Capítulo 60

- Rober, ele é louco! - falei assim que cheguei ao seu lado.

- Louco por você. Voltaram? - sorriu sapeca

- Não. - neguei rindo de leve.

- Depois daquele beijão?

- Só foi um beijo. Já disse que não dá mais.

- Cê que é louca. - negou com a cabeça e eu acabei rindo. Umas três músicas depois o show acabou e fui para o camarim, assim como todos.

- Voltaram? - Bru chegou no camarim animada. - Rafa me olhou, esperando o que eu falaria.

- Não. - sorri sem graça.

- Ah filha, você é osso duro. Ta fácil não em genro?! - meu pai disse, e Luan riu fraco, limpando o suor com uma toalha de rosto.

- Não me quer mais seu Joaquim.

- Gente, parem de falar como se eu não estivesse aqui. Agradeço. Vocês vão ficar pro próximo show? - perguntei aos meus pais.

- Não. Só viemos nos despedir. Nossos amigos já estão esperando lá fora. - minha mãe disse.

- Então ta. A Gabi vai com vocês. Eu vou ficar com a Bru. - depois de decidirmos tudo. Ficou eu, toda a banda, Leide Bru, Paiva, Luan e só. Era show do matheus e kauã. Eu amo! Fomos para o camarote, eu de mãos dadas com o Rafael. Que não falou diretamente comigo depois da surpresa. Depois de todo aquele assédio, conseguimos curtir o show. Rafa estava perto do bar com o Rober e Leide, eu estava na grade junto com a Bubu e o Diego.

- Vou pegar alguma coisa pra beber. Vocês querem?

- Não, tô de boa.

- Eu também não quero. - Bru disse.

- Vocês são uns bebum mesmo. - falei assim que cheguei ao bar encolhendo os olhos, sorrindo. E ele riram. - Rafael, eu amei a surpresa! Sério, amei mesmo. - sorri para ele.

- Cê disse que não queria mais.. - apenas ri.

- Já que rolou beijão no palco, pode rolar aqui também né? - Leide disse rindo.

- Não precisa.. - fiquei sem graça.

- Tem vários fotógrafos, é bom demostrar mais proximidade. - Rafa se manteve calado e eu também. Peguei minha bebida, coisa leve. Voltei a grade e fiquei pensando, no quanto Rafael está estranho. Ele nunca é calado, parado assim. Sempre tem as gracinhas. Se ele fez isso tudo, achando que eu voltaria, está redondamente enganado! Depois de mais um tempo na grade, acabei cedendo ao pedido da Leide e fui ficar perto dele.

- Me abraça. - assim ele fez, enquanto Leide conversava com o Rober. - O que você tem? - perguntei em seu ouvido.

- Nada uai. - riu de leve.

- Jura? - olhei em seus olhos.

- Juro! - riu.

- Não tem nada haver com a surpresa não né? Você sabe que..

- Que acabou, que você não quer mais. - completou. Acabei sorrindo sem graça, ao perceber sua chateação. Lembrei dele falando a poucos minutos naquele palco que me ama. Suspirei o olhando.

- O que foi? - olhei sua boca e uma vontade de beija-lo novamente me invadiu. Neguei com a cabeça. E ele bebeu um pouco do líquido de seu copo, deixando somente uma mão, em volta da minha cintura.

- Ta vendo ai Lelê, nem precisou ir buscar ela.. - Rober fez graça, quando finalmente percebeu minha presença.

- Claro, não tem que fingir? - os olhei.

- Não tô vendo fingimento ai.. - Leide falou entrando na onda do Rober.

- Gente para! - falei e escondi meu rosto no pescoço do Rafa.

- Vamos sair daqui Rober, deixar o casal a sós. - falou no tom de risada e foi para junto a Bru e da Paiva. O silêncio reinou, Rafa só dava sorrisos para quem passava acenando pra ele.

- Rafa, fala alguma coisa. - falei manhosa o olhando, já estava começando a e sentir culpada.

- Não temos nada pra conversar. - me olhou e eu revirei os olhos. Sai de seus braços, ficando ao seu lado. Pedi um ice, e quando virei encontrei Bruno, um pouco mais a frente com seus amigos.

- Volto já. - avisei ao Rafa e fui ao encontro do Bruno, que assim que me viu,e abraçou.

- Quando tempo!

- Ta gostando da casa? - sorri.

- Gostando é pouco.. Ta sozinha? - olhou ao redor.

- Com o Rafa e companhia. E você, veio curtir, pegar umas gatinhas?

- Isso, tô tentando. Mas esse loiro azedo, não sai do meu pé. - apontou pro amigo e eu gargalhei. Nossa relação ficou muito agradável, depois que toda magoá foi embora.

- Que mentira, ele que não larga do meu! - se defendeu e eu só sabia rir.

* Luan narrando.

Depois de ter pensado em tudo, de fazer papel de idiota, sim, idiota, porque eu planejava conversar depois do show e tentar reatar nosso namoro, mas antes de qualquer coisa ela afirmar que não voltamos na frente de todo mundo! Minha vergonha foi imensa e minha chateação também. Poxa, eu já me arrependi, já sofri muito, está na hora dela voltar.. São nessas horas que eu penso: nós dois não tem mais volta. Ela se acabando de rir com o ex, e eu aqui sozinho, depois de fazer uma declaração. Foi simples? Foi. Mas foi esforço meu, coisa que eu nunca fiz pra namorada nenhuma, não em um show meu com mais de 10 mil pessoas. Levo um fora e ainda tenho que presenciar esse filho da puta, de conversinha com ela. Vai pra puta que pariu! Bebi todo o resto do líquido do meu copo de uma só vez.
- Que cara é essa boi? - Rober falou e eu nem percebi quando ele se aproximou, meu olhos estavam focados na Mabele.

- Essa garota é uma filha da mãe! Filha da mãe! Porra! - falei irritado.

- É, eu sei que não deu certo, mas relaxa, ainda temos o resto da madrugada. - tentou me animar.

- Cara, nem tenta animar, porque não dá! Sabe quem é aquele que ela ta conversando? - falei com os olhos fixos neles.

- Não.. - olhou também.

- Nada mais, nada menos que o ex namorado dela! - respirei fundo tentando controlar toda a minha raiva.

- Vixi.. - foi a única coisa que ele conseguiu falar, ficamos em silêncio observando aquela cena patética, dos dois rindo. Até que o viadinho me olha e fala algo pra Bele, que olha também e depois de falar rapidamente com ele, volta até nós, com um sorriso sem graça no rosto. Olhei pro lado oposto, tentando avitar olhar na cara dela.

* Mabele narrando.

Depois de Bruno me fazer perceber a cara nada boa do Rafa, eu decidi voltar para perto dele. Eu sei que ele não suporta meu ex. Abracei o Rober de lado e perguntei:

- Ele ta bravo?

- O que cê acha? -ironizou me olhando. - O cara faz aquilo pra você, na frente de todos. Você da mais um não e ainda fica de papo com o ex namorado. Vacilo encrenca. - me repreendeu e Rafa não ouviu nada por causa da música alta. Fiz careta, percebendo a merda que eu fiz! Porra! Não posso negar que ele foi muito fofo, realizando minha vontade. E posso dizer também que eu fui uma idiota, ao ficar de papinho com o Bruno, mesmo sabendo o quão chateado ele estava por eu ter dito que não voltamos mesmo depois de tudo. Droga, droga, droga! Eu e essa mania de fazer merda sem perceber!

- Me deixa sozinha com ele, por favor. - pedi e ele assentiu, voltando para perto da galera. Me cheguei, ficando de frente pra ele, que não olhava na minha cara.
- Rafa, desculpa.

- Porque ? - finalmente me olhou, sério e um pouco irritado.

- Você não suporta o Bruno e mesmo assim eu fiquei de papinho com ele, te deixando aqui sozinho.

- Cê não me deve satisfação. Você não é solteira?! Então.. - falou sério e eu suspirei.

-Mas que quero me desculpar! - insisti.

- Não tem porque. - arqueou as sombrancelhas.

- Eu sei que eu não atingi suas espectativas hoje e vacilei agora também. Mas.. - antes que eu continuasse, apareceu uma siliconadas pedindo foto e ele atendeu simpático. Recebi uma mensagem no meu celular,

Leide: "Tem um fotógrafo de olho em vocês, parem com esse climão! "

Olhei para o lado e um pouco distante vi o tal fotógrafo. A siliconada saiu e eu olhei cada pedacinho do rosto do Rafael. Quanta beleza numa pessoa só e irritado fica mais ainda.. A sombranselha erguida, um olhar que não sei como, mas se torna muito sexy e essa boca vermelhinha. Pequena. Me enchi de vontade de beija-lo novamente.

- A Leide mandou uma mensagem e disse pra rolar uns beijos, porque o carinha ali ta de olho na gente. - falei disfarçadamente, me aproveitando da situação e mentindo também. Ele riu desacreditado. - Não é tão difícil assim, vai.. - falei com jeitinho, colocando minhas mãos em volta da sua cintura, ele me olhava sério. Comecei a beijar sua bochecha e pescoço. E não recebia nenhuma reação dele. Parei o olhando.

- Eu queria não te amar tanto sabia?! Séria bem mais fácil encarar o fim. - seus olhos não saiam dos meus e sem falar nada o beijei, matando minha vontade dele. À princípio ele não me tocou, mas sem resistir pôs a mão entre meus cabelos, com aquela pegada gostosa! Um beijo envolvente, lento.. Minha língua percorria cada centímetro de sua boca e ele fazia o mesmo. Puxei seu lábio inferior e selei nossos lábios em seguida. Fiz a mesma coisas duas vezes seguida. E ele me puxou mais pra perto, se possível inciando outro beijo, desta vez mais quente e rápido. Estávamos naquela pegação boa! Eu nem me importava com ninguém, só queria beija-lo, muito! Minhas mãos desceram e foram parar em sua bunda. Depois do beijo encostou sua testa na minha e disse:

- Para de pegar na minha bunda. Sobe essa mão. - acabei rindo, atendendo deu pedido. Nos beijamos novamente e agora suas mãos viajavam nas minhas costas, não paravam! Até que ele não se aguentou e desceu, desta vez suas mãos no meu bumbum. Chupei sua língua e ele sorriu em seguida.

- Sobe essas mãos! - falei com minha boca encostada na dele. Sorriu malicioso e depois de apertar, fez o que eu pedi. Bati de leve em seu ombro. E parece que a raiva de poucos minutos atrás havia sumido! - Safado. - mordi seu lábio, puxando. E ele riu. Afoguei minha cabeça em seu pescoço, cheirando, o melhor cheiro que existe.. O dele! Beijei devagar, seguidas vezes e senti ele arrepiar.

- Arrepiou! - falei em um tom de riso, o fazendo rir de leve. Me apertou forte em seus braços, me tirando do chão. Que sensação maravilhosa!

- Nem de salto cê consegue ficar do meu tamanho. - fez graça.

- Claro, você é um gigante! - o olhei, me defendendo.

- Não, você que é baixa demais.

- Querido, as baixinhas são um charme.

- São umas gostosas. - falou malicioso, entendi a indireta ele se referiu à mim. Encolhi os olhos, e com um sorriso no rosto neguei com a cabeça.

- Você não toma jeito nunca! - ele gargalhou.
 - É verdade uai. Vai num churrasco que eu vou fazer amanhã?

- É melhor não.. - fiquei em dúvida.

- Porque muié? Vai ta todo mundo lá. A Paiva vai ficar também. O João vai, a Mari, a Gabi e a dona Carol. Seu pai não vai, porque está ocupado com coisas da empresa.

- Não sei. - mexi no cabelo e ele sorriu bobo. - O que foi? - perguntei sorrindo, sem entender.

- Cê é linda demais! Até mexendo no cabelo, uma coisa tão simples. - sorri encantada.

- Eu tô sem graça. Olha aqui. - apontei para meu rosto e ele riu.

- Me da uma certeza, vai ou não? - o olhei, analisando aquela proposta. Porque não né?!

- Tudo bem, eu vou.

- Aê!!! Toca aqui. - fizemos nosso toque, raríssimas vezes fazemos. Rimo. Há tanto tempo que não ficava assim, que saudade essa pessoa me faz. Mesmo não voltando com ele, essa noite vai ficar no lugar onde estão minhas melhores lembranças, com ele e da minha vida toda. Nos juntamos à turma, que não tocaram no assunto " nós" agradaci, pois não quero chateação, muito menos climão. O próximo show começou, com Jefferson Morais. Nunca ouvi ele cantar, mas manda muito bem! Aproveitei para dançar com Bru e Paiva. Até que me cansei e voltei para perto do Rafa que conversava com os meninos, Leide já estava no hotel, disse que não tinha mais idade e fôlego pra aguentar tanta folia. Peguei o copo dele e bebi, tentando matar a minha sede. A bebida não era pesada, acho que porque ele vai dirigir também. Me abraçou pelo pescoço e logo me entrosei no assunto deles. Falavam de mulheres e eu tentava defender meu gênero. Alguns minutos depois Bubu chegou com sua amiga e se juntaram à mim. Uma " discussão" que muitas vezes nos levaram à risadas. Já estava no último show quando decidimos ir embora.  Fomos eu, Bubu e Paiva com o Rafa. Assim que chegamos em frente a minha casa ele disse:

- Te espero amanhã. - eu sentei no banco da frente por muita insistência das meninas.

- Eu vou.

- Agora o beijinho de despedida. - Bubu falou, meio alteradinha por ter bebido um pouco à mais. Sorri negando e ele me olhava com uma certa espectativa.

- Não precisa, aqui não tem fotógrafo. - as olhei e Paiva pegou o celular falando:

- Não seja por isso, sou uma fotógrafa, de uma famosa revista de fofoca. Cadê o beijo casal? - começou vários flashes vindo do seu celular, ela também bebeu um pouco além.

- Bora porra! Quero fazer xixi. - Bru disse e eu decidi tomar a iniciativa e beija-lo. Elas começaram a gritar, comemorando e a Paiva batendo foto. Emcerrei com selinhos.

- Até amanhã. - falei próxima a sua boca.

- Até! - selou nossos lábios mais uma vez.

- Tchau suas bêbadas loucas! - olhei para o banco de trás.

- Tchau! Amanhã tem churras em?! - Paiva disse.

- É, não esquece. - Bru complementou.

- Encontro vocês lá. Beijo. - soltei com a boca e desci, ouvindo o carro dar partida, entrei e me joguei na cama. Que noite! Que noite maravilhosa! Fechei os olhos lembrando de tudo. E fui tomar banho, feliz, como a algum tempo não estava. É, tenho que confessar não sou a mesma sem o Rafa E mesmo com toda a putagem que ele fez comigo, sei que me ama e hoje ele demostrou mais uma vez o quão eu tenho sorte por ter um cara como ele em minha vida.




EITAAAAAA!!! O que será desse churrasco? Como ficarão esses dois? O que acharam do capítulo? Comenteeem muito! E obrigada por todos os comentários, vou tentar voltar a responder todos! Quem quiser entrar no grupo da fanfic que tenho no whats, deixa o número, por lá eu aviso quando posto capítulos, justifico quando não posto e as vezes a gente conversa bobagem. Hahaha. 
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Bjs, Jéssica. ❤