Capítulo 138

• Setembro.

- Como assim, Luan? Você vai viajar pra Europa, enquanto eu tô aqui precisando de você pra me ajudar com os preparativos do casamento? Foi você que fez questão de casar ainda esse ano. O quê que eu disse? Eu disse que não daria tempo, nossa vida é corrida. Mas você é teimoso! Deixou tudo pra mim, assim é muito bom, é ótimo. - falei extremamente irritada durante nossa ligação.

- Eu tenho que ir à trabalho, pro novo DVD. Entende, Bele. - ele falava paciente. - Você anda muito estressada.

- Porque será né? Talvez porque eu tenha que me virar em mil pra trabalhar e ainda arrumar tudo sobre o casamento, que você não ajudou em nada.

- Deixa de ser exagerada! Eu ajudei nos trem dos convites, fui lá com você  e tudo.

- Nossa que grande ajuda. - ironizei.

- É meu trabalho, meu amor.

- Tá, Luan. Tá. - tudo que eu queria era dar fim aquela conversa.

- Tô com saudade. - sentei no sofá de casa e passei a mão nos cabelos. - Não vai falar nada?

- Eu também tô. - falei seca, tudo por causa da irritação que eu estava sentindo.

- Nossa, parece que foi obrigada a falar.

- Me poupe, Luan. - revirei os olhos. - Tenho que desligar, tenho que sair.

- Onde cê vai?

- Resolver coisas sobre o casamento.

- Te amo. - falou todo cheio de manha.

- Eu também.

- Fala eu te amo pra mim? - pediu e se eu não estivesse tão irritada, teria sorrido.

- Te amo.

- Muito?

- Luan, eu preciso sair. - levantei novamente.

- Muito? - insistiu.

- Você sabe que sim.

- Não fica brava comigo, meu bem.

- Não tô com tempo pra conversar mais. Tchau. - desliguei e joguei o celular no sofá, peguei minha bolsa e já ia saindo quando lembrei do bendito celular. Merda, vou fica maluca! Que raiva do Luan! Ele não ajudou em quase nada sobre o casamento, não deu uma opinião. Quando eu perguntava era sempre a mesma resposta: " Não sei, amor. Tá tudo lindo, o que você escolher pra mim tá bom. " Eu ando sobrecarregada e ele ainda vai viajar. Deus, dai-me paciência! Entrei no meu carro e suspirei sentindo uma falta absurda dele. Já faz um mês que não nos vemos, aliás, nos vimos uma vez, mas foi coisa rápida, afinal eu ando fazendo mil coisas ao mesmo tempo e não tô com tempo nem pra mim. A falta de sexo também está me afetando, como poucas vezes afetou. Eu preciso relaxar e tem que ser com ele. Fechei os olhos com força e expulsei meus pensamentos, afinal, hoje vou experimentar os bem casados. Foi isso que fiz e logo depois fui na loja, somente de passagem pois eu já me sentia tão cansada. Quando cheguei em casa ainda fui para a academia, onde tentei queimar algumas calorias. Voltei para casa e dei graças a Deus do Luan não me ligar mais. Eu ainda tô muito puta com ele! Gabi veio dormir comigo e então fomos jantar num restaurante, enquanto esperávamos a comida eu postei um snap, e sim, eu estava acabada:

* Luan narrando.

Bele à meses vem com um stresse incomum, mas eu entendo, ela anda com mil coisas pra fazer ao mesmo tempo. Eu quero muito participar mais dos preparativos do casamento e ir com ela decidir os pequenos detalhes, mas infelizmente meu trabalho não permite e sempre que ela vem me perguntar o que acho sobre algo, é quando eu estou com pressa, ou quando eu fico encantado com tudo e não sei o que escolher. Eu ando com muita saudade dela e sei que ela também está. Depois da notícia da minha viajem para a Europa, ela explodiu e falou um monte, mas meu pai já havia me orientado em uma de nossas conversas, para que eu tenha paciência com ela, que não adianta discutir e é verdade. Eu estava quase indo para o palco e enquanto olhava o snap vi uma foto dela com a Gabi. Lindas! Mas seu rostinho não negava o cansaço que ela anda sentindo.

- A Bele anda tão cansada. - pensei em voz alta e Rober falou:

- Séria estranho se ela não tivesse né, cara?! - suspirei e me veio uma vontade de me teletransportar pra perto dela... Abraçá-la e dar todo o carinho e atenção que ela merece, mas semana que vem eu tô de volta depois de quase um mês sem ir a São Paulo, o que é muito raro de acontecer, até porque a maioria dos meus compromissos e show é lá.

(...)

Uma semana depois...

Cheguei em casa no fim da tarde e depois de sentar e conversar um pouco com meus pais, eu fui ligar pra minha pinguinho, quase na última chamada ela atendeu.

- Oi? - estava com a voz um pouco ofegante.

- Cê tá na academia?

- Não, Luan. Tô no elevador aqui do prédio. - Desde a nossa conversa onde eu disse que vou viajar, ela anda indiferente. Mas eu sei que quando a gente se encontrar eu vou amolecer seu coração.

- Tô chegando aí, vou dormir com você viu?!

- Uhum.

- Beijo. - ela desligou sem ao menos mandar um beijo. Tomei um banho e fazia muito frio, coloquei um agasalho e fui vê-la. Quando cheguei e ela abriu a porta, a encontrei toda agasalhada. Meias, um moletom e um short.

- Oi. - sorri e ela continuava a me olhar, sem nenhuma expressão.

- Entra. - deu espaço para que eu entrasse e assim fiz.

- Eu não vou receber nem ao menos um abraço? - abri meus braços e ela veio, me abraçando pela cintura. Minha baixinha mais linda! Beijei seus cabelos e os acariciei. - Senti tanto sua falta, sabia? - ela se aninhou mais à mim, como se não quisesse sair do meu abraço nunca mais. - Olha aqui. - pedi e ela me olhou. - Desculpa minha ausencia? Eu queria muito ser um noivo como todos os outros que participam de tudo, mas eu tô sem tempo pra nada. Tem o novo DVD daqui a alguns meses e você sabe como tudo fica corrido. - passei meus dedos levemente por seu rostinho de boneca.

- As vezes eu acho que você não tá dando importância pro nosso casamento. Não tem empolgação como eu.

- É claro que eu tô empolgado, feliz! Tudo que eu mais quero é casar com você. Não dúvida disso não viu?! - ela assentiu com a cabeça e então segurei as laterais do seu rosto e matei um pouco da saudade que eu estava dos seus macios lábios. Um beijo cheio de ternura, enquanto minha língua percorria cada centímetro da sua boca. O melhor beijo pra sempre. - Eu te amo. - sussurrei ainda com meus lábios encostados nos dela. - Você é a mulher da minha vida! A mais linda. - selei nossos lábios. - A mais cheirosa. - cheirei seu pescoço e ela já sorria. - A mais baixinha. - olhei em seus olhos. - A mais gostosa.  - apertei sua bunda e ela riu negando com a cabeça. Que saudade eu desse sorriso, do som dessa risada, desse jeitinho... Com certeza o meu olhar era de bobo apaixonado. Tirei ela do chão e ela sorriu surpresa:

A levei em meus braços até seu quarto e quando chegamos lá, a deitei na cama e logo em seguida deitei por cima. Beijei o canto da sua boca e as mãos dela já faziam carinho em meus cabelos.

- Pra que país você vai?

- Uns três, amor. Não lembro os nomes.

- Três? - me olhou com as sombranselhas franzidas.

- É.

- Três, Luan? Você vai voltar quando? Enquanto eu fico aqui me matando, você vai curtir com sua equipe. - se irritou novamente. Merda!

- Não vou curtir. Vou a trabalho!

- Até parece que vocês vão passar dias e dias se matando de trabalhar. - me empurrou fazendo com que eu saísse de cima dela e em seguida levantou.

- Você tá sendo incompreensiva.

- Eu? - apontou para si própria, incrédula. - Quem está sendo incompreensivo é você! Que está pouco se lixando pra esse casamento, que não me ajuda, que nem ao menos me dá uma opinião. O noivo mais por fora do casamento que eu já vi.

- Não fala assim! Eu já te expliquei meus motivos. - eu já estava sentado na cama.

- Trabalho? Por acaso você não tem tempo pra dar um palpite quando te mando fotos de inúmeras coisas?

- Tá uma correria tremenda, amor.

- É, mas pra ir no aniversário do Rober você teve tempo. Naquela balada depois do show em Belo Horizonte. - respirei fundo. Ela tá  impossível.

- Por acaso você ia querer minha ajuda no meio da madrugada? É o único tempo que tenho livre, foi no meio da madrugada que rolou o aniversário.

- Você sempre tem justificativas. Sempre! Quer saber? Vai lá, faz sua viajem de trabalho. Não adianta ficar discutindo, você nunca vai perceber que está errado. - fez menção de sair do quarto e antes que isso acontecesse eu levantei rápido da cama e a alcancei, segurei seu braço, fazendo ela me olhar.

- Já te pedi desculpas e eu sei que tô errado. - nossos olhares se cruzavam.

- Me solta. Não quero mais conversar com você.

- Deixa de ser infantil. - ela encolheu os olhos.

- Infantil é o caralho! Tô esgotada de tanta coisa que ando fazendo. Eu faço tudo com muito gosto sabe? Mas tá muito difícil e esse seu descaso é a pior coisa.

-Não é descaso, porra! - respirei fundo e voltei a falar calmamente. - Eu prometo que vou me doar mais. Amanhã eu vou com você e a gente escolhe juntos o que ainda precisa. - os olhos dela brilhavam com os vestígios de lágrimas.

- Não tem nada pra resolver amanhã. Agora me solta. - atendi seu pedido e ela saiu, fui atrás.

- Como não tem nada? - ela só me respondeu quando chegamos na cozinha.

- Porque a trouxa aqui desmarcou tudo com a cerimonialista pra passar o dia com você. Mas eu não quero mais. - não segurei o sorriso e ela se virou indo até a geladeira, onde pegou um pote de sorteve e colocou sobre a mesa. Pegou uma colher e logo em seguida sentou na cadeira, começando a comer, sem me olhar.

- Você não quer passar o dia comigo amanhã? - perguntei sorrindo e ela me olhou furiosa.

- Não. Quero passar sozinha.

- Tem certeza? - me aproximei e peguei uma das cadeiras deixando do ladinho dela e logo em seguida sentei.

- Tenho, Luan. - me olhou nos olhos e os meus foram para sua boca que tinha um vestígio de sorvete no cantinho. Ela voltou a comer e eu cheirei seu pescoço, ela se afastou. - Eu tô muito puta com você, não percebeu ainda não? - eu sorria contido. - Porque você tá segurando esse risinho idiota?

- Porque você é tão linda brabinha. - ela voltou a comer o sorvete. - Remarca com a muié lá.

- Não.

- Facilita, Mabele. - peguei um pouco do sorvete com o dedo e em seguida coloquei em minha boca.

- Eu não vou ligar agora pra ela, Luan. Já é noite. - me olhou novamente e parecia um pouco mais calma. Um pouco.

- Então eu ligo. - levantei e minha intenção era ir até o quatro atrás do seu celular.

- Não, menino! A mulher já tá em casa. - ela me seguia.

- E o quê que tem? - o olhei sem parar de andar.

- Luan, ela não tá mais em horário de trabalho.

- Acho que ela não se importaria. - entrei em seu quarto e logo peguei o celular que estava carregando, desconectei do carregador e quando eu estava digitando a sua senha, ela tentou pegar o  celular de mim.

- Você não vai fazer eu passar essa vergonha. - tentava pegar o celular, mas como eu sou mais alto ela não conseguia.

- Que vergonha, amor? - ri. - Não é nada demais.

- Me dá esse celular agora! - falou dura mas eu não dei ouvidos, voltei a digitar a senha. Ela subiu na poltrona que é onde o celular estava e me agarrou pelo pescoço passando as pernas em volta da minha cintura enquanto tentava pegar o celular. Eu gargalhava.
- Luan, seu viadinho!

- Olha a boca, muié!

- Eu vou te morder!

- Pode morder. - falei procurando com certa dificuldade o contato da cerimonialista.

- Luan Rafael!!! - exclamou irritada, enquanto suas mãos tentavam alcançar o celular. Finalmente achei o contato.

- Me deixa ligar. - tentei segurar seus braços.

- Não, isso é falta de educação. Eu vou te morder se você não devolver meu celular. - ameaçou e antes que eu pudesse falar algo, senti uma forte mordida em meu pescoço, me fazendo gritar e fazer careta.

- Sua louca!

- Me dá, Luan. - fui até a cama e joguei o celular no colchão. Ela logo saiu de cima de mim e já ia em direção ao celular, toda convencida, achando que tinha conseguido. Quando a agarrei por trás e a levei a força até o banheiro. A tranquei lá dentro, enquanto ela gritava me xingando. Não era isso que ela queria? Então nós vamos decidir as coisas do casamento.







Comentários respondidooos! 😍 Tenho outro capítulo, tá senhoritas? Só depende de vocês, quando bater a meta eu posto. Ah, e antes que possivelmente falem da minha demora, me justifico: eu estava somente esperando a meta viu? Tinha tudo pronto, assim como tenho o outro. 🙊 O que acharam? O casamento tá chegaaando! O que será que virá no outro capítulo? Quem tem razão, Bele ou Luan? Ela tá beeem irritada não é mesmo? Veremos como isso vai acabar no próximo, belezuras!
Bjs, Jéssica. ❤