domingo, 3 de janeiro de 2016

Capítulo 73

Planejei tudo com a Lô. Não falei com ele quando cheguei do trabalho. No dia seguinte, fui para a empresa e na hora do almoço, voltei para casa. Lô já havia comprado nossas passagens. Sim, eu vou até Santa Catarina. Quero ficar cara a cara e falar poucas e boas pra ele. Claro, vamos aproveitar a cidade, minha amiga e eu. Fiz uma pequena mala rapidamente. Tomei banho e fomos no estabelecimento da frente, comer uma comida, que aliás é super gostosa. Voltei, liguei para o Rober comunicando o horário, pois eu já falei com ele ontem que vou ver o Rafa. Peguei meu filho, ainda sem nome, minha mala e fomos os três, de táxi até o aeroporto.

(...)

- Chegamos encrenca! Muié, vê lá o que cê vai fazer viu?! Vocês dois assim... essa visita surpresa... Tô com um pé atrás. - falou enquanto nós estávamos descendo do carro.

- Relaxa Roberzito! - gargalhei e ele passou por mim, com um olhar desconfiado, foi até o porta malas tirar nossas coisas. - Olha filho, o tio desconfiando da mamãe! - falei com meu filhote e Lô riu.

- Esse cachorro é até bonito. - voltou com nossas malas.

- Eu sou lindo tio. - fiz voz de criança.

- Ela tá viajando com esse cachorro. - Lô disse e os dois riram.

- Para tá? Você também fica babando lá em casa. - ela riu e então adentramos. Os dois na frente e eu atrás conversando com meu filhote.

- Reserva pra mim também. - Falei ao ver Lô reservando o seu quarto.

- Como assim? - Rober me olhou.

- Não vou ficar no mesmo quarto que ele. - sorri. Isso faz parte do meu " castigo"

- Rapaz... - me olhou apreensivo e eu gargalhei. Depois das reservas feitas, fomos para nossos quartos. Meu filhote corria de um lado por outro. Acabei gravando um snap e as meninas enlouqueceram, querendo saber quem me deu. Perceberam que ali não era meu quarto e já deduziram que eu estava com o Rafael, por tocar em seu nome, ele ainda não chegou da academia. Fiquei de bobeira. Com alguns minutos, eu fui em seu quarto. Pelo o horário que Rober foi forçado a me falar, ele deve ter chegado. Bati na porta e ele abriu, somente de roupão.

- Oi! - Sorri cínica.

- O que você ta fazendo aqui? - me olhou serio.

- Vim esclarecer algumas coisas pra você, já que você, não se deu o trabalho de tentar conversar civilizadamente comigo, nesses dois dias.

- Eu não fui porque ainda tô puto com você. E não acredito nem a pau nessa história de que você não sabia de nada. - sem falar nada, abri mais um pouco a porta e entrei em seu quarto, sem ser convidada. Ele se virou e  fechou a porta.

- Você pensa o que então? Que eu ando te traindo com o Bruno? Me responde!

- Não coloque palavras na minha boca. Nunca pensei isso de você, sei que não seria capaz, mas essa de que cê não sabia de nada, também não cola.

- Você é tão inseguro! Sempre se acha cheio de razão, desconfiado e não me ouve. Eu não sabia de absolutamente nada! E pode ter certeza eu fiquei bem mais surpresa que você. Luan, você fica tão cego quando está com ciúmes, não se dá conta do que fala, fica com essas insinuações bobas. Isso não é a primeira vez, aconteceu outras vezes com o Bruno e lembra das nossas conversas? Você prometeu que isso não se repetiria, mas olha só, bastou o ciúmes te consumir e você voltou a repetir e insinuar baboseira!

- Você fica desenterrando histórias e expondo meus erros.

- Mas é preciso, porque pelo jeito você esquece não é?!  Cara isso cansa! Isso irrita!

- Cansa? Ta ameaçando terminar comigo? - nossos ânimos estavam exaltados. A conversa civilizada, foi pelos ares.

- Não tô ameaçando nada! Quando não dar mais eu vou chegar e vou te dizer, mas olha, eu não admito mais essas insinuações descabidas!

- Descabidas? - riu irônico. - O ex da minha namorada, manda flores no dia do aniversário dela e ainda sabe o novo endereço dela.. Ah sacanagem!

- Como você é ridículo, Luan! Eu fui a maior vítima disso tudo. Ele simplesmente foi na empresa e convenceu a secretária a dar meu novo endereço para mandar as flores. - sua expressão mudou. Se " desarmou" e me olhou surpreso, perplexo.

- Serio? - falou baixo.

- Muito serio! Daí, eu aguento suas insinuações idiotas, seu ciúme louco e sua desconfiança absurda. Quando você vai mudar? Já ouviu falar que as duas pessoas precisam se doar em um relacionamento? E isso inclui mudanças de ambas as partes. Você me magoou muito e de novo né?! Estragou o resto do dia do meu aniversário e sabe porque eu tô te falando tudo isso? Porque eu quero que você se sinta bem culpado por tudo. Por ter sido injusto comigo. - ele pareceu envergonhado, depois de saber toda a verdade.

- Eu nunca imaginaria...

- Esse é o problema! Você já vem com cem pedras na mão. - o interrompi.

- Você tem razão... Eu continuo não gostando da atitude dele. E você sabe que nisso eu tenho razão. Mas você realmente não teve culpa. Me desculpa?

- Te desculpar? Ah, é muito fácil não é?! Você faz a merda toda, desconfia de mim e depois diz essas palavras, como se tudo fosse se resolver assim.

- Amor, eu fiquei cego! Você sabe que quando se trata dele, eu não dou conta dos meus atos. - me olhava como um cachorro que caiu da mudança.

- Sinceramente, você realmente pensa que eu poderia te trair com ele? - olhei em seus olhos.

- Claro que não! Mas vocês andam bem amigos, então eu pensei que você tivesse dado por livre e espontânea vontade, pra que ele pudesse mandar as flores. E também, que presente sem cabimento é esse? Pra que esse romantismo? Não precisa disso não. - seu jeitinho irritado, voltou.

- Você é louco, Luan? Eu posso sim, ter uma relação amigável, mas sem essa de que estamos bem amigos. Você sabe que não é verdade! E eu nunca chegariam ao ponto de dar meu endereço só pra receber um presente do Bruno.

- Desculpa, desculpa. Eu fiquei cego de ciúmes e não consegui raciocinar. Você tem toda a razão. - olhou pro lado.

- E por último, quero deixar bem claro: acabou essas insinuações idiotas, ouviu? Nunca mais se atreva a me ofender, como se eu não tivesse caráter e fosse te trair com qualquer um, à qualquer momento.

- Você sabe que eu não pensei e nem penso isso. Não falei aquilo nesse sentido. Acabei de te explicar. - me olhou.

- Mas eu não aceito mais esse tipo de coisa, de jeito nenhum! - fui dura.

- Me desculpa.. - se aproximou. - Eu te amo demais e acabo me excedendo. Não vai mais acontecer. Eu fui um idiota, ciumento, louco. - ficou bem próximo.

- Te desculpo, mas uma vez. - revirei os olhos e ele se aproximou para me beijar, coloquei a mão em sua boca. - Se orienta neguinho! Se orienta! - ele sorriu, me abraçando pela cintura, logo sua boca estava na minha, em um beijo delicioso, eu confesso: estava com saudades dessa pegada gostosa dele. Puxava meus cabelos de leve e o beijo estava bem quente, me apertou mais ainda ao seu corpo. E continuou, foi andando em passos pequenos, até a cama. Me deitou e em seguida se pôs em cima de mim, me beijando com vontade. Já começava a sentir sua e ereção.

- Eu estava morrendo de saudade de você. - falou em meu ouvido e começou a beijar meu pescoço, eu recorri ao meu autocontrole, para levar o que planejei a diante.

- Eu também. Mas não vai rolar nada... - assim que disse isso, ele parou o que estava fazendo, me olhando.

- Porque, cê ta naqueles dias? - fez careta, descontente.

- Não. - sorri e ele sorriu junto. - Tô fazendo greve de sexo. Pra você aprender neguinho, que mulher se vinga. - sorri irônica

- Como é? - pareceu não acreditar.

- Isso mesmo que você ouviu.

- Mas você me descul...

- Mas esse é meu castigo pra você nunca mais repetir isso.

- Tá brincando comigo não é?

- Não. Estou falando muito serio! Sem sexo, por tempo indeterminado.

- Porra Mabele! -levantou. - Você pensa que é fácil? Cê não vale nada. - encolheu os olhos. - Me excitou, pra me deixar na vontade. Isso dói pra caramba! - reclamou e eu sorri sarcástica.

- Agora você aprende de verdade. Peguei seu ponto fraco não é?! - ri e ele bufou, entrando no banheiro. Fiquei no celular, contando tudo pra Lô. Eu estava bem satisfeita. Em alguns minutos ele voltou, com uma carinha marrenta. Deitou ao meu lado e ficou no celular, me aproximei o abraçando. Peguei seu rosto, e fiz ele olhar pra mim. Selei nossos lábios, mas ele não correspondeu.

- Cê num ta de greve? - falou serio.

- Tô. Mas não é de beijo. - sorri. Dei repetidos selinhos, até que ele correspondeu e me beijou.

- Você vai até quando com isso? - fez careta.

- Tempo indeterminado.

- Você ta sendo muito mau comigo, amor! 

- Você também foi comigo. - ele bufou.

- Vamos fazer essa greve só por hoje?

- Para de falar sobre isso porque se não eu aumento. - olhou a tevê, serio.
- Vou sair com a Lô. Trago meu filho pra ficar com você tá?

- Vai pra onde? - perguntou, e eu levantei.

- Conhecer a cidade, ué.

- Hum. - me olhou insatisfeito.

- Te amo, gostoso! - me inclinei e o beijei rápido. Fui no meu quarto e voltei com meu filho. - Aqui ele, cuida bem viu?! - entreguei já na porta.

- Você já colocou um nome? - perguntou, olhando bobo o meu xodó.

- Ainda não... - fiz careta.

- Que mãe desnaturada!

- Para! - ri e me despedi dele, indo no quarto da Lô. Fomos andar pelas ruas, conversar e comer. Voltamos, somente quando Rafa me ligou dizendo que em uma hora iriamos para o local do show. Nos encontramos no hall do hotel. Na van eu postei a foto do meu look. 

" A cada dia ela é mais dela. ❤ " 

Minha legenda deu o que falar, mas não dei importância. Chegamos no local, com fãs por toda a parte. Entrei com a Lô, rindo dela, que ficou assustada com a euforia das meninas. Tudo ocorreu normalmente e o meu Rafael, estava carente demais. O tempo todo de manha pro meu lado. Dessa vez, eu vou fazer diferente. Vou fazer greve mesmo, pra ele aprender e desta vez realmente, cumpri o que disse e não repetir mais. Quero ver esse neguinho sofrer um pouco. Chegamos no hotel e depois de atendê-las ele entrou, eu o esperava, juntamente com todos. Rober e Lô estavam de conversinha pra lá e pra cá. Tô achando que vai rolar flashback.

Já dentro do elevador. Rafa me abraçou por trás, cheirando meu pescoço, enquanto Lô olhava as fotos do show com o Rober. Só restou nós quatro, que estávamos no mesmo andar do hotel. O elevador se abriu, Rafa tinha a sua mão entrelaçada a minha, já me levando para seu quarto.

- Onde estão suas malas mesmo? - perguntou.

- No meu quarto. Que aliás, é pra lá. - apontei para o sentido contrário do corredor.

- Ta louca? - riu fraco. - Cê vai dormir comigo. - Lô e Rober já haviam sumido.

- Não uai, eu vou dormir sozinha.

- Isso faz parte do sofrimento que eu vou passar?

- Faz... - sorri pequeno.

- Ah, não Mabele, cê ta exagerando!

- Não tô não.

- É medo de não resistir?

- Claro que não! - menti.

- Então para com isso amor, aproveita que estamos juntos e vamos dormir juntinhos. - falou manhoso, sem soltar minha mão.

- Não sei.. Eu já reservei o quarto.

- Cancela uai. Dorme comigo. Eu não tento nada. Só dorme agarradinha comigo?

- Não vai tentar nada? - perguntei em dúvida.

- Não. Tô dizendo muié...

- Então tá, mas se você tentar algo a mais eu te deixo dormir só.

- Depois diz que não é medo... - riu malicioso.

- Se cala e vem. - o puxei para meu quarto.

- Tô cansadão. - sentou na cama.

- Imagino. - falei, enquanto tirava minhas botas. - Eu também tô. - iria tirar o vestido.

- Ei! Não faz isso, se troca no banheiro... Por favor. - me olhou de cima a baixo. Acabei rindo.

- Tudo bem. - peguei meu pijama e fui para o banheiro.

* Luan narrando.

Isso que a Mabele tá fazendo não é de Deus não. Eu já tô na seca, por todos esses dias sem ver ela e quando vejo, ela faz greve. Merda! Estava muito estranho, ela me desculpar depois de toda aquela discussão e ficar por isso mesmo. Essa mulher vai me deixar louco! Voltou de pijama. Pegou uma roupa a mais.

- Vamos? - entendeu a mão.

- Bora! - a abracei por trás, fechamos o quarto e fomos para o meu. Fui tomar banho, enquanto ela ficou no celular, só se ouvia os gritos das meninas que mesmo depois do atendimento continuaram em frente ao hotel. Depois de alguns minutos eu sai, já com a calça que eu dormirei.

- As meninas ainda estão eufóricas. - Bele comentou.

- Verdade. E eu fico preocupado, já é madrugada. - respirei fundo.

- Desce e tira uma foto individualmente com cada uma.

- A Lelê me mata, se eu descer sem segurança.

- Olha eu aqui! - levantou, convencida.

- Desse tamanho? As meninas passam por cima de você. - fiz graça e ela me olhou entendiosa. - Vamos lá vai... Deixa só eu vestir uma blusa.

- Ah não, cê vai de pijama?

- É uai, não vou me trocar não. E você vai assim também.

- Que mico! - acabamos rindo e descemos, ao chegar lá ela saiu as chamando. O hall do hotel estava vazio, somente os funcionários estavam presentes. Entrou um grupo de quatro.

- Vai gente, eu vou ser o Rober por uma madrugada. - brincou e as quatro riram.

- Bele, você tá aprendendo essas maluquices com o Luan né? Vir aqui de pijama.

- Foi coisa dele mesmo. - riu e eu ri também. As chamei pra foto, que aconteceu logo depois de um abraço, acabaram tirando com a pinguinho também, que mesmo com vergonha, não negou o pedido das meninas. Voltamos para o quarto, depois de atender todas. Foram embora de táxi, tinha vários em frente ao hotel. Chegamos no meu quarto, rindo de alguns momentos engraçados. Nosso filhote, já dormia na cama. Expulsei ele, o colocando na poltrona. Deitamos e eu fui pra cima dela.

- Te amo, demais, demais! - ela sorriu encantada. A beijei e como se fosse automático, comecei a explorar seu corpo com minhas mãos, dando mais profundidade ao beijo, que era correspondido por ela, que já puxava meu cabelo de leve. Nós dois queríamos nos amar.

- Para Rafa.. Você disse que não iria tentar nada. - colocou a mão em meu peito, com a respiração irregular.

- Tudo bem. - suspirei derrotado, deitando ao seu lado. Eu vou comer o pão que o diabo amassou. Puta que pariu!


Oi genteeee! Mabele fez greve hahaha só eu que tô achando bem feito o que ela está fazendo? Hoje serão dois capítulos. Aguardem, Já, já sai o outro.
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Bjs, Jéssica. ❤

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