deve tá dormindo.

- Prima, eu sinceramente te admiro muito, porque eu não conseguiria levar um relacionamento dessa forma. Sei lá... Você não pode contar com ele, como agora, ele está em outro lugar distante. Fora os shows, as galinhas que ficam em cima o tempo todo! Muita confiança viu? Porque eu teria medo de levar chifre. Você sabe como homem é... Fica esperta. - sério que ela ela quer falar mal do meu namoro nessas horas? Mereço! 

- Eu fico de olho. - foi o que eu consegui responder. Mas parei para pensar e eu sei que ela tinha razão em boa parte. Eu queria muito poder ligar e pedir para que ele viesse ficar comigo, me abraçar, me acalmar e ficar do meu lado, mas não posso. Ele está distante, eu também não posso acabar com o natal dele. Suspirei e senti meus olhos encher de lágrimas novamente. 

- Bele? - meu irmão me chamou, baixinho. - Você não tem notícia de ninguém lá de casa? - com certeza ele se referia a Mari.

- Tá tudo bem com todos. - sorri fechado. - A Lô está vindo com a tia Noemi. - ele somente assentiu com a cabeça. Alguns minutos depois, vi minha tia e minha amiga chegarem até nós. Levantei e Lô já me abraçou apertado e de certo modo aquilo me confortou.

- Vai dar tudo certo. - ela falou enquanto fazia carinho em meus cabelos. 

- Se Deus quiser. 

- Vem, vamos sentar aqui. - sentamos no sofá novamente e ela ficou comigo o tempo todo, me olhava preocupada. O silêncio reinava entre todos. Olhei para nossas roupas e percebi que todos, tirando Eloísa e tia Noemi, estávamos ainda de pijama. 

- Família do Joaquim Brício? - o médico apareceu e nós levantamos.

- Sim, alguma notícia? Sou esposa dele. - minha mãe disse.

- Sim. Quando ele chegou ele estava com início de infarto. Levamos para a sala e fizemos os procedimentos necessários, mas mesmo assim ele infartou. - meu coração foi a mil.

- Mas como ele está agora? - o interrompi. 

- Nós conseguimos evitar o pior e agora ele está bem. - se ouviu suspiros e respiros fundos, juntos de " graças a Deus" de todos.

- Ele ficará aqui até quando? - meu irmão que perguntou desta vez.

- Ele ficará em observação durante todo o dia de hoje. Eu recomendo que vocês voltem para casa, descansem. Está tudo certo. Seu Joaquim ficará em observação e não tem necessidade de vocês continuarem aqui. - falou educadamente.

- É gente, o doutor tem razão. Vamos para casa. - minha tia disse.

- Vai ficar tudo bem não vai? - minha mãe disse ainda preocupada.

- Vai sim. - o doutor sorriu.

- Então vamos gente. Qualquer coisa podem ligar, tudo bem? - Minha tia disse.

- Eu quero ficar. Posso ficar com ele? - minha mãe pediu.

- Pode. 

- Então eu vou ficar.

- Nós vamos pra casa. - meu irmão disse e depois de abraça-lá, fomos em direção ao carro mais aliviados. Eu ainda estava pensando em tudo que aconteceu. Estava tudo tão bem e de repente meu pai tem um infarto. Meu Deus! Fomos o caminho calados e eu pensei em ligar pro Luan novamente, mas acho melhor não. O sol já aparecia e eu só atrapalharia a véspera de natal dele. Quando chegamos em casa todos esperavam por notícias no sofá. Depois de deixar todos informados, fomos tentar dormir um pouco. Eu só tentei, mas não consegui. Olhei pro lado e minha amiga já dormia de boca aberta. Tadinha, devia está com sono realmente.

* Luan narrando.

O natal desta vez vai ser na minha chácara. Fomos um dia antes da véspera e foi muita risada e diversão. Eu sinto falta da minha família e nesta época eu posso matar a saudade de todos. Fomos dormir bem tarde, depois de um dia bem cansativo. 
Acordei disposto e não tão tarde quanto de costume. Logo pensei na minha pinguinho já que no dia anterior não nos falamos. Peguei meu celular, ante mesmo de levantar da cama. Chamou, chamou e enfim ela atendeu.

- Oi Rafa. - tinha uma voz sonolenta.

- Estava dormindo pequena?

- Acabei dormindo agora. Minha noite foi bem conturbada.

- Conturbada? Porque? 

- Meu pai foi parar no hospital e teve um infarto. 

- Que? - sentei rapidamente, sem acreditar.

- Isso mesmo que você ouviu. - suspirou.

- Como ele tá agora? Porque você não me ligou? 

- Ele tá bem. Mas ainda está no hospital em observação. E eu não te liguei porque eu não iria atrapalhar seus momentos em família.

- Como você pode pensar assim? Cara, cê tem que dividir o que se passa na sua vida. Imagina como você ficou mal e ainda tá? Mabele nós somos um casal, eu tô contigo pra tudo em todas as horas. - acabei falando em um tom elevado.

- Rafa, para de brigar comigo! Eu sei, só não quis atrapalhar.

- Eu não tô brigando... - falei baixo. - Mas eu me preocupe e não pensa duas vezes em ligar pra mim, me procurar quando algo acontecer. 

- Tudo bem. - falou baixo.

- Tá tudo bem mesmo com ele agora? 

- Acho que sim. Eu vou no hospital ou ligar pra minha mãe, ainda não sei.

- Minha pinguinho, eu tô preocupado com você. 

- Por isso eu não queria ligar. Você vai ficar com isso na cabeça. 

- Mas era pra ter ligado. Se eu não tivesse ligado não ficaria sabendo? - falei sério.

- Ficaria seu grosso! - respondeu irritada.

- Sei... - falei desconfiado.

- Olha Rafael, eu vou desligar. Não quero discutir por coisa boba! - estava irritada e eu acabei ficando também.

- Coisa boba? Você não dividir um momento complicado como esse comigo, é coisa boba? Nossa Mabele, onde ficou nosso companheirismo? Em? Você sabe que mesmo com a distância eu sempre me faço presente na tua vida. 

- Eu quis te poupar, merda! 

- Me poupar do que? De participar da tua vida? 

- Luan, na boa cara, vai pra porra! - desligou na minha cara e eu fiquei mais bravo ainda. Como pode? Ela querer ter razão. De início eu fiquei chateado por ela não ter dividido esse momento difícil comigo. Mas sua marra acabou me irritando pra caralho! Que porra eu sou na vida dela? Me poupar? Eu sempre fiz questão de saber de tudo e isso não iria me incomodar. Então ela pensa que não pode contar comigo pra tudo? É isso? Que porra! Joguei meu celular no colchão e levantei para tomar um banho e tentar esfriar a cabeça, em vão. Desci e tentei transparecer alegria, mas dentro de mim estava um misto de raiva, tristeza e preocupação. Eu sei que não está sendo fácil pra ela, mas eu fiquei bem magoado por ela não ter me ligado, ainda mais pelo motivo que foi. Eu que sempre estive com ela, que sempre apoiei suas decisões. Meus primos faziam palhaçadas irritando a Bru, eu ria de vez em quando para evitar de ter que dar explicação. Mas a Mabele me deixou bem irritado, chateado e preocupado. Merda!


Voltei! O casal se abalou... Quem está errado? O Luan ou a Bele? Ambos estão chateados, irritados. E o pai da Mabele deu um susto e tanto! Enfim.. O que acharam? 
META: 6 COMENTÁRIOS. 
Bjs, Jéssica. ❤

6 comentários:

  1. Complicado isso né,eu entendo a mabele,pq os momentos em família dele são raros então né kkkk
    Continua Jeeh beijooo

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  2. Eu acho que não é culpa do Luan poxa ele tava ai preocupdo , e nem da nele tbm ela anda nervosa por conta de tudo o que ta acontecendo vamos ver no que vai dar ... Continuaaa

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  3. Luan é um tremendo FDP, em vez de acalmar a menina fica é brigando esse btl.

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  4. Não quero que eles brigue. Pra Mim não e culpa dele , continua

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  5. Acho que a Mabele devia ter falado pra ele. Continua!

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