Não resisti e comentei: "Morro de amores! 💕 "
Fiquei observando mais um pouco e Enzo está todo agasalhado. Sorri. Realmente faz frio, mas Rafa exagerou. Até porque dentro de casa è mais quente. Pelo quadro ao fundo percebi que a foto realmente foi na casa de seus pais. Imediatamente liguei para ele.
- Oi pinguinho? - atendeu no primeiro toque.
- Amor, como eles estão?
- Tá tudo em ordem. Fica tranquila. Já tô indo pra casa, porque daqui a pouco eles vão querer mamar, pelo tempo sem comer.
- Certo. Beijo.
- Outro. Na boca. - sorri e desliguei. Continuei distraída com meu celular, olhando o instagram e me deparei com uma foto de Marquinhos com Melissa. Isso foi logo que acordamos e ele a levou para seu quarto um pouco. Ela é tão simpática, fica bem com qualquer pessoa:
A porta se abriu depois de sei lá quantos minutos, e Luan entrou, segurando os dois em seus braços.
- Eles tão pesados demais. - fez careta.
- Tá fraquinho assim? - zoei e ele fingiu uma risada. Os colocou na cama e em seguida veio até mim, segurou meu queixo e me beijou levemente.
- Tem que dar de mamar, palhaça.
- Palhaça? - o olhei incrédula.
- É, não é você que está cheia de piadinhas? - sentou na cama próximo a nossos filhos e eu lhe joguei um travesseiro. Ele riu me olhando.
- Bora muié! - bateu palmas e eu peguei primeiro Enzo, que é bem mais esfomeado. Todo empacotado. Parece um boneco de tão branco e lindo.
- Você exagerou né? Eles estão muito agasalhado. - falei ao olhar os trajes de Melissa também.
- A Xumba disse a mesma coisa. - ele riu. - Melhor previnir, uai. - deu de ombros.
Enzo começou a mamar com uma gula, deixando claro sua fome. Luan brincava com Melissa, fazendo barulhos com sua boca na barriga dela. Ela sorria e até deu um gritinho de felicidade. Esses dois...
Depois de dois dias, Luan viajou novamente. Eu nunca vou me acostumar com suas viagens, sempre será doloroso, angustiante ficar sem ele, mesmo sabendo que ele volta. Sempre volta.
Eu estava dando banho em Enzo, quando meu celular tocou. Estranhei ao ver que era meu primo.
- Oi, Ramon?
- Mabele, tudo bem?
- Sim, tudo. - franzi a testa enquanto segurava Enzo com um braço. Melissa começou a chorar. - E com você? - ouvi o choro de minha filha ficar mais intenso. Ai meu Deus!
- Quem tá chorando?
- Melissa. - ri de leve. Ele não respondeu minha pergunta. - Eu vou levá-los na chácara próximo mês. Meus avós estão doidinhos querendo ver os bisnetos. - sorri.
- Então, é sobre isso que quero falar com você. - seu tom bem sério.
- Fala. - essa ligação tá muito estranha... Meu coração apertou. Não, não vai ser nada.
- Os pais da sua mãe... - ele é meu primo por parte de pai.
- Termina, Ramon! - Acabei sendo grossa.
- Eles... Eles faleceram hoje. - senti o chão se abrir debaixo de mim, imediatamente. O que? Não! Meus avós? Os dois?
- Como? - eu negava com a cabeça. Não pode ser!
- Eles foram dormir muito bem, ontem eu fui pra lá e ficamos junto com nosso tios. Eles estavam ótimos e quando foi hoje, sua tia Noemi foi levar um bolo pra eles, estranhou por ninguém responder e depois do vizinho arromba a porta, viram que eles haviam falecido. Os dois estavam deitados na cama. - meu rosto já estava banhado de lágrimas. Eu parecia não ter forças nem ao menos para segurar meu filho que brincava feliz com a água. Sentia minha pernas ficando moles cada vez mais... - Mabele, cê tá bem?
- Eu não posso acreditar! - minha voz saiu totalmente embargada pelo choro.
- Ô meu amor, eles viveram muito e agora foram ser felizes eternamente lá no céu.
- Eu não posso ficar sem eles, Ramon. Faz meses que eu não os via. - peguei Enzo em meus braços e o coloquei em seu berço, em seguida procurei a primeira poltrona que achei e sentei.
- A vida é assim, Bele. Você precisa ser forte! Todos estão muito abalados. Ninguém sabia como dar a notícia pra sua mãe e decidiram ligar pra você, você tenta falar com jeito, com cuidado. - Limpei minhas lágrimas e funguei. Sério que eu vou ter que dar a pior notícia que minha mãe poderia receber?
- Como eu vou dizer pra minha mãe que os pais dela, meus avós, morreram? Ramon, eu não sou tão forte assim. - desabei em lágrimas mais uma vez, ouvindo ainda Melissa chorar.
- Você é! Você precisa ser! Arruma seus pequenos, se apronta também e vai falar com ela. Venham pra cá. - sentia minha cabeça dar giros. Tudo estava tão bem e de repente... Ah, meu Deus! Porque?
- Não é tão fácil assim... - sussurrei, sentindo meu coração doendo muito!
- Eu sei que não, eu também estou abalado, mas tem pessoas aqui em estado bem pior, nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados.
- Eu sou uma das mais fragilizadas. - falei quase inaudível.
- Se faz forte. Por favor, nós precisamos que você faça isso e faça rápido. - ele suspirou.
- Tá. - funguei mais uma vez. - Eu vou desligar.
- Certo. Qualquer coisa me liga.
- Uhum. - enxuguei minhas lágrimas e desliguei. Deixei meu celular em minhas pernas e coloquei as mãos no rosto tentando aceitar o fato, tentando buscar forças pra dar a notícia mais difícil de toda minha vida. Melissa continuava a chorar e fui acalentar minha filha, mesmo com o pensamento longe... Lá na chácara. Neles. Meus avós, e também em minha família. O clima com certeza é dos piores por lá.
- Calma, meu coraçãozinho. O que você tem? - andava de um lado pro outro com Melissa e só parei quando ela finalmente parou com seu choro. A coloquei no berço e lhe dei um brinquedo qualquer para que ela não voltasse com suas crises, enquando Enzo ainda se encontrava pelado, sorrindo pro nada. O banho dele! Esqueci completamente.
Mas antes preciso ligar para Luan. Tentei uma, duas, três, quatro, cinco vezes e ele não me atendeu. Deve estar no décimo sono. Eu queria pelo menos suas palavras de força antes de que ter que encarar minha mãe. Suspirei e banhei Enzo entre lágrimas e soluços. Eu os perdi! Dois de uma só vez.
Depois de tomar meu banho, olhei meu rosto completamente vermelho, os olhos inchados. Esse choro tem que parar, pelo menos enquanto eu estiver com minha mãe.
Cheguei em sua casa depois de longos minutos. Suspirei ainda dentro do carro. Olhei meus filhos que agora estavam quietos ouvindo a música de Luan. Eles sempre ficam tranquilinhos quando ouvem a voz do pai. Olhei meu rosto mais uma vez e agora parecia melhor, mas por dentro continuo destruída. Senti as lágrimas querendo vir novamente... Não! Agora não!
Desci do carro e depois de pegar meus filhos um em cada braço, eu entrei. Joana abriu a porta e estranhou o fato de logo cedo eu está aqui.
- Veio almoçar conosco? - perguntou sorrindo, mas em seu rosto estava confuso.
- Preciso falar com minha mãe. Onde ela tá? - perguntei séria.
- Lá em cima. Tá tudo bem, Mabele? - franziu a testa. Neguei com a cabeça e meu olhos já foram tomados pelas insistentes lágrimas. Está sendo difícil. Ela segurou Melissa para me ajudar. - Vem, senta aqui. - me levou até o sofá, enquanto eu já limpava minhas lágrimas novamente.
- Meus avós, os pais da minha mãe... Faleceram. - ela ficou completamente espantada.
- Meu Deus! - nem ela soube o que falar. Até ela está surpresa.
- Eu preciso dar essa notícia à ela e eu não sei como. - Encolhi meus ombros, me sentindo pequena demais, incapaz de fazer tal coisa.
- Ela está lá em cima. Chegou do mercado comigo e foi tomar um banho. - agora sua expressão é de tristeza. - Você quer que eu vá com você?
- Não, obrigada. Se puder fica com eles por enquanto. - me referi aos meus filhos. E imediatamente meus pensamentos foram em João. Ele vai ficar muito, muito abalado! Sem falar de Gabi... O pensamento fez meu coração ficar ainda mais apertado.
- Claro, eu fico o tempo que for preciso. - respondeu prontamente. - Eu nem sei o que te falar agora. Mas força, meu amor! Tente ser forte por ela. - assenti com a cabeça e depois de deixar Enzo com Joana eu subi lentamente, tentando adiar o inadiável.
Quando cheguei em frente ao seu quarto, respirei fundo e bati na porta.
- Entra! - ela respondeu. Meu coração agora está acelerado, não sei qual será sua reação. Não sei quais palavras usar. Entrei e ela me olhou sorrindo, mas logo ficou séria, mas precisamente preocupada ao ver meu semblante. Merda!
- O que aconteceu? - foi direta.
- Eu preciso falar com você.
- Tá, fala! - sua testa franzida, sem tom totalmente preocupado.
- Vamos sentar? - ela me olhou por segundos.
- É algo muito sério. - afirmou. - Pelo o amor de Deus, Mabele! O que aconteceu?
- Mãe, calma. Eu preciso que você sente aqui comigo. - apontei para a cama e ela veio, sentamos na ponta uma de frente para a outra. Eu a olhei por segundos e agora ela parecia impaciente. Eu não sei como começar.
- Filha, fala! - Exigiu.
- Mãe... - as palavras faltaram mais uma vez e eu olhei pra cima suspirando alto. Meu Deus, me ajuda!
- O que, Mabele? Por favor, seja direta! Eu estou muito preocupada. Foi com Joaquim? Eu sei que algo muito ruim aconteceu.
- Não, não foi com ele. O Ramon me ligou e disse que... infelizmente nossos velhinhos se foram. - Senti minha garganta fechar e as lágrimas voltaram. Vi seu queixo cair. Essa não foi a melhor maneira de dar a notícia, eu não sou boa com isso.
- Você... Está querendo dizer que... Meus pais... morreram? Os dois? - falou em um fio de voz com os olhos completamente cheios de lágrimas.
- Infelizmente. Eles vão viver o amor deles eternamente lá em cima. - tentei sorrir, sem sucesso.
- Como foi isso? - ela chorava. E eu a abracei deixando o choro vir mais uma vez. E então nós duas dividimos nossa dor. - Eu não posso acreditar... Eu perdi os dois? Isso é muito pra mim! - falou com dificuldade, entre soluços.
- Mãe, eu tô com você. - a apertei.
Ficamos durante minutos, ela chorava muito e eu sem força alguma, tentava consolá-la. Ouvi o choro do Enzo se aproximar e Joana bateu na porta.
- Mãe, nós precisamos ir. - me afastei a acariciei seu rosto. Ela concordou com a cabeça.
- Jô já sabe? Joaquim? - neguei com a cabeça. - Você pode falar com eles? Eu não tenho a mínima condição. - sua voz continua muito baixa. Mesmo sem querer eu atendi seu pedido. Joana chamou mais uma vez e eu fui ver o Enzo queria e logo percebi que queria mamar. Esse menino come demais! Sentei no sofá da sala com ele, enquanto Joana balançava Melissa em seus braços. Peguei meu celular e mais uma vez me preparei para dar a triste notícia. Nada do Luan retornar. Suspirei. Lembrei também de Élvis. Tadinho esqueci totalmente dele. Tenho que trazê-lo para cá.
(...)
Depois de dar a notícia ao meu irmão e meu pai, trouxe Élvis que ficará sobre os cuidados de Joana. Depois disso partimos para a chácara. Minha mãe foi em meu carro, do meu lado, chorando o tempo todo. Enquanto eu tentava controlar lembrando das palavras de Ramon; " nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados. " Eu sinceramente, não queria vê-los dentro de um caixão. Meus avós, meus velhinhos que tanto cuidaram de mim, que me deram todo o amor do mundo. Olhei meus filhos pelo retrovisor interno e eles dormiam.
- Que horas Joaquim vai pra lá? - minha mãe fez a pergunta pela segunda vez.
- Ele estava em reunião, como eu já disse. Dentro de uma hora ele vai sair da empresa e vai junto com João, Mari e Gabi.
- Ah, meu Deus! A Gabi! - ela colocou as mãos na cabeça.
- Mãe, calma! Por favor! A Jojô vai buscar ela na escola e ela também vai com eles. - eu estou tão preocupada com ela!
- E Vitório vai também? Ele era tão apegado à eles. - suspirei.
- Acho que sim. E meus filhos que nem ao menos conheceram eles. - lamentei e ela me olhou.
- Luan já sabe?
- Não, eu liguei mais ele não atendeu. Teve show ontem, deve estar dormindo.
- Entendo. - depois disso fomos o tempo todo em silêncio, não tinha clima para nenhum tipo de assunto. Eu e ela perdidas em pensamentos, pensando nas mesmas pessoas e no quanto vai ser difícil ao chegar lá.
Que momento hein? E o Luan nada... Continuo no próximo.
Desculpem a demora eu estava aproveitando as férias porque mereço! 😌
Comentários respondidos.
PS: o capítulo apagou estou postando pela segunda vez. 😣
Bis, Jéssica. ❤
MEU JESUS AMADO, EU TÔ TRISTÍSSIMA!!!! pq vc faz isso comigo, Jéssica? CADE O LUAN AI MEU DEUS, continua, desculpa pelo ataque.
ResponderExcluirQue barraaa, cde o Luan emm?! A neemmm to ate com o core apertado... continuuaa
ResponderExcluirAi que dorzinha no coração, perder os dois de uma vez só é demais. E o Luan que não atende? CONTINUA logo, tô curiosa <3
ResponderExcluirCapítulo mega triste, um momento super delicado pra família. Espero que o Luan não tenha atendido por estar cansado do trabalho e não por qualquer outro motivo.
ResponderExcluirAi meu deus tadinha da Bele.E o Luan hein ?
ResponderExcluirMdss
ResponderExcluirConttt por favorr
Meu Deus continua por favor
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