Capítulo 110

Depois que cheguei da academia, tomei banho e vesti um macaquinho simples. Eu estava nervosa, mas estava decidida. Com alguns minutos cheguei em frente a casa do Luan e logo me arrependi de ter marcado aqui. Todos devem estar em casa... Liguei pra ele, como ele pediu.

- Chegou? - falou assim que atendeu.

- Sim. Tô aqui fora.

- Tô descendo. - desligou e em poucos instantes, ele abriu a porta com um sorriso gigante. Estava de bermuda e camiseta.

- Todo mundo tá em casa? - perguntei logo de cara.

- Não, os coroas foram jantar fora. Saíram agorinha. - sorri aliviada. Queria privacidade. - Vem, entra. - assim fiz. - Você prefere ficar aqui, ou no meu quarto?

- No seu quarto é melhor né?!

- Então vem. - segurou minha mão e subimos, ele foi mais na frente e eu fui guiada até seu quarto. Quando chegamos, sentamos na cama de frente um pro outro. Olhei ao redor rapidamente. Fazia tanto tempo que eu não vinha aqui. Esse lugar me trás tantas lembranças, tantas vezes nos amamos, discutimos, rimos. Enfim, fomos felizes.

- É... Eu vou começar a falar e eu quero muito que você me escute com muita atenção.  - ele assentiu e então eu comecei: - Bom Rafa, eu pensei, pensei muito nesses dias no que fazer, no que séria certo... E eu percebi que não dá pra ficar sem você. - ele sorriu com os olhinhos atentos me olhando. - Apesar do que você fez.. Mas eu quero deixar bem claro: qualquer vacilo de você der, acabou pra sempre tá? Eu te amo, mas eu também me amo. Eu capo você, se você fizer uma cachorrada dessa comi... - ele sorria e antes que eu terminasse ele me beijou. Um beijo que traspassava toda sua alegria. Encerrou o beijo com selinhos e segurou as laterais do meu rosto e com um sorriso gigantesco falou olhando em meus olhos.

- Eu nunca mais vou errar desse jeito meu amor. Nunca mais! Eu te amo demais, eu preciso de você demais. - selou nossos lábios e me abraçou forte. - Cê num imagina o tanto que eu tô feliz.

- Eu também tô muito feliz. - sorri acariciando seu cabelo. Ele afastou o rosto e me beijou novamente, desta vez um beijo longo, calmo, mas envolvente. Sua língua se movimentando dentro da minha boca, me causando sensações maravilhosas.

- Amor, quando eu posso anunciar que estamos juntos de novo? - perguntou logo depois do beijo.

- Você já tá pensando nisso? - ri de leve.

- Claro uai! Quero que todos fiquem sabendo que você é só minha de novo.

- Eu sempre fui sua. - admiti.

- Sabe que eu sempre tive essa impressão. - franziu as sobrancelhas.

- Idiota! - ri e o beijei novamente.

- Você ainda não me respondeu... - falou após o beijo.

- Tenho que falar com minha família primeiro. Depois disso você anuncia beleza?

- Beleza! Agora vem cá, que eu quero te encher de beijo. - segurou meu rosto o beijando todo, me fazendo rir. Me deitou na cama, ficando em cima de mim. Tentou morder minha bochecha, mas antes que ele fizesse isso eu segurei seu rosto o afastando.

- Não morde!

- Porque uai? - riu.

- Porque dói!

- Patricinha besta! - ele estava falando aquilo só pra me irritar.

- Não sou patricinha.

- É sim! Cheia de mimimi.

- A é? Então tá vou embora, tá tudo acabado, Luan Santana. - fiz drama tentando tirar ele de cima de mim, em vão. Ele gargalhava. Filho da mãe! Eu já me segurava pra não rir também.

- Deixa de bobagem! Eu te amo assim: patricinha e cheia de mimimi. - beijou minha bochecha e depois ficou me olhando, com o rosto bem próximo.

- Não sou patricinha, seu chato. - passei o dedo por seus lábios e em seguida ele me deu um selinho longo.

- Te amo. - sussurrou com os lábios ainda encostados nos meus.

- Eu que te amo! - sorri e coloquei minhas mãos entre seus cabelos e iniciei um beijo. Logo minha língua pediu passagem e começou a viajar dentro da boca dele. O beijava com vontade, com muita vontade! Eu me sentia realizada e muito feliz. Eu estou com meu amor novamente! O beijo se prolongou até que nos faltasse ar, quando isso aconteceu, Rafa desceu seus beijos para meu pescoço e suas mãos apertavam minha cintura. Meus olhos estavam fechados e minhas mãos acariciavam e puxavam de leve seu cabelo. Eu sei onde isso vai parar... Seus beijos foram para meu colo e então eu tentei parar com aquilo. Eu não podia, infelizmente.

- Rafa, para. - segurei seu rosto e ele me olhou sem entender. - Tô naqueles dias.

- Não me diz isso não. - lamentou e eu acabei rindo de leve.

- Luan? - ouvi a voz da tia Zezete.

- Oi mãe?

- Já chegamos filho. Abre aqui, preciso arrumar suas malas pra amanhã.

- Tô indo. - levantou e eu levantei junto, tentei dar um jeito no meu cabelo rapidamente. Quando tia Zezete entrou sua expressão foi de total espanto.

- Bele... Você aqui?... Vocês?... Espera, me expliquem isso. - Tadinha, estava totalmente perdida. Rafa riu assim como eu.

- Mãe, calma. Eu vou explicar. Bele e eu, voltamos! - me abraçou de lado.

- Mas como? - ela ainda estava perplexica. Rafa explicou tudo direitinho, das suas tentativas e das nossas conversas, mas nada detalhado. - Tô muito feliz por vocês! Sabia que não iriam aturar tanto tempo longe um do outro. - sorriu.

- Ela aguentava Mamusca. Se não fosse eu ir atrás...

- Fez o mínimo, Luan! - Tia falou, ficando do meu lado. Gargalhei.

- Isso é complô! - negou com a cabeça. Tia Zezete começou a arrumar a mala e comentou o quando Bruna ficará feliz quando souber. Luan não me largava. Sentou na poltrona e eu no colo dele de lado.

- Você vai pra que cidade? - perguntei o olhando.

- Rio grande do sul. Você bem que poderia ir comigo, pinguinho.

- Não posso não. Tenho muito trabalho. - fiz bico e ele sorriu.

- Coisa linda! - coloquei minha cabeça na curvatura do seu pescoço.

- Quando vai ser anunciado? - Tia Zezete perguntou.

- Quando eu falar com meus pais. - respondi.

- O Amarildo já sabe disso? - riu de leve.

- Não. - Luan respondeu. - Onde ele tá?

- Ficou na sala, no celular.

- Bora lá amor. Ele vai levar o maior susto! - falou animado e acabei rindo.

- Vamos. - levantamos e ele entrelaçou sua mão na minha. Que saudade eu senti, até desses pequenos detalhes. Saímos do quarto e no caminho ele não parava de falar do susto que o tio iria levar. Quando chegamos no último degrau da escada, vimos o tio sentado assistindo um jogo que passava.

- Pai...

- Ô Luan, olha aqui, o Barcelona tá até bem. Esse Neymar joga em?! - falou sem olhar e então ficamos na frente dele de mãos dadas. Tudo coisa do Luan, como é bobo! A cara de surpresa que tio Amarildo fez, estava impagável!

- Vocês estão juntos de novo?

- Estamos. - Rafa respondeu sorrindo.

- Que bom! - sorriu. - Não pensei que voltaria a ver vocês juntos novamente. - É tio, eu também jurei pra mim mesmo que não voltaria, mas sou trouxa e o amo como nunca amei ninguém. Pensei.

- Aqui é amor demais da conta, Pai! - Luan beijou minha bochecha. Saímos de frente da televisão.

- Sentem, vamos assistir aqui.

- Obrigada, tio, mas eu já tô indo.

- Já? - Rafa fez careta.

- Já ué! Já deve ser meia noite. Eu trabalho amanhã cedo.

- Ah não amor, fica mais! - sorri derretida com ele todo dengoso.

- Tenho que ir. - suspirei. - Vem me deixa até a porta.

- A Mamusca vai ficar com raiva que cê não vai se despedir dela.

- Vai nada... - o puxei pela mão. - Tio, beijo.

- Tchau minha querida.

Chegamos do lado de fora e Rafa me abraçou.

- Queria acordar juntinho de você amanhã e depois e depois e depois... - ri de leve.

- Isso não vai acontecer nem quando você decidir me pedir em casamento.

- Minha vida é foda mesmo. - entortou a boca.

- Mas é maravilhosa do jeitinho que é.
- É verdade. - deu um cheiro em pescoço. - Ô cheiro bom da porra! - ri novamente.

- Eu vou sentir saudade, neguinho. - o apertei em meus braços.

- Nem deu tempo de matar ela.

- Verdade. Mas quando a gente se ver novamente, a gente recompensa. - falei maliciosa.

- Bele... - me olhou com um sorriso contido.

- Que foi? - ri de leve. Incrível como meu sorriso aparece com tanta facilidade quando estou com ele.

- Cê fica me atiçando, pingo de gente!

- Eu te atiçando? Não fiz nada! - sorri.

- Essa sua voz não é nada né?! Esse seu sorriso sem vergonha também não é nada. A saudade que eu tô de fazer amor com você também não é nadinha. - ironizou e eu já gargalhava.

- Bobo!

- Bobo nada. - olhou pro lado. Mordi sua bochecha, claro ficando na ponta do pés. - Quando eu quero morder cê num deixa... - encolheu os olhos me olhando. Sorri sapeca. Era perceptível o amor que ele sente por mim só pela forma de me olhar.

- Quando você chegar em Rio grande do sul, me avisa tá? - ele sorriu abobalhado. - Que foi? - perguntei sem entender.

- Vai começar com a frase clichê. Eu morria de saudade disso. Nossa senhora! No começo, assim que terminamos eu estranhei demais.

- Agora vai ouvir sempre. - sorri selando nossos lábios. Ele iniciou um beijo pra lá de gostoso. Me tirou do chão e eu sorri entre o beijo, então ele continuou... Que beijo maravilhoso! Me colocou no chão novamente sem interromper o beijo. Suas mãos que estavam em minha cintura desceram para minha bunda e ficaram passeando por ali. Arranhei sua nuca de leve e voltei a colocar minhas mãos entre seus cabelos, dando leves puxadinhas. Nossas línguas numa sincronia única! Ele encerrou o beijo e sussurrou ainda com a boca encostada na minha:

- Que vontade de te levar pra minha cama. - sorri. Mal sabe ele que o beijo dele me desperta a mesma vontade.

- Grosso! - me referi ao jeito que ele falou. E ele riu, beijando meu pescoço em seguida. - Tenho que ir, amor.

- Que linda me chamando de amor!

- Meu amor! - falei pausadamente e ele selou nossos lábios. - Ô, você toma muito, mais muito cuidado nessa viajem! - apontei o dedo em sua cara e ele segurou o tirando do seu campo de visão.

- Eu vou me comportar. - beijou minha bochecha.

- Bom mesmo.  Tenho que ir. - fiz bico e ele mordeu.

- Te amo! Muito! - falou olhando em meus olhos.

- Eu também te amo. Muito! - o beijei, mas não prolonguei tanto. - Tchau, amor.

- Tchau minha pinguinho. - me afastei destravei meu carro e entrei e fui rumo ao meu apartamento com uma felicidade que não cabia em meu ser.

* Luan narrando.

Depois que ela se foi suspirei sem segurar o sorriso. Parecia um sonho, um lindo sonho. Mas o melhor de tudo é saber que eu tenho minha pinguinho de volta. Estamos namorando de novo porra! Minha felicidade é realmente incalculável.
Entrei ainda sorrindo. Acho que não vou conseguir para de sorrir tão cedo. Seu cheiro estava na minha roupa. Eu vou sentir falta dela nesses dias de shows.

- Pai, eu tô numa felicidade que você não imagina! - passei a mão nos cabelos, sentando no outro sofá.

- Quem diria em? Vocês juntos de novo. Tô feliz demais! Agora vê se toma jeito.

- Nem precisa me dizer, não sou doido não. Com aquela dali, eu não vou mais nenhum vacilo sequer. Eu amo ela demais, pai. - sorri.

- Eu sei. Isso tá escrito no seu olhar. - sorriu também.

- Ê paizão, o amor é um bicho doido. - levantei e ouvi ele rir. Subi e fiquei no quarto dividindo minha alegria com Xumba, enquanto ela ainda terminava de fazer minhas malas. Lubele voltou. O Luan de três meses atrás voltou. Eu estou completo, realizado e transbordando de felicidade.


VOLTARAAAAAAM! O que vocês tanto queriam, aconteceu!!! O que acharam do capítulo? Foi tudo repleto de felicidade e amor! 
Obrigada pelos comentários lindas, eu leio tudo! E fico mto, mto feliz. Isso me motiva demais! Até o próximo!!!
META: 10 COMENTÁRIOS.
Bjs, Jéssica. ❤