Esperamos um pouco e nenhum sinal de alguém.
- Acho que não tem ninguém aqui, pinguinho. - falei na tentativa de convencê-la a voltarmos.
- Não amor, você só tocou uma vez. - foi lá e tocou de novo. Me olhou, enquanto nós esperávamos uma resposta.
- Não tem ninguém, tô te falando.
- Então vamos, outra hora voltamos. - Neste instante, eu comemorei por dentro. Entrelaçou nossas mãos e voltamos para minha chácara. Fui tomar um banho e consegui trazê-la junto comigo. A amei, matando toda a saudade do seu corpo. Depois ficamos na área perto da piscina.
- Amor, tira uma foto minha aqui. - entreguei meu celular e me posicionei um pouco distante.
- Pronto. Ficou boa. - falou alto e me aproximei para ver como havia ficado.
- Gostei. Vou postar. - fiquei pensando em algo, então decidi não colocar nada:
Deitamos na rede, juntinhos.
- O que vamos comer em? - riu.
- Macarronada não! Pelo amor de Deus!
- Temos que procurar algo na internet. Alguma receita. - começou a fazer cafuné no meu cabelo.
- É, deixa eu procurar logo. - quando ia entrar no google, apareceu o nome de dona Luiza na tela. Não tinha como fugir, ou simplesmente não atender. Mabele viu quem era, até porque estava olhando o celular também. Paralisei.
- Atender, amor! - saí do transe e entendi.
- Oi dona Luiza. - sorri nervoso, enquanto Bele me olhava com espectativa.
- Meu filho, Marizete acabou de me ligar dizendo que você está por aqui com a Bele. Venham almoçar aqui em casa.
- É, estamos. Não queremos incomodar. - tentava achar uma desculpa.
- Não é incomodo e muito menos um convite. É uma ordem. Venham, por favor. Vou preparar tudo com muito carinho. - Porra, porra, porra! O que eu vou fazer agora?
- Tudo bem. - não tinha saída. - Nós vamos.
- Ótimo! Espero vocês. Beijo.
- Beijo. - desliguei e Bele já foi perguntando o que era. Expliquei e ela ficou toda animada.
- Não vamos mais precisar ficar no pé do fogão. - sorriu.
- É verdade. - sorri de lado. Eu não estava em clima pra mais nada. Mas ainda resta uma esperança: Clara não estar lá.
Ficamos juntos mais uns minutos e então Bele entrou para trocar se roupa novamente, eu não via necessidade. Vai entender. Enquanto ela não voltava, fiquei perdido em meus pensamentos, em meus medos. Imaginando mil coisas. Depois de um curto tempo pinguinho voltou, toda produzida.
- Uou! Nós só vamos almoçar na casa mais a frente, amor. - fiz graça.
- Tá exagerado? - fez careta.
- Não. Mas cê pôs batom, esses aneis, esse óculos. Toda gata. - levantei e abracei pela cintura, sentindo o cheiro que eu tanto amo. Não existe melhor!
- Tenho que ficar, ué. Bate uma foto minha aqui. - se afastou e fez pose. Que mulher linda!
- Pronto. - devolvi o celular e ela já estava concentrada, digitando. - Amor, deixa eu te perguntar um negócio. - falei sério.
- Pode falar. - nem me olhava.
- Olha pra mim, uai. - reclamei e ela suspirou me olhando.
- Diz Rafa.
- Cê é linda assim todo dia, ou só dia de sábado? - Segurei o riso, já ela riu negando com a cabeça.
- Você pare. Eu sou comprometida. - brincou, fingindo seriedade.
- Mas cê num dá uma fugidinha comigo não? - entrei na brincadeira.
- Nem pensar! Ta vendo isso daqui? - me mostrou a foto já postada:
- É tudo do meu namorado. E só! - tinha um ar de superioridade. Não aguentei e cai na risada. Nós dois parecemos dois bobos juntos. - Vamos deixar de papo besta e vamos para o nosso almoço especial? - respirei fundo, sentindo a tesão me tomar novamente.
- Vamos. - sorri pequeno e ela passou seu braço em volta da minha cintura. Estava a coisa mais linda com um chinelo preto, juntamente com um short preto, combinando com sua peça superior.
Desta vez quando tocamos a campanhia logo dona Luiza nos atendeu, com um sorriso no rosto. Enorme!
- Entrem! - assim fizemos e meu coração batia acelerado. Bele logo a abraçou. Me sentia trêmulo, gelado. E para piorar, ouvi a voz de Clara. Fechei os olhos não querendo acreditar naquilo. Puta que pariu! E minhas orações Deus? Porra!
- Oi Luan! - virei e encontrei seu sorriso e seus braços abertos. A abracei e quando desfiz, vi Bele nos olhar sem entender nada.
- Desculpe, essa é minha neta. - Dona Luiza se pronunciou ao perceber o olhar da Bele.
- É amor. - foi o que eu consegui falar. Aliás, pra que eu tinha que falar? Não havia necessidade. O nervosismo me tomava por inteiro.
- Então você tá namorando mesmo? - Clara riu desacreditada e em seguida cumprimentou Bele.
- Tô, uai. - Passei a mão nos cabelos. Eu acho que não estava conseguindo esconder o que eu estava sentindo. Já que Bele me olhava, com as sombrancelhas franzidas. Como se não entendesse, o meu jeito, sem jeito.
- Já faz mais de um ano. - Bele sorriu para ela que assentiu com a cabeça.
- Hoje eu te ensino como fazer os salgadinhos, filha. - Dona Luiza falou.
- Ah, eu estava numa ansiedade só, por isso! Não era Rafa? - Bele sorriu.
- Era, era sim. - Clara me olhava, séria. O que essa filha da mãe quer me olhando? Puta que pariu eu preciso sair daqui.
- Então venha, eu vou te passando algumas coisas. - Dona Luiza, pegou na mão da minha namorada a levando pra cozinha. Eu iria segui-las, quando senti Clara segurar meu braço. Bele não percebeu, pois conversava animadamente com dona Luiza.
- Você é um cachorro cara! - falou cheia de razão. - Você com namorada e me dando mole no natal!
- Eu não dei mole nenhum! Eu apenas olhei e você que se jogou em cima de mim, me beijando. Você que foi uma oferecida.
- Melhor ser oferecida do que canalha! Por seus olhares naquele dia eu pensei que esse namoro tivesse ido pelos ares, não levei a sério quando você disse que tinha namorada. Pensei que era uma desculpa sua... Charminho. - ela estava irritada e nós conversavamos ao sussurros.
- Garota, esquece aquele dia! Fingi que nunca aconteceu absolutamente nada! Eu estava bêbado, por favor! - eu também sussurrava irritado. Ouvi a voz de Mabele da cozinha:
- Amor, vem cá. Olha o que a dona Luiza tá preparando.
- Tô indo, pinguinho. - respondi e logo voltei a falar com a Clara. - E por favor, para de ficar me olhando. Pelos menos disfarça. - suspirei pesado e fui ao encontro de minha namorada. Clara veio logo atrás. Que esse almoço acabe logo. Mal chegamos e eu já não aguento mais essa situação constrangedora, perigosa.
- Hoje cê se acaba, amor. - me olhou sorrindo, enquanto eu a abraçava por trás.
- Com a comida da dona Luiza, eu me acabo mesmo. - beijei seu rosto e dona Luiza riu.
- Bobo esse menino. E o casamento quando sai? - Clara somente nos observava, escorada no balcão.
- Esse daqui, só tem coragem de me pedir em casamento bêbado. - Bele fez graça e eu neguei sorrindo sem graça. Eu estava muito constrangido.
- Toma jeito, Luan! - dona Luiza me repreendeu, mas sempre com um sorriso nos lábios.
- Logo, logo sai, Tia Luiza. - pisquei o olho. E ela bateu palmas, animada.
- E você Clara, não namora? - pinguinho perguntou.
- Não, tô bem assim. - sorriu de lado. De certa forma ela também parecia constrangida com a situação.
- Ô dona Luiza, nós viemos aqui mais cedo e não tinha ninguém. - logo tratei de mudar de assunto.
- Fui comprar algumas coisas que estavam faltando e Clara foi comigo. - se explicou.
- Ah. - sorri, enquanto ela estava no fogão, olhando as panelas.
* Clara narrando.
Não sabia que o Luan era tão sem caráter! Que cachorro! Se eu soubesse realmente que ele estava namorando, eu não teria chegado nem perto. Mas meu erro foi achar que tudo aquilo não passava de charminho masculino. É claro que eu sabia do namoro, mas pelo seus olhares no dia, eu pensava que estavam brigados, ou que ele tivesse terminado. Canalha! Estou me sentindo a pior pessoa e para piorar ainda mais a sua namorada parecer ser muito gente boa. Estou com um peso na consciência e no coração. Sem comentar do quanto esse almoço está constrangedor. Se eu pudesse arrancaria o pinto do Luan, pra ele deixar de ser tão safado! Filho dá mãe!
Logo minha vó terminou o almoço e na hora de sentar na mesa, todos juntos, foi pior ainda! Eu se sentia muito mal com tudo aquilo, já Luan agia normalmente. Como uma pessoa consegue ser tão fria? Puta que pariu! Depois do almoço, Bele se ofereceu para lavar a louça e minha vô, mandou eu ajuda-la. Enquanto ela lavava, eu secava. Tentava puxar assunto comigo e eu respondia o necessário. Não consigo ser tão fingida como o Luan.
- Luan, vamos para a sala. Venha. - minha vó levantou da cadeira. O olhei e ele tinha um semblante assustado.
- Vai amor, pode ir. Eu fico aqui com a Clara. - sua namorada sorriu.
- Eu... - desistiu de falar. - Vamos dona Luiza. - saíram do ambiente e eu a observava discretamente.
- Você confia muito no Luan? - perguntei.
- Confio. - sorriu me olhando. - Tem que confiar né?! - respirei fundo e eu não aguentaria ficar com aquilo entalado. Me fazendo tanto mal!
- Mabele né? - ela afirmou me olhando. - Olha, eu não vou aguentar ficar com isso só pra mim. E é melhor você saber, do que viver pra sempre enganada. Já que o Luan não foi homem o suficiente pra te contar, eu vou contar! - ela me olhava sem entender.
- Pode falar! - me olhava séria.
- No natal, nós ficamos todos juntos lá na chácara dele. E eu estava dançando e percebi os olhares descarados dele. E então trocamos olhares. - eu tentava falar com jeito. Isso não está sendo fácil. - Trocamos sorrisos também, então eu pensei: porra, esse cara tá afim! Qualquer uma pensaria. E eu imaginei que o namoro dele tivesse acabado. Então parti pro ataque, mas ele disse que tinha namorada e tal, mas no fim acabou rolando um beijo. - ela já tinha os olhos arregalados e a boca entreaberta. - Mas calma, foi coisa rápida! Ele se afastou. A iniciativa foi minha. Mal encostei sabe? - ela estava estática. - Você pode me julgar como puta, ou coisa parecida, mas eu juro, que se soubesse que ele não estava mentindo, que ele realmente namorava. Eu não teria chegado perto e... - antes que eu continuasse ela saiu em passos largos.
* Mabele narrando.
Quando chegamos, eu percebi que Luan estava desconfortável. Mas logo deixei isso pra lá. Ele não falava em nenhum momento com a Clara. Pensei que talvez eles não se dessem tão bem, ou, sei lá! Mas depois do almoço fiquei para lavar a louça e Clara ficou comigo. Quando ficamos sozinhas, ela veio com um papo estranho e quando terminou de falar tudo. Meu coração parecia que tinha parado por um momento. Eu não acredito! Ele me traiu? Ele me traiu? Me fazia essa pergunta internamente o tempo todo! Como ele foi capaz? Eu não queria acreditar! Eu não queria mais ouvir nada! Nada! Saí da cozinha e fui em direção a sala, onde ele estava.
- Já terminou, amor? - sorriu. Que fingido! Me deu nojo!
- Eu quero ir embora. - o olhei séria. Segurando minhas lágrimas. Eu tenho que ser forte.
- Porque uai? - me olhou sem entender. - Cê num quer fazer os salgadinhos? - riu fraco.
- Eu quero ir embora agora, Luan! - continuei o olhando e então seu semblante mudou. Ele ficou tenso. Levantou-se.
- Então vamos. - tentou entrelaçar nossas mãos, mas eu não permiti.
- Dona Luiza, desculpa tá? Eu realmente preciso ir. - sorri forçado. Tudo que eu queria era gritar! Chorar!
- Não, tudo bem, mas aconteceu alguma coisa? - se preocupou.
- Não. Fique tranquila. - menti. Beijei seu rosto e ela me cobrou que eu voltasse. Eu não sabia o que fazer. Depois que ela finalmente fechou a porta, fomos embora. Eu não aguentei chegar em casa para começar a falar:
- Quando você ia me dizer? - o olhei.
- Mabele, você tem que me ouvi também. Não vai tomando decisões precipitadas. - passou a mão nos cabelos, enquanto nós caminhavamos.
- Precipitadas? Precipitadas é o caralho! Você é um canalha, Luan! Dá pior espécie! - eu falava alto e ele se baixou a cabeça.
- Eu me sinto muito culpado. E você tem todo o direito de me xingar de tudo que você quiser. - me olhou e eu me calei até chegarmos. Eu não sabia o que eu estava sentindo. Fui para o quarto e ele me acompanhou. - Me ouve, por favor. - falou baixo. E eu não respondi, comecei a arrumar minhas roupas, que estavam espalhadas. Colocando-as dentro da mala. - Eu estava bêbado Mabele, eu só olhei! Ela que entendeu tudo errado. Olhei como você, que com certeza já olhou para outros caras. Eu disse que namorava, tentei afasta-la, mas ela veio me beijar, mas assim que ela encostou eu me afastei. Amor, por favor! O que você tá fazendo?
- Eu já sei da porra da história todinha! - gritei. - Você é um fingido! Um puto de um fingido! Iria mentir pra mim pra sempre? - o olhei, com uma raiva nunca sentido antes.
- Eu não menti. Eu omiti! - se alterou. - Eu tive medo, medo de que tudo isso que está acontecendo, acontecesse! - me aproximei dele.
- Você não sabe o que é amar uma pessoa. Não sabe! Você é um canalha! Um galinha! Mentiroso... - eu negava com a cabeça. - Quantas vezes mais você me traiu?
- Você tá louca? Eu nunca seria capaz!
- Você foi capaz! - apontei o dedo na cara dele. - Eu tô com nojo de você. Dá sua frieza, me tratando normalmente todos esses dias, como se nada tivesse acontecido! Luan, que tipo de ser humano você é? Que brinca com o sentimento das pessoas, sem pudor! Eu acho que nunca te conheci de verdade. Eu nunca mais quero olhar na tua cara! - me virei para terminar de arrumar as malas, segurando minhas lágrimas. Não vou chorar na frente dele. Não vou! Senti sua mão pegando meu braço, me forçou a olhá-lo. Lágrimas desciam em seu rosto.
- Eu te amo, Mabele. Não faz isso com a gente. - Minha raiva aumentou quando eu ouvi a famosa frase, clichê. Dei um tapa na sua cara, sem pensar nas consequências.
- Nunca mais minta pra mim. E isso inclui dizer que me ama. Isso não é verdade.
* Luan narrando.
Eu sabia que ia dar merda esse almoço! Puta que pariu! Eu estava desesperado. O que eu tanto temia aconteceu. Ver ela arrumando as malas, ma falando palavras tão pesadas, me destruiu. E pior ainda foi receber um tapa na cara. Como ela foi capaz? Confesso que a raiva me dominou por completo, feriu meu ego masculino. Filha da mãe! Mas não posso esquecer que o errado era eu. Ela se virou terminando de arrumar as coisas.
- Quero ir embora agora. - falou baixo. Eu não tinha mais como tentar. As lágrimas de arrependimento, raiva, culpa, dor. Desciam em meu rosto. Eu vou perdê-la, aliás, já perdi. Uma das pessoas mais importantes da minha vida, disse ter nojo de mim. Eu estou completamente destruído!
Não me xinguem e confiem em mim. Obrigada por todos os comentários!
META: 7 COMENTÁRIOS.
Bjs, Jéssica ❤
A única coisa que me surpreendeu foi a Clara. De resto só digo que o Luan fez por merecer. Bjs Naty
ResponderExcluirGENTE N ME SEGURA TO NERVOSA
ResponderExcluirAdoroooooooo!!! Coisa boa, agora choraaaaaaaaaaaa!! Continuaaaa!
ResponderExcluirRapariga essa Clara. E essa Mabele NUNCA acredita na versão dele. Mostra que não tem confiança nele.
ResponderExcluirUma palavra pra esse capitulo
ResponderExcluirEspetacular!!
Continua
Luan burro, deveria ter aberto o jogo com ela logo... Não queria que eles se separassem . Continua nega, tô amando a fic.
ResponderExcluirJá pode postar o outra Jeeh Por favorzinho kkkkk tá muito TOP TOP TOP
ResponderExcluirEntai pensei q a Clara iria agir de um jeito puta kkkkkkk mas isso é a consrquencia ne?mas logo o meu casalzinho?? Os dois tem qur tomar um choque de realidade principalmente o Luan alias q ja tomou agora só falta a mabele.. mas contiinuuuaaa ta perfeita
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