Capítulo 115

Percebi que não valeria a pena levar uma discussão à frente por conta do tal Léo. Acabamos na cama, fazendo amor, maravilhosamente! Eu senti tanta, mais tanta saudade de amá-la. Saudade de dar e receber prazer. De ter seu corpo nu, somente para mim. Agora observando-a dormir, eu me sinto totalmente encantado. A cada dia, a cada hora desses três meses que passamos longe um do outro, eu pensei nesses momentos e no quanto eles me faziam falta. Como eu a amo! Chega a ser inenarrável! Toda linda com minha blusa, os cabelos bagunçados e abraçada a minha cintura com a cabeça repousada em meu peito. Ah Mabele, cê não tem noção do quanto eu te amo muié! Não sei por quantos minutos ou horas eu fiquei ali, a admirando, acariciando seu rosto. Quando menos percebi, havia dormido, com uma felicidade enorme no peito!

Acordei ouvindo uma voz distante e quando abri os olhos vi Bele de uma lado pro outro, falando sem parar.

- Porque você não me acordou? Eu perdi a hora do trabalho. Hoje começa uma obra e eu já tinha que tá lá. - tirava a minha blusa que ela estava vestida e sem esperar eu responder entrou no banheiro. Muié doida! Não consegui mais dormir, por incrível que pareça. Em pouquíssimos minutos ela voltou.

- Bom dia né?! - fui sarcástico.

- Desculpa, amor! Mas eu tô sem tempo algum agora. - me olhou e logo já foi para seu closet. Decidi levantar. Olhei as horas e ainda era oito da madrugada, sim, pra mim ainda era madrugada. Tomei banho e quando sai, Bele já estava de saída.

- Espera, eu te levo. - "amarrando" a toalha na minha cintura.

- Eu não posso esperar. - veio até mim e me abraçou. Pelo menos isso né? Me beijou rapidamente. - Eu amei a noite com você. Desculpa toda essa pressa, mas eu me atrasei e tudo que eu menos quero é ouvir meu pai dando discurso. Te amo. - selou nossos lábios mais uma vez.

- Tá. Mas vai com cuidado. Não vai sair no carro igual maluca. Te amo viu?! - desta vez eu que selei nossos lábios e ela disse: tchau, saindo as pressas. Tadinha. Que vida corrida essa dela... Meu desejo de ter um café da manhã junto dela, já era. Me vesti e coloquei algo pro Élvis comer, em seguida fui para minha casa. Amanhã já volto para minha rotina também nada calma de shows.

* Mabele narrando.

Rapidamente cheguei na empresa. Eu não sabia o exato lugar da obra. Por puro azar meu pai apareceu, quando já iria entrar na minha sala.

- Isso são horas?

- Eu acabei me atrasando. Vou falar com o Murilo e já estou indo pro local da obra. - ele assentiu com a cabeça e quando eu abri a porta da minha sala ele disse:

- Tudo esse atraso foi por conta do Luan não é?! - respirei fundo e o olhei.

- Foi! - fui grossa e sem esperar mais nada entrei na minha sala e entrei em contato com Murilo.

Em pouquíssimos minutos eu já estava no local. Só então parei pra pensar no Rafa. Tadinho, eu mal lhe dei atenção, depois de uma noite maravilhosa. Nem todo esse atraso logo no começo do meu dia fez com que meu bom humor fosse embora. A manhã se passou rapidamente. Quando fomos almoçar, Murilo e eu, aproveitei para ligar pro Rafa. Chamou, chamou e ninguém atendeu. Deve tá no décimo sono.

- Não atendeu? - Murilo perguntou.

- Não. Deve tá dormindo. Quando ele tá de folga aproveita! - rimos. Comemos em um clima agradável. Murilo é um parceiro de trabalho incrível! Já disse isso, mas não custa repetir. Assim que acabamos, fui para meu segundo trabalho: a loja. Quando cheguei, percebi que não havia muito o que se fazer. Liguei para o Rafa novamente, já que ele não deu nenhum sinal de vida.

- Oi, amor! Eu já ia retorna. Acordei e vi sua ligação.

- Sabia que você tava dormindo. - ri de leve. - O que você tá fazendo? - eu só queria conversa com ele. Ouvir sua voz.

- Acabei de comer e agora tô subindo pro meu quarto.

- Entendi. Rafa, desculpa por não ter dado a devida atenção logo pela manhã. - fiz careta e ouvi sua leve risada.

- Deixa de bobagem! Quero saber que horas eu vou te ver. Amanhã eu viajo de novo. - arregalei os olhos e ao mesmo tempo suspirei triste.

- Já?

- Já.

- Quando você volta?

- Em uma semana.

- Nossa amor, não deu tempo nem de matar a saudade direito. - me lamentei.

- Verdade. - ouvi seu suspiro e então pensei rapidamente decidindo que iria para sua casa vê-lo.

- Eu não tenho quase nada pra fazer aqui, posso ir na sua casa?

- Claro que pode! - respondeu animado, me causando um sorriso.

- Então tá. Já tô chegando.

- Beijo. - desliguei e peguei minha bolsa e a chave do meu carro e fui de encontro ao meu amor. É, não é fácil levar esse namoro. Nossa vida é muito diferente, mas ambas são muito corridas. O que acaba causando desencontros.

Alguns longos minutos depois eu cheguei no condomínio. Entrei e fui direto para a casa dele. Quando eu for embora, aproveito e passo pra ver minha mãe e Gabi. Toquei a campanhia e logo vi tia Zezete abrir a porta.

- Oi meu amor! - me abraçou.

- Tudo bem, tia?

- Tudo sim e com você? - desfez o abraço e me olhou sorrindo.

- Tudo ótimo! O Rafa tá?

- Tá sim. Lá no quarto, pode subir. - sorri e assim fiz, mas antes encontrei o tio na sala. O abracei rapidamente e subi as pressas para ver meu Rafa. Bati em sua porta.

- Entra! - assim fiz e o encontrei largado na cama, distraído mexendo no celular. Somente com uma bermuda de moletom, sem camisa. - Nem preciso olhar pra saber quem é. Esse cheiro é inconfundível! - finalmente me olhou sorrindo. Deixei minha bolsa na poltrona e sorrindo fui ao seu encontro. Deitei ao seu lado, deixando meus pés para fora. Fiz bico para que eu o beijasse e assim fiz, o abraçando em seguida, dando um forte cheiro em seu pescoço de olhos fechados. Amanhã ele já vai estar longe e durante uma semana não vamos nos ver. Isso acaba comigo!

- Você tá só de bobeira? - perguntei ainda abraçada a ele. Eu não queria largar.

- Agora eu não tô mais. Deita direito, vem mais pra perto de mim.

- É que eu tô de salto. - levantei uma de minhas pernas, para que ele visse.

- Tira uai! - sorri e me afastei tirando minha sandália. E logo fui para meus braços.

- Eu vou sentir saudade. - eu estava em cima dele, com o rosto na curvatura de seu pescoço, enquanto ele acariciava meus cabelos.

- Cê num imagina eu... - respirou fundo. - Mas a noite de ontem vai me ajudar a aguentar a saudade. - afastei meu rosto de seu pescoço o olhando, sorrindo.

- Por que?

- Porque eu vou lembrar do quanto ela foi maravilhosa e isso vai amenizar a saudade... Ou não. - rimos e eu mordi sua bochecha, ouvindo ele reclamar. - É canibal agora? - segurou meus cabelos enquanto eu sorria. Ficamos alguns segundos calados e ele me olhava com um olhar totalmente apaixonado. - Sua linda! Cê é muito linda sabia? É uma anã, mas é linda demais! - tava demorando... Apontei o dedo do meio pra ele.

- Você é tão chato! - neguei o olhando.

- Sou mesmo? - sorria travesso.

- Nossa, muito! - reforcei e ele gargalhou me beijando em seguida. Um beijo calmo, molhado, sem pressa, onde ele explorava cada lugarzinho da minha boca com sua língua. Encerrou com selinhos.

- Hoje cê tá de calça, comportada. Gostei. - falou próximo a minha boca.

- Claro! Eu vim direto do trabalho. - comecei a dar seguidos beijos em sua bochecha, seguindo para seu pescoço.

- Você anda tomando anticoncepcional? Ontem a gente não se protegeu.

- Relaxa, eu tô tomando sim. Não quero ser surpreendida por uma gravidez agora.- em seguida dei uma mordida forte em seu pescoço ouvindo seu grito.

- Filha dá mãe! - não segurei minha gargalhava. Afastei meu rosto o olhando. - Mabele, isso doeu! - me olhava " bravo" - Muié bruta! Não sabe da carinho... - fez drama.

- Que dramático! Eu sou carinhosa sim. Quer que eu dê um beijinho? - o olhava segurando o riso.

- Sabe pra onde você vai? - com o olhar incentivei que ele continuasse. - Vai pra po... - quando percebi que ele iria falar um palavrão coloquei a mão em sua boca.

- Falar palavrão é feio! - fingi lhe dar uma lição de moral e em seguida tirei minha mão de sua boca.

- Fingida! - Gargalhei e o beijei em seguida. Logo depois do beijo ele tentava devolver a mordida, enquanto eu desviada rindo. Quando percebi que logo ele conseguiria, levantei e logo ele levantou também. Corri e abri a porta do quarto em meio a gargalhadas.

- Cê me paga! Para aí! - falava enquanto corria trás de mim. Descemos as escadas e vi que o tio nos olhos assustado. Corri pra cozinha onde encontrei tia Zezete.

- Tia, olha seu filho! - parei perto dela e ele se aproximava. Tia zezete nos observava sorrindo.

- Não adianta ficar perto da Mamusca.

- Rafa!

- Vocês parecem duas crianças. - Tia disse rindo. A olhei e nesse tempo senti ele me pegar em seus braços me deixando de bunda pra cima, fazendo com que minha cara ficasse quase em sua bunda.

- Me solta! - lhe dava tapas enquanto ele subia comigo.

- Agora cê vai ver o que é bom! - quando chegamos no corredor eu ameacei morder sua bunda. - Sua boca nem vai até lá. - me zuou. Filho da mãe! Entramos no seu quarto e logo ele me jogou na cama.

- Amor, eu vou ficar mais marcada. Você já fez um estrago ontem. Olha. - virou a cabeça pro lado, me mostrando seu pescoço e realmente haviam algumas marcas, mas nada demais. E que se foda! Vai ter troco. Sem falar nada deitei em cima dela, segurei seus braços e mordi forte seu ombro. - Rafael! - reclamou. - Seu merda! - gargalhei.

- Não é bom? Deixa eu morder de novo. - fiz graça.

- Eu te dou um tapa! Pode parar. - me ameaçou. A olhei sorrindo.

- Dorme aqui hoje? - revirou os olhos sorrindo em seguida.

- Tava demorando... Amanhã eu trabalho cedo, amor.

- Dorme aqui, amor. - insisti.

- Aqui ainda fica mais longe da empresa. Você não quer ir lá pra casa? - passou a mão por meus cabelos.

- Pode ser.

- Meu neném. - o beijei. Ficamos ali a tarde toda. Trocando carinhos, conversando e claro que vez ou outra ele me zoava por algum motivo. Quando anoiteceu fomos para minha casa.

 Estava no banho, quando ouvi a voz do Rafa.

- A Eloísa tá ligando, Bele.

- Atende aí. Diz que eu retorno quando sair do banho. - não ouvi mais sua voz.

* Luan narrando.

Fiquei de bobeira esperando Bele sair do banheiro, até que seu celular tocou. Era Eloísa. Bele pediu para que eu atendesse, assim fiz.

- Oi Eloísa, tudo bem?

- Tudo e com você?

- Tudo bom. A Bele tá no banho, disse que te retorna quando sair.

- Ah, tudo bem. Beijo. - desligou e eu como não tinha nada pra fazer, resolvi fuçar o celular dela. Encontrei cada foto zoada do snap salva na galeria de fotos. Entrei em seu insta e decidi postar uma delas:

              "Sou maravilhosa" 

De imediato as meninas comentavam várias risadas e me marcavam na foto. Eu me divertia olhando. Era cada comentário...

- Do que você tá rindo aí? - ouvi sua voz e quanto olhei ela se aproximava somente de roupão.

- Nada uai. - dei de ombros.

- Como nada? Me dá isso agora! - ri de leve e ela tomou da minha mão. Quando viu abriu a boca e arregalou os olhos. - Cara, eu juro que não tô crendo nisso! - me olhou feio. - Viado! - senti um tapa em meu ombro. - Luan, você é muito filho da mãe. - negou com a cabeça. - Todo mundo me zoando. Idiota! - jogou o celular na cama e foi para a frente do espelho. Ela ficou brava...

- Amor, cê já tinha postado no snap.

- No snap. Não no insta. - sorri e levantei a abraçando por trás.

- Desculpa, eu apago.

- Todo mundo já viu. Me solta. - pegou o secador, ligando na tomada.

- Deixa de bobagem.

- Me solta! Quero secar meu cabelo. - atendi seu pedido e voltei para a cama. Peguei seu celular e fui no seu snap esclarecer tudo, como forma de me redimir com ela. Ligou o secador, fazendo aquele barulho chato, mesmo assim eu gravei.

- Gente, quem postou aquela foto zoada foi eu. Agora a pinguinho tá com raiva de mim. O que eu faço pra ela me perdoar? - postei um e pelo barulho do seu secador, ela nem viu que eu estava gravando. Comecei outro vídeo. - Eu achei exagero né?! Ela já tinha postado aqui mesmo. - fechei os olhos dizendo:- Minhas neguinhas do meu coração. - os abri novamente -  Me ajudem? Comente lá: Bele perdoa o Luan Conto com vocês em?! - encerrei o vídeo e postei também, gravei outro mostrando somente ela, mas por consequência aparecia um pouco das minhas pernas, mas eu estava de bermuda, então tudo bem.

Depois dos snaps choveu de comentários na foto e claro que vários prints e postagens do meu vídeo. É muito raro eu aparecer no snap e elas agradeceram. Dizendo que somente uma " briga" com a Bele pra eu aparecer. Senti um peso na cama. Era ela. Perfumada por seus cremes de corpo e usava uma camisola azul marinho linda!

- Vem cá. - a chamei, já que ela ficou um pouco afastada. - Quero te mostrar uma coisa. - se aproximou e então eu lhe mostrei os comentários.

- O que você aprontou pra elas estarem pedindo isso? - me olhou sorrindo. Linda!

- Eu pedi ajuda uai. Pra vê se assim você amolece o coração.

- Bobo. Eu perdôo. Mas não faz mais isso! - apontou o dedo.

- Pode deixar. - sorri e deixei o celular na mesinha de lado beijando Bele em seguida. Gravamos um snap juntos para mostrar que havia dado certo e estávamos bem. Minhas fãs é claro que riram disso tudo. Algumas interpretaram mal, falando que nós só deveríamos dormir juntos depois do casamento. Posso com isso? Não dei a mínima e por fim acabamos no amando novamente para finalizar a noite da melhor maneira.





Esses dois parecem crianças as vezes hahaha. O Luan adora irritar a Bele né?! Mas no fim fica tudo bem! Haha. Quem aí se diverte com esses dois? 
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Bjs, Jéssica. ❤