Acordei cedo para levar meus filhos à escola e antes de acordá-los passei no quarto de hospedes onde Luan dormiu. Abri a porta devagar e observei ele dormir todo esparramado na cama. Vou falar com a Larissa. Ah vou sim! Fechei a porta novamente e fui até o quarto dos pequenos, depois de muita insistência eles levantaram e foram tomar banho. Enquanto isso eu desci e fui preparar o café da manhã. Quando já estava terminando Larissa chegou.
- Bom dia, Mabele. - sorriu.
- Bom dia. Eu preciso falar com você. - franziu a testa e antes que nós pudéssemos prosseguir Melissa gritou meu nome. Assim o Luan vai acordar! - Só um minuto. - saí da sala das refeições e subi as escadas.
- Já tomei banho. - ela disse toda molhada em seu roupão.
- Tudo bem, vamos nos arrumar agora. - É, essa conversa vai ficar para depois. Arrumei os dois bonitinhos com os uniformes e disse para que eles fossem tomar café, Larissa pode auxiliá-los no que for preciso. Tomei meu banho e claro meus pensamentos em torno do que aconteceu. Será mesmo que essa menina está tentando seduzir meu marido? Não se deve confiar plenamente em homem nunca, mas ele mostrou muita sinceridade ontem quando conversamos.
Depois de pronta desci e meus filhos já me esperavam para sair, sentados no sofá.
- Vou comer rapidinho viu, meus lindos?! - eles assentiram sorrindo e Larissa vinha da sala das refeições. - Vem comigo, rapidinho. - a chamei e a mesma imediatamente voltou comigo. Sentei na cadeira e enquanto passava creme de ricota em minha torrada eu disse: - O que você foi fazer no nosso quarto ontem? - ela me olhou assustada. Esperei por segundos e ela não falava nada. - Larissa, eu estou esperando.
- É... Eu acho que isso foi um baita mal entendido. - franzi a testa dando toda a atenção a ela. - Eu fui buscar o tablet da Lissa, porque ela estava querendo o do Enzo e enfim, eles estavam começando uma discussão. Mas eu acabei errando de quarto. - fiquei ainda mais intrigada quando ela terminou de falar.
- Errou? A porta do quarto deles é personalizada. Não tem como errar. - sorri sem humor algum.
- É que eu estava no celular com minha avó, você sabe que ela esteve no hospital e eu quis saber se estava realmente tudo bem. A preocupação desses dias está me deixando um pouco aérea.
- Foi isso mesmo?
- Sim, Mabele. Não vai acontecer de novo. Me desculpa, eu não tinha intenção de ver seu marido somente de toalha. Eu nunca... Nunca...
- Tá bom. Eu já entendi. Espero que realmente não se repita. Você é uma funcionária e desse estar consciente do lugar que ocupa aqui dentro.
- Não, é claro que estou. Me desculpa mais uma vez. - assenti com a cabeça.
- Preciso tomar meu café. - com isso ela saiu e foi de encontro com meus filhos. Será mesmo que foi isso? Ela parecia bem sincera. Talvez foi...
" Ah, Mabele você e esse ciúme. "
Quando terminei fui de encontro aos meus filhos.
- Vamos? - os chamei.
- Eu pensei que eu levaria os dois para a escola. - ela me olhou sem entender, já que na grande parte das vezes ela faz isso, quando vem pela manhã como hoje.
- Não, eu mesma levo. Você pode buscá-los, se o Luan não fizer questão. Eu falo com você através do whatsapp ou ligação para confirmar. Pode voltar pra casa e estudar.
- Ah, eu agradeço. Realmente tenho um trabalho para fazer. - ela sorriu.
- Certo. Então as 11:30 você vem. - ela assentiu sorrindo e depois de deixar im beijo na testa dos gêmeos saiu junto conosco. Fui conversando com meus pequenos e esqueci a conversa que vou ter com Luan quando chegar. Ele está chateado e vai me falar poucas e boas, aliás, muitas e ruins palavras. Suspirei com o pensamento e tratei de esquecer dando total atenção aos meus filhos.
Desci com eles assim que chegamos na escolinha e fui deixá-los até a sala.
- Bom dia! - cumprimentei a professora e a auxiliar.
- Bom dia! - responderam juntas de bom humor.
- Boa aula pra vocês. Se comportem, meus corações. - falei com meus filhos depois de me agachar ficando da altura dele.
- Pode deixar, mamãe. - responderam quase em coro.
- Meu beijo. - fiz bico e eles me deram um selinho, um de cada vez. - Amo vocês do tamanho do universo. - Fechei os olhos e eles riram.
- Eu também te amo, mamãe. - Enzo disse me abraçando.
- Eu também amo do tamanho do universo. - Melissa me a abraçou também.
- Melissa, Enzo, vamos? - a professora os chamos.
- Vão lá. - nos despedimos e eles foram. Sorri boba olhando eles indo até seus lugares. São as coisas mais lindas! Pra mim, são as obras mais lindas que Deus já fez em toda a história. Ser mãe é tão maravilhoso! Hoje os dois são as razões da minha vida. Vivo em função deles, e amo isso. Amo tanto que dói!
Cheguei na empresa e minha manhã foi corrida, já que fui para uma obra com Murilo. Quando olhei as horas já eram quase onze. Tenho que ligar pro Luan. Foi isso que fiz. Chamou, chamou, chamou... E quase na última chamada ele atendeu.
- Oi. - Disse com a voz rouca e sonolenta.
- Você ainda tava dormindo?
- Uhum.
- Desculpa te acordar, liguei pra saber se você vai buscar nossos filhos, ou a Larissa faz isso?
- Não, eu vou. Que horas essa menina vai chegar? Espero que seja quando você já estiver em casa. - resmungou.
- As 11:30 ela tá chegando, eu vou um pouco mais tarde.
- Desmarca com ela, quero passar o dia com os dois na casa dos meus pais.
- Tá bom.
- Quando você chegar, vai pra lá também.
- Tudo bem. - ficamos em silêncio por segundos. Eu queria tanto que estivesse tudo bem entre nós. Fechei os olhos e suspirei forte. - Vou desligar, tenho muito trabalho por aqui.
- Tchau. - seu tom frio de se despedir mostrou que nada ainda estava bem. Merda! Continuo achando que tive razão para sentir ciúmes. Eu amo demais aquele criatura e os acontecimentos dos últimos dias vem me enchendo. O clipe, a distância e quando veio passou o dia em função desse clipe. Que ele vai beijar outra. Isso fica martelando na minha cabeça. Não poderia ter me escolhido? Eu sei, nunca atuei, mas poxa, eu sou a esposa dele. Poderia sim ser dessa maneira.
- Mabele, vem cá. - Murilo me gritou e eu fui até ele esquecendo meus problemas pessoais.
(...)
Cheguei em casa e não encontrei ninguém, como era de se esperar. Tomei um banho e vesti um vestido levinho, soltinho, estampado de mangas longas.
Quando cheguei a casa de meus sogros, todos estavam na sala, me surpreendi ao ver minha cunhada com Breno.
- Oi, gente. - falei em geral e meus filhos correram até mim, agarrando minhas pernas.
- Oi! - responderam.
- Estávamos esperando você para comer.
- Nem precisava. - falei enquanto enchia meus gêmeos de beijos. Depois disso, procurei Luan com o olhar e ele me olhava impassível. Não soube o que ele estava pensando, sentindo e isso me deixou desconfortável.
- Amorzinha, quero levar os dois comigo pra Salvador esse fim de semana. - Bru falou me tirando de meus pensamentos.
- O que? - me aproximei.
- Vamos pra mesa. - Minha sogra nos chamou e a mesa já estava toda pronta, só esperando por nós.
- Eu estou de férias, a peça acabou e então eu vou tirar uns três dias em Salvador com Breno, os dois querem muito ir comigo. - me olhou como um cachorro que caiu da mudança.
- É verdade, mamãe. - Enzo confirmou sentando.
- Não sei... - olhei Luan que ainda me avaliava.
- O papai deixou. Disse que só depende de você, mamãe. - Melissa falou enquanto minha sogra colocava a comida dela.
- Eu vou ficar sozinha. - Ri fraco, os levando a risadas, vi Luan segurar a dele.
- Dois dias, cunha.
- Três. E eles vão faltar na segunda?
- É só um dia, Bebele. - Até minha sogra estava apoiando. Olhei os gêmeos, avaliando.
- Você toma todo cuidado do mundo? - olhei minha cunhada.
- Claro, uai. - disse firme.
- Tudo bem. - falei depois de um suspiro e eles comemoraram, fazendo meu sogro e Luan rirem. Sentei ao lado do meu marido e mesmo sem graça eu falei com ele: - Oi.
- Me viu agora? - ironizou. Quase revirei os olhos e decidi não responder, comecei a colocar minha comida enquanto Bruna já fazia altos planos com Melissa e Enzo. Confesso que vai ser difícil, eu nunca me separei assim deles. Um distância tão grande. Luan vai viajar no meio da madrugada também e quando eu chegar do trabalho não vou ter esses dois pingos de gente me esperando. Vai ser complicado.
Eu conversava com meus sogros animadamente, enquando Luan falava com Breno. Bruna comia concentrada e Enzo e Melissa estavam em um assunto que só eles entendiam. Tudo estava harmonioso, mesmo com o clima entre eu e Luan que pareceu passar despercebido por todos, ou disfarçaram muito bem.
* Luan narrando.
Por volta das 16 horas voltamos para casa, Melissa com as pernas em volta do meu pescoço, segurando minha cabeça e Enzo de mãos dadas com Bele. Fomos caminhando, como viemos. Mabele mal falou comigo e apesar de eu estar chateado depois de ontem, eu tô morrendo de vontade de agarrar essa mulher. Desde que cheguei de viajem só brigamos por conta do clipe e depois por conta da tal Larissa. Fomos ouvindo as histórias bobas de Melissa e Enzo, dando total atenção ao assunto deles e quando chegamos eles ficaram no chão da sala brincando, enquanto eu subi atrás da minha esposa. Entrando em nosso quarto, eu fechei a porta. Ela sentou na cama e me olhou com seus grandes, lindos olhos.
- Eu falei com a Larissa. - soltou um suspiro.
- E? - me mostrei frio, procurando o carregador do meu celular.
- Dá pra você parar e sentar aqui? - pediu entediosa. Atendi seu pedido e assim que sentei ela continuou. - Ela me disse que confundiu o quarto, estava no celular distraída.
- Ainda acha que tenho um caso com ela? - falei sério e tirei minha touca, deixando livre meus cabelos que estão bem grandes. Passei a mão por eles, na tentativa de domá-los.
- Desculpa, eu estava com ciúmes. - me olhou toda manhosa e cheia de culpa.
- Eu não admito que isso se repita, Mabele. Entendeu?
- Eu tive razão, Luan! - Imagine se ela soubesse do olhar que essa funcionária trocou comigo quando quase enfiou sua bunda em minha cara.
- Eu não tô me referindo ao seu ciúme, tô falando do que você me disse. Insinuando coisas, como um caso com outra pessoa. - falei como se aquilo fosse um absurdo, e na verdade é.
- Desculpa, eu estava explodindo por conta desse clipe e ainda fiquei sabendo... - antes que ela continuasse, interrompi.
- Tudo bem. Te desculpo. - passei a mão por seus cabelos. - Esquece o clipe.
- Impossível. - riu fraco.
- Você quer acompanhar tudo de perto e ter certeza que não vai ser nada além de profissional? - decidi propôr na tentativa de acabar com essa briga e esse ciúme descabido.
- Quero. - seus olhos penetrados nos meus.
- Então cê acompanha. Pode ir comigo nas preparações e nos dias das gravações.
- Melhor assim. - sorriu sem mostrar os dentes e eu me aproximei, coloquei uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. Beijei sua bochecha e cheirei em seguida. Desci meu rosto para seu pescoço e cheirei novamente. Ah, esse cheio é tão maravilhoso!
- Minha cheirosa. - beijei seu pescoço, vendo ela se arrepiar. - E ciumenta. - complementei beijando o local mais uma vez. Seu corpo todo entregue para mim, molinha. Afastei meu rosto minimamente e beijei sua boca. Enfiei minha língua que encontrou-se com a dela. Eu queria tanto isso! Suas mãos seguraram meus cabelos com firmeza aprofundando o beijo, que se prolongou até que ela encerrasse.
- Te amo. - falou com a boca colada na minha.
- Eu também te amo demais. - selei nossos lábios, uma, duas, três vezes. O desejo por ela já estava a ponto de explodir. Um simples beijo despertou minha vontade de dias! - Quero te amar todinha. - logo a beijei novamente.
- Melissa e Enzo. - me lembrou de nossos filhos após o beijo.
- Eles estão brincando. Vem, senta aqui. - bati no centro da cama e ela sentou com as pernas cruzadas. Fiz o mesmo ficando de frente pra ela. Passei as mãos por suas pernas até levantar o vestido e ver sua calcinha pequena e rosa. Sorri e beijei sua boca novamente, minha mãos procuraram seus seios e os apertei, sentindo-os durinhos e pontudos. Ela também me deseja imensamente. Chupei sua língua e ela gemeu, me deixando ainda mais duro. Minha mão procurou seu sexo e eu acariciei por cima da calcinha, enquanto mordia seu pescoço e ela tentava tirar minha blusa. Levantei meus braços para que ela realizasse sua vontade, logo em seguida voltei minha atenção na sua intimidade, afastei a calcinha e só de olhar eu gemi.
- Toda molhadinha pra mim. - sorri surpreso e gostando muito. Ela abriu mais as pernas, deixando-as uma de cada lado das minhas.
- Tudo seu. - disse com a voz rouca e meu membro pulsou. Esfreguei seu clitóris com movimentos circulares e ela fechou os olhos, abrindo a boca. Gostosa. Deitei de bruços ficando de cara para sua intimidade e logo minha língua entrou em ação, arrancando gemidos dela. Era tudo que eu queria desde que cheguei de viagem e ao invés disso só brigamos... Penetrei minha língua e ela gemeu alto, sorri e chupei forte seu clitóris em seguida.
- Eu vou gozar desse jeito. - Falou baixinho.
- É a intenção. - penetrei um dedo que deslizou dentro dela, quentinha. Puta merda. Tão pronta! Comecei com meus movimentos e ela não parava de gemer gostoso pra mim. Ouvi a voz de Enzo me chamar no corredor, baixei o vestido da Bele ao perceber que a porta estava entreaberta, mas isso não impediu meus movimentos com o dedo.
- Pai... O que vocês estão fazendo? - Nos olhou sem entender e eu encostei a cabeça entre as pernas da Bele.
- Luan... - ela falou em meio a um gemido, como se quisesse que eu parasse. Não mesmo.
- O que foi, Enzo? Tô tentando dormir.
- Eu ouvi uns barulhos e fiquei com medo. - Me deu vontade de rir ao perceber que se tratava dos gemidos de sua mãe.
- Não foi nada, volta pra lá. Preciso dormir. - Olhou Mabele ainda desconfiado, a mesma não conseguia nem olhar na cara do filho. Assim que ele saiu penetrei mais um dedo e ela gemeu alto. - Quer que ele volte?
- Com você fazendo assim não dar pra gemer baixo. - chupei forte seu clitóris e ela explodiu se remexendo na cama e chamando meu nome repetidas vezes. Nos amamos por mais algumas horas e eu ainda queria mais, mas ela se negou dizendo que as crianças estavam sozinha. O quarto todo escurinho, mostrava que o sol já não estava presente. Deitado em cima dela eu a abracei e fiquei cheirando seus cabelos, seu pescoço.
- Eu te amo tanto. - sussurrei e percebi que ela mexia no celular.
- Eu também te amo, neném. - sorri. Eu amo quando ela me chama de neném, ou neguinho. Beijou o canto da minha boca e disse: - Olha. - me mostrou seu snap uma foto nossa:
- Vai dar o que falar...
- Como diz aquela música: deixa o povo falaaaaar. - cantou me levando a risadas. Como é bom perceber que está tudo bem entre nós, espero que continue assim. Mesmo contra minha vontade ela desceu depois de vestir minha camisa para ver como nossos filhos estavam, voltou dizendo que os dois haviam dormido no chão, em cima do enorme tapete. Os trouxe para o quarto deles e logo voltei para a minha cama, com minha pinguinho. Aproveitei sua presença, seus carinhos.
Quantos acontecimentos!!! Larissa não vou demitida, como muitas queriam. Acreditaram na história que ela contou? Pelo jeito Mabele sim. Enfimmmmm o casal se acertou! Se amaram e Enzo ainda os pegou na flagra. Hahahahaha Será que agora que Mabele vai acompanhar tudo do clipe, o ciúmes vai sumir? Quero saber a opinião de vocês! 😍
Comentários respondidos.
A demora é somente a falta de tempo, mas está bem perto do fim. Algo mais que 10, 13 capítulos e daremos adeus a essa história. Massa vem outra! É, eu vou escrever outra! Espero que vocês amem tanto quando amam essa.
Bjs, Jéssica. ❤
terça-feira, 30 de agosto de 2016
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Capítulo 171
Entramos no mês de Setembro e se confirmou o que eu menos queria. O projeto do Luan, mais precisamente seu clipe que será gravado antes da gravação de seu novo DVD. Se fosse um simples clipe, eu não estaria de cabelo em pé... Ele vai beijar a atriz, modelo, ou sei lá o que! Eu não estou fazendo questão de saber direito.
Hoje é sua " folga", ele está junto do diretor do clipe, pois tem uma preparação e blá, blá, blá. Eu quis ir, quero ver isso de perto, mas ele inventou desculpas envolvendo nossos filhos fazendo com que eu ficasse em casa.
- Mamãe, papai está em casa? - Melissa perguntou, enquanto voltavamos da escolinha deles no carro.
- Não, está trabalhando. - não escondi meu mal humor.
- Mamãe, cê tá triste? - Enzo falou e eu fico tão boba com seu sotaque! Mesmo nascendo em São Paulo ele tem muito o sotaque do pai.
- Não, meu amor. Só estou concentrada no transito. - os olhei através do retrovisor interno. Os dois devidamente em suas cadeirinhas.
Chegamos em casa e eu fui fazer nosso almoço. É, nesse anos eu aprendi a cozinhar! E modéstia a parte, muito bem.
Quando sentei para almoçar junto de meus filhos, que estão limpinhos depois de um banho, Luan chegou. Nós discutimos antes de ele sair, enquanto os gêmeos estavam na escola.
- Oi. - sorriu e me beijou rapidamente, correspondi e respondi baixo, quase inaudível.
- Oi.
- E meus corações? Como estão?
- Bem, papai e com saudade. - Melissa falou toda derretida e se remexeu ansiosa na cadeira quando viu ele se aproximar.
- Eu pensei que você fosse buscar nós dois, pai. - Enzo disse, quando Luan abraçava Melissa forte.
- Não deu, eu estava trabalhando. Mas vim almoçar com vocês. - deixou um beijo na bochecha de nossa filha e em seguida abraçou nosso menino. Me olhou receoso após o abraço e sentou ao meu lado de frente para nossos gêmeos. Continuei em silêncio e comecei a comer, ou tentei, enquanto os dois contavam como foi na escola. Eu sinceramente perdi a fome quando ele chegou. Acabei desistindo e levantei, coloquei meu prato na pia, deixando a cozinha em seguida, sentindo os olhares dos três sobre mim. Deitei em minha cama e segurei a vontade de chorar. Eu não admito que ele grave isso! Beijando outra! Ele é casado, caramba.
Fiquei refletindo e morrendo de raiva. Muita raiva. Ele entrou depois de minutos.
- Porque você não comeu? - perguntou me olhando com cautela.
- Não estava com fome. - respondi no mesmo tom de quando ele chegou.
- Mabele, cê tá exagerando! - ele passou as mãos pelos cabelos, franzindo a testa.
- Tô? Você beijar outra é exagero?
- Isso vai ser totalmente profissional. - sentou na ponta da cama. - Não vamos brigar, por favor. - suplicou.
- Você não está me respeitando! Eu sou sua mulher, Luan! Você é casado e vai fazer uma pouca vergonha como essa.
- Para... Para! - ele negou com a cabeça, falando alto. - Para de ser incompreensiva e tão ciumenta assim! - me olhou bravo.
- Eu não sou obrigada a aceitar tudo, Luan. Todos vão ver esse clipe! Isso é muito desrespeitoso.
- Nós não vamos chegar à lugar algum com essa discussão. Eu não vou deixar de fazer esse clipe por sua causa. - minha vontade era de voar em cima dele e descontar toda minha raiva. Fiquei calada, quase explodindo de raiva e ele me olhando. Segurou meu pé, delicadamente, mas eu logo o tirei de suas mãos.
- Eu vim passar o tempo com vocês. Para com isso. - suplicou novamente.
- Como vai ser isso?
- O clipe?
- É. - cruzei os braços, o olhando.
- Vão ser três dias de gravações Dois em Ilha Bela e um no estúdio.
- Continua...
- É... - ele engoliu seco e eu já não sei se quero saber. - Nós vamos nos pegar em alto mar e eu vou cantar debaixo da água.
- Hum. - as lágrimas de pura raiva querendo vir. Não! Não!
- E no estúdio nós vamos fazer uma cena de casal... Se pegando também, você sabe.
- Um cena? Você não é ator! - fui grossa e ele respirou fundo.
- Eu amo você, minha pinguinho. Pra que isso? Nós temos uma família juntos, temos filhos. Eu não trocaria o que tenho aqui por uma mulher qualquer. É só trabalho!
- Nada do que você me diga vai fazer eu mudar minha opinião. Pode ir lá brincar com seus filhos, eu vou ficar por aqui. Sozinha.
- Nossos filhos. - me corrigiu. - E vem ficar com a gente, por favor? - me olhou com a carinha mais linda do mundo, mas não, eu não quero.
- Não, eu preciso dormir. Daqui a pouco vou pra empresa. A Larissa não conseguiu vir pela manhã, teve que ir ao médico com a avó dela e virá só agora na parte da tarde.
- Que bom, porque eu vou precisar voltar para a preparação novamente.
- Tá. Agora dá licença? - ele suspirou alto e saiu do quarto em seguida. Relaxei todo meu corpo. Nossa, eu não percebi que estava tão tensa. Será que nessa tal preparação ele já beijou a maldita? Preciso ver quem é essa mulher! Eu acho que nunca, nunca estive tão insegura em toda minha vida. Eu não duvido do amor dele, mas toda essa vida de casado, preso à mim e aos filhos pode está cansando ele, eu lembro bem da fama do Luan. Lembro de como ele era! Não parava com mulher alguma, a cada dia uma diferente.
" mas parou com você. "
É, mas pode ter se cansado disso. Gruni e dei um soco na cama. Calma, Mabele. Calma!
* Luan narrando.
Fiquei no jardim com meus filhos depois de mais uma discussão com Mabele. Eu odeio brigar com ela, ainda mais sem motivo. Nossa, eu tô tão empolgado com esse novo projeto, tem tudo para dar muito certo. É só beijo sem sentimento algum. Quando ela perguntou como vai ser, confesso que escondi alguns detalhes. Vou beijar mais de uma mulher, no dia do estúdio vamos estar pelados da cintura pra cima. Será quente, bem quente, segundo o diretor. Ela não precisa saber disso agora.
Alguns minutos depois, cerca de meia hora ela chegou ao jardim. Com aquelas roupas formais que me tiram do sério. Ela fica muito sexy vestida assim.
- Eu tô indo. - Paramos o futebol e Enzo foi abraçá-lá.
- Bom trabalho, mamãe.
- A Lala vem logo? - Melissa perguntou, abraçando-a também.
- Vem, meu amor. Daqui a pouco ela tá por aqui.
- Ei, não tá gostando da minha companhia não, Melissa? - Me fingi de bravo e minha filha sorriu, vindo de encontro à mim.
- Quando a Larissa chegar, avisa que eu chego as quatro da tarde. - Ela me olhou friamente. Merda! Ela está muito brava.
- Vem cá. - ela se aproximou, ainda com uma cara bem fechada.
- Oi?
- Não fica brava comigo. É só trabalho, meu bem.
- Nós já falamos sobre isso. Tchau. - já ia virando quando segurei seu braço. Nosso filhos já estavam distraídos com Élvis. Fiz menção de beijá-lá e ela se afastou. - Não, agora não. - soltei seu braço e observei ela deixar um beijo nos cabelos de nosso filhos antes de sair. Porra. Ela está mesmo brava e chateada. Suspirei. Enzo me chamou, pedindo ajuda pois Élvis estava correndo atrás dele feito louco. Aquilo me tirou um sorriso e logo voltei a brincar com os dois.
(...)
Depois que Larissa chegou, eu fui tomar banho. Eu vi essa menina pouquíssimas vezes. Sempre quando eu estou chegando ela está saindo, ou quando eu estou saindo ela está chegando. Saí do banheiro cantarolando, somente de toalha quando a porta se abriu e ela me olhou arregalada, paralisada.
- Des... Desculpa. Eu, eu.. É, entrei no quarto errado. - gaguejou enquanto me examinava todo.
- Algum problema? - perguntei, me sentindo um pouco constrangido.
- Não, nenhum. E desculpa mais uma vez. - saiu depois de sorrir. Neguei com a cabeça. Ela ficou toda boba me olhando. É só uma menina, Luan. Uma menina deslumbrada com o grande Luan Santana. Bateram na porta e em seguida ouvi a voz da Melissa.
- A Lala estava aqui? - colocou as mãos na cintura, me olhando toda cheia de razão. Posso com isso?
- Ela errou o quarto. - Ri fraco.
- E viu você assim, papai? - Me olhou boquiaberta.
- Não foi nada demais, papai está de toalha. - ela encolheu os olhos e imediatamente me lembrou sua mãe. Sorri. Elas são tão parecidas!
- Vou brincar. - falou indiferente e saiu do quarto. Neguei com a cabeça.
Me vesti e antes de sair fui para a cozinha onde Larissa estava lavando a louça.
- Não precisa lavar, não é seu trabalho. - falei.
- Os dois pediram suco e eu tô lavando agora, são poucas coisas sujas. - sorriu. Sentei para tomar uma xícara de café e me distraí em meu celular. Pensei em falar com minha pinguinho, mas é melhor não. Ela está brava e no trabalho.
- Lala! - Ouvi Enzo chamar da sala.
- Estou indo. - quando ela disse isso, deixou o copo de plástico que iria guardar no armário cair no chão. O que me chamou atenção foi o jeito que ela se abaixou para pegar o copo. Colocou sua bunda, grande bunda pro alto em minha direção. Foi impossível não olhar. Ela está tentando me seduzir? Quando levantou me olhou sorrindo. Porra! Ela está tentando me seduzir. Voltei a olhar para meu celular e decidi sair dali e voltar para a preparação do clipe. Era só o que me faltava! Aquela menina se exibindo pra mim. Eu já tenho problemas demais com Bele, não quero e espero que essa Larissa não seja mais um.
Já no sinal próximo ao lugar de encontro com a equipe do clipe, eu vi uma foto da minha pequenininha:
" @sorayalim pagando de fotógrafa. Deu até saudade dos tempos de campanhas e fotos 😂 "
Linda, linda e linda! Como ela pode pensar que eu queira alguém, quando eu já tenho ela? Esse espetáculo de mulher!
* Mabele narrando.
Tivemos que ir à uma reunião em um restaurante com possíveis clientes. Soraya conseguiu me fazer esquecer dos meus problemas. Ela trás uma energia muito boa, muito positiva. Depois da reunião ela tentou bater fotos minhas na saída. E até ficaram boas. Postei uma e fomos rindo até a empresa novamente. Passei tudo sobre a reunião para meu pai e em seguida me fui encontrar Murilo para mais um projeto que iniciaremos amanhã.
Assim que deu meu horário corri para casa com a vontade imensa de ficar com meus bebês. Quando cheguei dispensei Larissa e estranhei o fato de Melissa estar bem distante dela, apenas se despediu com um tchau de longe, enquanto estava em meus braços no sofá.
Assim que ficamos sozinhos eu questionei.
- Porque você agiu dessa forma com a Lala?
- Porque ela viu meu pai só de toalha! - disse irritada com sua voz fina e doce.
- Seu pai estava desfilando de toalha pela casa? - franzi a testa. Se foi isso, o Luan é bem sem noção, exibido e provocador!
- Não, mamãe. Foi no quarto de vocês. - Meu coração afundou. No nosso quarto?
" Mabele, tira esse pensamentos ridículos. Você está se precipitando! "
- O que eles estavam fazendo lá?
- Melissa, você é muito fofoqueira. - Enzo a repreendeu.
- Você sabia disso também, filho?
- Não. Mas sei que você vai se irritar. Mamãe, você já tava irritada com o papai. - Ele afirmou. Como pode? Tão novos e tão espertos!
- Prometo de dedinho que não vou. - ele sorriu e Melissa continuou.
- Meu papai disse que ela errou de quarto. - Fiquei intrigada. Errou de quarto? O que ela iria fazer nos quartos? Ela não precisa arrumar nada e outra, a porta do quarto dos gêmeos é toda personalizada. Não tem como errar! O Luan está mentindo? Puta merda!
- Deve ter sido isso mesmo. Vamos subir? - fingi indiferença sobre o assunto. Ah Luan, quando você chegar vamos conversar muito séria.
Assistimos filmes e eles me contaram como foi enquanto eu não estive aqui. Eles são a melhor parte do meu dia, de mim.
As horas se passaram e eu sequer notei.
Quando eu já estava saindo da cama levá-los para o banheiro do quarto deles, Luan entrou.
- Cê chegou agora? - olhou minha roupa, que ainda é a mesma que fui trabalhar.
- Não. Vamos! Vamos tomar banho! - bati palmas e nossos filhos levantaram, depois de dar um abraço em Luan, eles saíram. - Quero conversar muito sério com você. - falei antes de sair e ele me olhou sem entender.
Depois de preparar o jantar, comemos e quando acabamos, Luan foi levá-los para dormir. Até hoje sempre que ele está em casa, coloca os dois para dormir. Aproveitei para enfim tomar um merecido banho e depois vesti uma camisola. Deitei esperando que ele voltasse. Quando isso aconteceu, ele sentou na ponta da cama e foi direto:
- Sobre o que você quer conversar? - perguntou suavemente.
- O que você e Larissa estava fazendo aqui, enquanto você estava só de toalha? - questionei diretamente também, firme.
- O que? - ele riu, como se fosse uma piada. - O que Melissa te disse?
- Que ela errou o quarto e blá blá blá. - revirei os olhos.
- Foi isso. Pelo menos foi que ela disse.
- Luan, seja sincero! - me irritei.
- O que você acha, Mabele? Acha que eu tenho um caso com aquela menina? - debochou.
- Vai saber. - dei de ombros e ele me olhou incrédulo e magoado ao mesmo tempo.
- Você vai conseguir me deixar bravo com essa insegurança idiota! - falou alterado.
- Idiota? Você vai beijar outra em um clipe e foda-se se é profissional ou não. Você não é ator! Fico sabendo que a funcionária estava aqui, no nosso quarto e viu você só de toalha. Que lindos! Que íntimos! - sorri irônica, também elevando a minha voz. Ele negou com a cabeça.
- Você tá ficando louca, cara. Eu não tenho olhos pra outra mulher, nenhuma!
- Tá, Luan. - ironizei mais uma vez. - O que ela estava fazendo aqui?
- Ela errou o quarto, caramba! Ela abriu a porta e disse em seguida que tinha errado de quarto. Pronto! - vi sinceridade em seus olhos e sua voz estava desesperada por eu não acreditar.
- Certo.
- Acabou? Acreditou em mim?
- Vou falar com ela.
- Então fala, fala com quem for preciso. Eu não estou mentindo pra você. E tô profundamente magoado. Eu te amo tanto não preciso de mais ninguém. - comecei a me sentir culpada. Não, Mabele. Não coloque a culpa em você. O errado é ele!
- Encerrada a conversa por enquanto.
- Espero seu pedido de desculpas quando você ver que errou. - ergueu as sobrancelhas e levantou indo para o banheiro. Fiquei refletindo. Será que eu estou tão errada assim? Ah, caramba eu tenho razões! Uma funcionária vê meu marido somente de toalha em nosso quarto e eu tenho que achar isso natural? Ele vai beijar horrores uma qualquer pra um clipe que poderia ser planejado de outra maneira e eu tenho que achar natural? Merda! Não tenho não! Fiquei bufando de raiva, ainda. Creio que vai demorar para passar. Liguei a tevê e fiquei assistindo um filme qualquer que passava, na tentativa de me distrair.
Até que ele saiu do banheiro, se vestiu e se aproximou pegando dois travesseiros do seu lado da cama, em seguida foi até o closet pegar um edredom.
- Onde você vai? - perguntei.
- Dormir no quarto do lado. - foi frio e saiu em seguida me deixando sem reação. Ele vai pagar mesmo de chateado? Ou será que ele está tão chateado ao ponto de não conseguir dormir do meu lado? Isso nunca aconteceu antes! Fiquei perdida em pensamentos durantes horas, até o sono me vencer.
Eitaaaa que demorei e ainda cheguei com bomba! O casal estremeu hein? Bele enloquecida de ciúmes! Cabe a vocês jugarem se ela tem razão ou está exagerando... No lugar dela, vocês estariam assim também? Kkk
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Hoje é sua " folga", ele está junto do diretor do clipe, pois tem uma preparação e blá, blá, blá. Eu quis ir, quero ver isso de perto, mas ele inventou desculpas envolvendo nossos filhos fazendo com que eu ficasse em casa.
- Mamãe, papai está em casa? - Melissa perguntou, enquanto voltavamos da escolinha deles no carro.
- Não, está trabalhando. - não escondi meu mal humor.
- Mamãe, cê tá triste? - Enzo falou e eu fico tão boba com seu sotaque! Mesmo nascendo em São Paulo ele tem muito o sotaque do pai.
- Não, meu amor. Só estou concentrada no transito. - os olhei através do retrovisor interno. Os dois devidamente em suas cadeirinhas.
Chegamos em casa e eu fui fazer nosso almoço. É, nesse anos eu aprendi a cozinhar! E modéstia a parte, muito bem.
Quando sentei para almoçar junto de meus filhos, que estão limpinhos depois de um banho, Luan chegou. Nós discutimos antes de ele sair, enquanto os gêmeos estavam na escola.
- Oi. - sorriu e me beijou rapidamente, correspondi e respondi baixo, quase inaudível.
- Oi.
- E meus corações? Como estão?
- Bem, papai e com saudade. - Melissa falou toda derretida e se remexeu ansiosa na cadeira quando viu ele se aproximar.
- Eu pensei que você fosse buscar nós dois, pai. - Enzo disse, quando Luan abraçava Melissa forte.
- Não deu, eu estava trabalhando. Mas vim almoçar com vocês. - deixou um beijo na bochecha de nossa filha e em seguida abraçou nosso menino. Me olhou receoso após o abraço e sentou ao meu lado de frente para nossos gêmeos. Continuei em silêncio e comecei a comer, ou tentei, enquanto os dois contavam como foi na escola. Eu sinceramente perdi a fome quando ele chegou. Acabei desistindo e levantei, coloquei meu prato na pia, deixando a cozinha em seguida, sentindo os olhares dos três sobre mim. Deitei em minha cama e segurei a vontade de chorar. Eu não admito que ele grave isso! Beijando outra! Ele é casado, caramba.
Fiquei refletindo e morrendo de raiva. Muita raiva. Ele entrou depois de minutos.
- Porque você não comeu? - perguntou me olhando com cautela.
- Não estava com fome. - respondi no mesmo tom de quando ele chegou.
- Mabele, cê tá exagerando! - ele passou as mãos pelos cabelos, franzindo a testa.
- Tô? Você beijar outra é exagero?
- Isso vai ser totalmente profissional. - sentou na ponta da cama. - Não vamos brigar, por favor. - suplicou.
- Você não está me respeitando! Eu sou sua mulher, Luan! Você é casado e vai fazer uma pouca vergonha como essa.
- Para... Para! - ele negou com a cabeça, falando alto. - Para de ser incompreensiva e tão ciumenta assim! - me olhou bravo.
- Eu não sou obrigada a aceitar tudo, Luan. Todos vão ver esse clipe! Isso é muito desrespeitoso.
- Nós não vamos chegar à lugar algum com essa discussão. Eu não vou deixar de fazer esse clipe por sua causa. - minha vontade era de voar em cima dele e descontar toda minha raiva. Fiquei calada, quase explodindo de raiva e ele me olhando. Segurou meu pé, delicadamente, mas eu logo o tirei de suas mãos.
- Eu vim passar o tempo com vocês. Para com isso. - suplicou novamente.
- Como vai ser isso?
- O clipe?
- É. - cruzei os braços, o olhando.
- Vão ser três dias de gravações Dois em Ilha Bela e um no estúdio.
- Continua...
- É... - ele engoliu seco e eu já não sei se quero saber. - Nós vamos nos pegar em alto mar e eu vou cantar debaixo da água.
- Hum. - as lágrimas de pura raiva querendo vir. Não! Não!
- E no estúdio nós vamos fazer uma cena de casal... Se pegando também, você sabe.
- Um cena? Você não é ator! - fui grossa e ele respirou fundo.
- Eu amo você, minha pinguinho. Pra que isso? Nós temos uma família juntos, temos filhos. Eu não trocaria o que tenho aqui por uma mulher qualquer. É só trabalho!
- Nada do que você me diga vai fazer eu mudar minha opinião. Pode ir lá brincar com seus filhos, eu vou ficar por aqui. Sozinha.
- Nossos filhos. - me corrigiu. - E vem ficar com a gente, por favor? - me olhou com a carinha mais linda do mundo, mas não, eu não quero.
- Não, eu preciso dormir. Daqui a pouco vou pra empresa. A Larissa não conseguiu vir pela manhã, teve que ir ao médico com a avó dela e virá só agora na parte da tarde.
- Que bom, porque eu vou precisar voltar para a preparação novamente.
- Tá. Agora dá licença? - ele suspirou alto e saiu do quarto em seguida. Relaxei todo meu corpo. Nossa, eu não percebi que estava tão tensa. Será que nessa tal preparação ele já beijou a maldita? Preciso ver quem é essa mulher! Eu acho que nunca, nunca estive tão insegura em toda minha vida. Eu não duvido do amor dele, mas toda essa vida de casado, preso à mim e aos filhos pode está cansando ele, eu lembro bem da fama do Luan. Lembro de como ele era! Não parava com mulher alguma, a cada dia uma diferente.
" mas parou com você. "
É, mas pode ter se cansado disso. Gruni e dei um soco na cama. Calma, Mabele. Calma!
* Luan narrando.
Fiquei no jardim com meus filhos depois de mais uma discussão com Mabele. Eu odeio brigar com ela, ainda mais sem motivo. Nossa, eu tô tão empolgado com esse novo projeto, tem tudo para dar muito certo. É só beijo sem sentimento algum. Quando ela perguntou como vai ser, confesso que escondi alguns detalhes. Vou beijar mais de uma mulher, no dia do estúdio vamos estar pelados da cintura pra cima. Será quente, bem quente, segundo o diretor. Ela não precisa saber disso agora.
Alguns minutos depois, cerca de meia hora ela chegou ao jardim. Com aquelas roupas formais que me tiram do sério. Ela fica muito sexy vestida assim.
- Eu tô indo. - Paramos o futebol e Enzo foi abraçá-lá.
- Bom trabalho, mamãe.
- A Lala vem logo? - Melissa perguntou, abraçando-a também.
- Vem, meu amor. Daqui a pouco ela tá por aqui.
- Ei, não tá gostando da minha companhia não, Melissa? - Me fingi de bravo e minha filha sorriu, vindo de encontro à mim.
- Quando a Larissa chegar, avisa que eu chego as quatro da tarde. - Ela me olhou friamente. Merda! Ela está muito brava.
- Vem cá. - ela se aproximou, ainda com uma cara bem fechada.
- Oi?
- Não fica brava comigo. É só trabalho, meu bem.
- Nós já falamos sobre isso. Tchau. - já ia virando quando segurei seu braço. Nosso filhos já estavam distraídos com Élvis. Fiz menção de beijá-lá e ela se afastou. - Não, agora não. - soltei seu braço e observei ela deixar um beijo nos cabelos de nosso filhos antes de sair. Porra. Ela está mesmo brava e chateada. Suspirei. Enzo me chamou, pedindo ajuda pois Élvis estava correndo atrás dele feito louco. Aquilo me tirou um sorriso e logo voltei a brincar com os dois.
(...)
Depois que Larissa chegou, eu fui tomar banho. Eu vi essa menina pouquíssimas vezes. Sempre quando eu estou chegando ela está saindo, ou quando eu estou saindo ela está chegando. Saí do banheiro cantarolando, somente de toalha quando a porta se abriu e ela me olhou arregalada, paralisada.
- Des... Desculpa. Eu, eu.. É, entrei no quarto errado. - gaguejou enquanto me examinava todo.
- Algum problema? - perguntei, me sentindo um pouco constrangido.
- Não, nenhum. E desculpa mais uma vez. - saiu depois de sorrir. Neguei com a cabeça. Ela ficou toda boba me olhando. É só uma menina, Luan. Uma menina deslumbrada com o grande Luan Santana. Bateram na porta e em seguida ouvi a voz da Melissa.
- A Lala estava aqui? - colocou as mãos na cintura, me olhando toda cheia de razão. Posso com isso?
- Ela errou o quarto. - Ri fraco.
- E viu você assim, papai? - Me olhou boquiaberta.
- Não foi nada demais, papai está de toalha. - ela encolheu os olhos e imediatamente me lembrou sua mãe. Sorri. Elas são tão parecidas!
- Vou brincar. - falou indiferente e saiu do quarto. Neguei com a cabeça.
Me vesti e antes de sair fui para a cozinha onde Larissa estava lavando a louça.
- Não precisa lavar, não é seu trabalho. - falei.
- Os dois pediram suco e eu tô lavando agora, são poucas coisas sujas. - sorriu. Sentei para tomar uma xícara de café e me distraí em meu celular. Pensei em falar com minha pinguinho, mas é melhor não. Ela está brava e no trabalho.
- Lala! - Ouvi Enzo chamar da sala.
- Estou indo. - quando ela disse isso, deixou o copo de plástico que iria guardar no armário cair no chão. O que me chamou atenção foi o jeito que ela se abaixou para pegar o copo. Colocou sua bunda, grande bunda pro alto em minha direção. Foi impossível não olhar. Ela está tentando me seduzir? Quando levantou me olhou sorrindo. Porra! Ela está tentando me seduzir. Voltei a olhar para meu celular e decidi sair dali e voltar para a preparação do clipe. Era só o que me faltava! Aquela menina se exibindo pra mim. Eu já tenho problemas demais com Bele, não quero e espero que essa Larissa não seja mais um.
Já no sinal próximo ao lugar de encontro com a equipe do clipe, eu vi uma foto da minha pequenininha:
" @sorayalim pagando de fotógrafa. Deu até saudade dos tempos de campanhas e fotos 😂 "
Linda, linda e linda! Como ela pode pensar que eu queira alguém, quando eu já tenho ela? Esse espetáculo de mulher!
* Mabele narrando.
Tivemos que ir à uma reunião em um restaurante com possíveis clientes. Soraya conseguiu me fazer esquecer dos meus problemas. Ela trás uma energia muito boa, muito positiva. Depois da reunião ela tentou bater fotos minhas na saída. E até ficaram boas. Postei uma e fomos rindo até a empresa novamente. Passei tudo sobre a reunião para meu pai e em seguida me fui encontrar Murilo para mais um projeto que iniciaremos amanhã.
Assim que deu meu horário corri para casa com a vontade imensa de ficar com meus bebês. Quando cheguei dispensei Larissa e estranhei o fato de Melissa estar bem distante dela, apenas se despediu com um tchau de longe, enquanto estava em meus braços no sofá.
Assim que ficamos sozinhos eu questionei.
- Porque você agiu dessa forma com a Lala?
- Porque ela viu meu pai só de toalha! - disse irritada com sua voz fina e doce.
- Seu pai estava desfilando de toalha pela casa? - franzi a testa. Se foi isso, o Luan é bem sem noção, exibido e provocador!
- Não, mamãe. Foi no quarto de vocês. - Meu coração afundou. No nosso quarto?
" Mabele, tira esse pensamentos ridículos. Você está se precipitando! "
- O que eles estavam fazendo lá?
- Melissa, você é muito fofoqueira. - Enzo a repreendeu.
- Você sabia disso também, filho?
- Não. Mas sei que você vai se irritar. Mamãe, você já tava irritada com o papai. - Ele afirmou. Como pode? Tão novos e tão espertos!
- Prometo de dedinho que não vou. - ele sorriu e Melissa continuou.
- Meu papai disse que ela errou de quarto. - Fiquei intrigada. Errou de quarto? O que ela iria fazer nos quartos? Ela não precisa arrumar nada e outra, a porta do quarto dos gêmeos é toda personalizada. Não tem como errar! O Luan está mentindo? Puta merda!
- Deve ter sido isso mesmo. Vamos subir? - fingi indiferença sobre o assunto. Ah Luan, quando você chegar vamos conversar muito séria.
Assistimos filmes e eles me contaram como foi enquanto eu não estive aqui. Eles são a melhor parte do meu dia, de mim.
As horas se passaram e eu sequer notei.
Quando eu já estava saindo da cama levá-los para o banheiro do quarto deles, Luan entrou.
- Cê chegou agora? - olhou minha roupa, que ainda é a mesma que fui trabalhar.
- Não. Vamos! Vamos tomar banho! - bati palmas e nossos filhos levantaram, depois de dar um abraço em Luan, eles saíram. - Quero conversar muito sério com você. - falei antes de sair e ele me olhou sem entender.
Depois de preparar o jantar, comemos e quando acabamos, Luan foi levá-los para dormir. Até hoje sempre que ele está em casa, coloca os dois para dormir. Aproveitei para enfim tomar um merecido banho e depois vesti uma camisola. Deitei esperando que ele voltasse. Quando isso aconteceu, ele sentou na ponta da cama e foi direto:
- Sobre o que você quer conversar? - perguntou suavemente.
- O que você e Larissa estava fazendo aqui, enquanto você estava só de toalha? - questionei diretamente também, firme.
- O que? - ele riu, como se fosse uma piada. - O que Melissa te disse?
- Que ela errou o quarto e blá blá blá. - revirei os olhos.
- Foi isso. Pelo menos foi que ela disse.
- Luan, seja sincero! - me irritei.
- O que você acha, Mabele? Acha que eu tenho um caso com aquela menina? - debochou.
- Vai saber. - dei de ombros e ele me olhou incrédulo e magoado ao mesmo tempo.
- Você vai conseguir me deixar bravo com essa insegurança idiota! - falou alterado.
- Idiota? Você vai beijar outra em um clipe e foda-se se é profissional ou não. Você não é ator! Fico sabendo que a funcionária estava aqui, no nosso quarto e viu você só de toalha. Que lindos! Que íntimos! - sorri irônica, também elevando a minha voz. Ele negou com a cabeça.
- Você tá ficando louca, cara. Eu não tenho olhos pra outra mulher, nenhuma!
- Tá, Luan. - ironizei mais uma vez. - O que ela estava fazendo aqui?
- Ela errou o quarto, caramba! Ela abriu a porta e disse em seguida que tinha errado de quarto. Pronto! - vi sinceridade em seus olhos e sua voz estava desesperada por eu não acreditar.
- Certo.
- Acabou? Acreditou em mim?
- Vou falar com ela.
- Então fala, fala com quem for preciso. Eu não estou mentindo pra você. E tô profundamente magoado. Eu te amo tanto não preciso de mais ninguém. - comecei a me sentir culpada. Não, Mabele. Não coloque a culpa em você. O errado é ele!
- Encerrada a conversa por enquanto.
- Espero seu pedido de desculpas quando você ver que errou. - ergueu as sobrancelhas e levantou indo para o banheiro. Fiquei refletindo. Será que eu estou tão errada assim? Ah, caramba eu tenho razões! Uma funcionária vê meu marido somente de toalha em nosso quarto e eu tenho que achar isso natural? Ele vai beijar horrores uma qualquer pra um clipe que poderia ser planejado de outra maneira e eu tenho que achar natural? Merda! Não tenho não! Fiquei bufando de raiva, ainda. Creio que vai demorar para passar. Liguei a tevê e fiquei assistindo um filme qualquer que passava, na tentativa de me distrair.
Até que ele saiu do banheiro, se vestiu e se aproximou pegando dois travesseiros do seu lado da cama, em seguida foi até o closet pegar um edredom.
- Onde você vai? - perguntei.
- Dormir no quarto do lado. - foi frio e saiu em seguida me deixando sem reação. Ele vai pagar mesmo de chateado? Ou será que ele está tão chateado ao ponto de não conseguir dormir do meu lado? Isso nunca aconteceu antes! Fiquei perdida em pensamentos durantes horas, até o sono me vencer.
Eitaaaa que demorei e ainda cheguei com bomba! O casal estremeu hein? Bele enloquecida de ciúmes! Cabe a vocês jugarem se ela tem razão ou está exagerando... No lugar dela, vocês estariam assim também? Kkk
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quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Capítulo 170
4 anos depois.
Hoje é dia dos pais e nós decidimos reunir todos na chácara do Rafa, que aliás, agora é nossa.
- Nossa sogro, cê tá muito velho! 73 já? - Luan zoou meu pai, enquanto tiravamos a bagagem do carro.
- Cuidado, amor. Você tá chegando lá. - O alertei, causando risada à todos.
- Eu ainda sou novinho, 33 anos. A mesma cara dos 23. - Falou convencido, me fazendo rir. O clima foi muito agradável em toda a viagem. Viemos no total de quatro carros. Em um; Rafa, eu e nossos filhos. No outro Mari, João, Vitório e Isabela. É, minha sobrinha! É a cara do pai, com os mesmos olhos puxadinhos. Em outro, Bru, Breno e meus sogros. Por fim no outro; meu pai, minha mãe e Gabi.
- Mamãe, eu ajudo. - Enzo se aproximou, tentando pegar minha bolsa. Ele é tão príncipe! Tão educado!
- Eu agradeço, meu amor. - beijei seu rosto e lhe dei minha bolsa, pegando em seguida uma das bagagens. Enquanto as conversas se misturavam e a maioria ria de algo que eu não sei. A risada me contagiou e acabei sorrindo. Eu amo estar com eles! Amo!
Vi Luan correr atrás de Melissa e ela soltou seu grito extremamente fino, me fazendo fazer careta.
- Esses dois... - meu pai comentou rindo e então todos entramos com bagagem nas mãos.
Quando cheguei no quarto, Luan já fazia cócegas em Melissa, que gargalhava e pedia para que ele parasse. Enzo tentava pegar a bagagem que Luan deixou meio do quarto.
- Meu pai é muito bagunceiro! - Ele disse, com sua voz doce, me causando um sorriso. Ele é tão certinho, tão organizado.
- Deixa que eu pego, filho.
(...)
Estávamos indo rumo à um rio, que em todos esses anos eu nunca fui. Vamos pescar! Fui o caminho olhando o instagram e me deparei com uma foto que Luan postou de Enzo:
" Meu coraçãozinho, tá à cada dia mais lindo e parecido comigo. Quem concorda? ❤ "
Sorri e curti, essa foto com certeza foi na chegada, ou antes de sairmos da capital. É a mesma roupa que ele estava.
- Onde você tirou essa foto? - perguntei, enquanto Nossos filhos, corriam com Vitório.
- Quando a gente chegou aqui. Ele nem viu, distraído como sempre. - riu.
- Ô, Luan cê tá ouvindo isso, rapaz? - meu sogro fingiu uma falsa indignação, atrapalhando nossa conversa.
- O que?
- O Breno quer casar com a Bruna.
- Igreja, vestido de noiva, tudo direitinho? - perguntou Rafa, enquanto eu já sorria, sem parar de caminhar.
- Claro, parceiro. Sou um cara sério! - Breno falou convencido.
- Quero ser madrinha. - Mari se manifestou.
- Vou logo avisando que eu também quero. - Passei a mão nos cabelos.
- Ele nem me pediu ainda! Só fala, fala, fala. - Bruna revirou os olhos e ele riu beijando seus lábios.
Assim que chegamos eu postei uma foto de Melissa no instagram, foto essa que já havia postado antes no snapchat:
" Minha menina! ❤ "
Os homens pegavam as varas e as iscas, minha mãe estava com Isabela nos braços ao meu lado e nós mulheres aguardavamos.
- Mamãe. - Melissa puxou minha blusa, fazendo com que eu olhasse para baixo.
- Oi, minha princesa?
- Eu quero pescar também. - fez bico para chorar. - O papai disse que eu não vou pescar.
- Porque?
- Ele disse que eu sou muito pequena, que é perigoso. Mas eu quero! - bateu o pé no chão e cruzou os braços, me olhando com a carinha mais linda e brava.
- Diz pra ele que você já é uma mocinha. - coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Eu falei! Ele nem me ouviu. - eu sorri e me abaixei ficando da altura dela.
- Vamos combinar uma coisa? - ela concordou com a cabeça. - Se eu pegar algum, eu deixo você passar à mão. Tudo bem?
- Eu quero pegar. - inclinou a cabeça pro lado.
- E você vai, eu vou deixar você passar a mão.
- Tá, mamãe. Tá bom. - mesmo não satisfeita, ela concordou comigo.
- Cadê o abraço de agradecimento? - ela sorriu lindamente e me abraçou.
- Eu te amo. - ah, seu lado doce. Ela é sempre tão meiga!
- Eu também.
- O que? - eu sabia que ela falaria isso. Ri.
- Amo você, coraçãozinho. - beijei sua bochecha.
- Qual o tamanho?
- Do meu amor?
- É! - ela sorriu sapeca.
- Do tamanho do mundo. - abri os braços e ela me abraçou novamente.
- Bora, mulherada! - meu irmão nos chamou e todos nós ficamos na beira do rio.
Ficamos durante horas, entre risadas, conversas, pescaria e até cantando músicas. Clima melhor, impossível!
Quando voltamos à chácara, dei banho nos gêmeos com a ajuda do Luan. Depois disso, tomei meu banho enquanto ele arrumava os dois. Minha mãe e minha sogra prepararam o almoço.
Saí do banho e não encontrei mais ninguém no quarto. Deitei na cama e mandei uma mensagem através do Whatsapp para Luan, para que ele viesse tomar banho. Não tive resposta e fui olhar o porque que meu celular vibrava tanto, porque não parava de chegar notificações. Quando entrei no instagram, logo percebi que eram somente as meninas eufóricas repostando tudo que era foto nossa, me deparei logo com uma minha, que postei no snap com minha mãe:
Logo em seguida uma da Bruna, onde Melissa aparecia:
" Pescaria e uma sobrinha/afilhada brava por não poder pescar. Hahahaha ❤ "
Também vi uma do Luan com ela, eu vi ele batendo essa foto. Nós já estávamos de saída e Enzo, Vitório, Melissa e Isabela já se divertiam com a terra:
" A cada vez que eu olho essa linda, eu amo mais e mais e maisss! 😍 "
Ele não mudou nada, absolutamente nada. Continua com o mesmo rostinho de anos atrás e o mesmo corpo. Sorri totaemte encantada olhando a foto, quando de repente ele entrou no quarto.
- Vamos comer.
- Vai tomar banho.
- Eu quero comer, depois tomo banho.
- Tudo bem. - levantei e ele entrelaçou nossas mãos.
- O Enzo quis vestir uma camisa minha xadrez. - ele me olhou segurando o riso.
- O que? - arregalei os olhos e caí na gargalhada.
- Tá um vestido nele. - Luan riu também. Assim que chegamos na sala, vimos Melissa no sofá com o violão do Rafa, maior que ela. Ela ama música, nessa idade ela já diz que quer ser igual o pai.
- Ei, coraçãozinho, vamos almoçar? - Luan a chamou com toda a delicadeza.
- Vamos. - largou o violão ao seu lado com certa dificuldade e levantou, segurando a mão livre de seu pai.
Já na sala de jantar todos estavam sentados e a primeira coisa que vi foi Enzo com as mangas da blusa cobrindo suas mãos. Segurei o riso e fui até ele, beijei sua cabeça.
- Como você vai comer assim? - passei a mão por seu cabelo.
- Não sei. - ele me olhou.
- A mamãe ajuda. - sorri e dobrei as mangas até que suas mãos ficassem visíveis.
- Obrigado, mamãe. - sorriu agradecido.
- Tá todo no estilo viu, cunha? - Bru disse, segurando o riso.
- Tá sim. - concordei e ele sorriu todo convencido. Sentei entre Luan e Melissa. Comecei colocando a comida da minha filha e minha mãe colocou a de meu filho, já que está perto dele.
(...)
Depois do almoço, Rafa me chamou para dormir e Enzo nos acompanhou, já Melissa ficou com restante do pessoal.
Deitei junto dele.
- Eu ainda não ganhei presente. - ele brincou me olhando. Enzo e eu trocamos um olhar cúmplice.
- Ainda, disse certo. - Passei a mão por seus cabelos, nós estamos de lado, deitados um de frente pro outro e Enzo está acima de nossas cabeça, deitado entre os travesseiros.
- Enzo, vou beijar sua mãe. - Rafa falou só para irritá-lo. Ele sabe o quão nosso filho é ciumento, quando se trata de mim e Melissa.
- Não! - Ele disse irritado, e colocou a mão na boca de Luan que gargalhava.
- Filho, ele tá brincando. - expliquei e percebi que suas mãos já estavam cobertas pela blusa enorme.
- Eu quero te beijar mesmo. - Luan disse sorrindo, mas com sinceridade. Depois de sua boca estar livre da mão de Enzo.
- Luan! - o repreendi, sabendo o quão irritado Enzo ficará.
- Pai, para! - Nosso filho pediu em súplica e eu sorri. Como pode ser tão ciumento? Ah, claro, com o pai que tem...
- Ele puxou a você sabia?
- É claro, ele é lindo.
- Eu estou falando do ciúmes exagerado. - Enzo apenas nos observava.
- Ah, falou a tranquila que não tem ciúmes de nada. - ironizou e eu ri.
- Até sou, mas você é mais.
- Quando eu tenho motivo, agora você fica viajando. - abri a boca incrédula.
- Viajando né? Tá, tá bom. - fiquei de barriga pra cima e Enzo gargalhou. Logo senti as mãozinhas de meu filho em meu rosto, beijando todo meu rosto. Todas as vezes que fico irritada com ele, ou com qualquer outra pessoa ele vem me beijar, numa tentativa de me deixar tranquila novamente. E consegue. Sorri.
- Você pode beijar e eu não? - Luan cruzou os braços, ainda brincando. Antes que Enzo falasse, Melissa chamou do outro lado da porta.
- Papai! Papai! - batendo insistentemente na porta. Luan saltou e foi vê-la. Ela entrou sorrindo e correu para a cama pulando em cima da minha barriga.
- Veio dormir com a gente?
- O Vitório tá chato. - fez careta e eu acariciei seu rosto.
- É? E Gabi?
- Ela só fica no celular. - reclamou. Luan já deitou conosco novamente, depois de tirar sua blusa. Melissa o olhou e sentou com cima dele com uma perna em cada lado de sua barriga. Começou a mexer nos cabelos do Luan, que já estavam rebeldes e ela assanhava mais.
- Deixa eu fazer um penteado, pai? - seus olhinhos brilhando.
- Não, papai quer dormir. - ela revirou os olhos, igualzinha à mim. E deitou com a cabeça na curvatura do pescoço de meu marido. Enzo voltou aos travesseiros e em pouco tempo eu dormi.
* Luan narrando
Acordei e percebi que já era fim de tarde. Mabele e Melissa haviam sumido. Peguei meu celular e liguei a luz. Enzo resmungou, mas não acordou. Peguei minha touca para esconder meus cabelos assanhados. Me olhei na minha câmera frontal e vi Enzo no décimo sono lá atrás. Tão lindo! Tão branquelo e buchechudo! Acabei batendo uma selfie e depois de editar eu decidi postar:
Fiquei olhando as homenagens que minhas fãs postaram de dia dos pais, uma mais linda que a outra e eu me pegava sorrindo entre uma e outra. Fui para o snapchat e acabei gravando um snap perguntando em como eu faço pra acordar meu Enzo. Já que ele dorme tão tranquilo. Olhei o da Mabele e tinham fotos de nossos filhos e fotos da pescaria, vi uma nova foto, ela e Leila:
Logo em seguida um vídeo das duas. Essa maluca tá por aqui! Sorri e decidi tomar coragem para acordar Enzo. Me aproximei dele e cheirei sua bochecha. Ele resmungou e eu sorri.
- Acorda, filho. - passei a mão por seus cabelos, extremamente lisos, como os de Melissa.
- Não, pai. - Resmungou.
- Acorda! A tia Leila tá aqui. - beijei sua bochecha e ele colocou a mão no meu rosto me afastando. - Enzo! Colabora! Vou chamar sua mãe.
- Já tô indo. - choramingou, mas sem abrir os olhos.
- Beleza, vou descer. - vi que não adiantaria, ele dorme demais! Como esperava encontrei Leila juntamente com todos.
- A bela adormecida acordou. - ela me zoou. E Bele que estava sentada no " braço " do sofá, abriu os braços para me acolher em um abraço. Cheirou meu pescoço e beijou em seguida.
- Vai se ferrar, noivinha! - Disse depois de sair do abraço da minha pinguinho. É, Leila vai casar muito em breve. Como resposta ela mostrou sua aliança, toda convencida.
- Cadê meu gato? Quero ver ele!
- Dormindo, pra variar. - ironizei e todos riram. Procurei Melissa com o olhar, mas não a encontrei, nem Gabi, nem Vitório. Isabela nos braços de meu cunhado, também dormindo. Ficamos todos na sala conversando durante um bom tempo, sobre os mais variados assuntos. Até que Bruna convocou todos a irem se arrumar, afinal vamos jantar em um restaurante aqui perto.
Subi novamente para o quarto com minha esposa e minha filha. Enzo dormia. Ainda.
- Enzo, acorda! Agora! - Bele disse firme e com ela foi diferente, ele não resmungou. Apenas abriu os olhos e fez careta, por conta da claridade. - Vamos jantar, meu amor. - desta vez sua voz foi mais suave. Encolhi os olhos o olhando. Porque comigo ele faz um drama danado?
(...)
Depois de prontos, fomos para o restaurante todos separados em seus carros.
- Amor, você acha que eu posto? - me mostrou uma foto que eu bati sua antes de sairmos:
- Posta, uai. - não falou mais nada e voltou sua atenção ao celular, enquanto Enzo e Melissa descutiam sobre algo que não faço a mínima ideia.
- Olha só, as fotos que postei dos dois no snap, já estão rolando no insta. - me mostrou o celular mais uma vez vi de Melissa:
E mais embaixo vi a de Enzo:
- Elas não perdem tempo! - ri. E olhei os dois que continua em um discussão. Estão lindos!
Chegamos no restaurante e lá, eu recebi meus presente e dei também aos pais presentes. Enfim, foi uma troca de presentes como se fosse natal. Mas, claro só entre os homens. De Melissa eu ganhei um quadro, pequeno onde tinha uma pintura. Meu rosto e o dela quando ainda era pequenininha. Eu lembro, foi uma das primeiras fotos que bati com ela. Meus olhos brilharam de emoção. Enzo me deu uma pulseira. Ele também é viciado em pulseiras, confesso que eu o influenciei a ter essa paixão. Na pulseira que ganhei tinha a frase: melhor pai do mundo. Tenho quase certeza que é de ouro branco. Coloquei na hora! Recebi também presente de Bubu, Mari, minha mãe, minha sogra. Como eu disse: foi realmente uma troca de presentes. Mas Bele não me deu nada, apenas me parabenizou mais uma vez e me deu um casto beijo. Confesso que fiquei desapontado, eu esperava um presente dela.
Com os minutos eu acabei esquecendo do desleixo de minha esposa e já gargalhava com João, que falava de uma das manias loucas de Mari, enquanto meu pai, meu sogro e Breno estavam envolvidos em outra conversa. Já as mulheres estavam em uma área reservada as crianças, com as mesmas.
Quando decidimos ir embora, já era bem tarde. Depois de tomar banho e estarmos prontos para dormir, Bele disse:
- Tem o meu presente ainda. - me olhou risonha. Relaxei e sorri. Ela não esqueceu!
- Nosso, mamãe. - Enzo corrigiu e ela levantou, enquanto Melissa ficou deitada do meu lado e meu menino do outro. Pinguinho foi até a tevê e vi ela colocar um DVD no aparelho. Logo começou um vídeo, depoimento de Enzo:
- Papai, você é muito bagunceiro. - ouvi a risada da Bele no fundo na gravação e ele sorriu. Logo continuou a falar com sua voz doce e meio atrapalhado. - Mas... Mas eu amo muito você. Assim, desse tamanho. - Abriu os braços o máximo que conseguiu. Ouvi na gravação que Melissa falou algo e Bele a repreendeu: - Calma, Lissa! - Enzo a repreendeu também. - Papai, você viaja muito, mas sempre volta. Sempre vai voltar. Eu te amo, papai! - soltou beijo e sorriu. Meus olhos já estavam repletos de lágrimas. Um próximo vídeo começou, desta vez Melissa:
- Meu papai, seu coraçãozinho te ama muito, muitão! Você é o melhor pai do mundo. - fechou os olhos e fechou as mãos, tentando passar a sinceridade de suas palavras. - Papai, eu sempre vou ficar com você. Vou ser igual a você. Eu te amo. - soltou beijo também e eu sorria bobo, enquanto as lágrimas desciam em meu rosto. Beijei os cabelos de minha filha e já começou outro vídeo, desta vez, ela:
- Oi neguinho! - inclinou a cabeça pro lado, toda meiga. - Neste dia tão especial, eu quero te dizer mais uma vez, porque com certeza eu já te disse algo assim que acordou. - riu e sorri concordando com a cabeça. - Você é maravilhoso! Um pai exemplar, que a cada dia procura melhorar pra nós, sua família. Sabe, quando a gente namorada eu imaginava você como pai dos meus filhos e eu não me errei em nenhum pensamento. Você é até mais do que eu imaginei que fosse. A cada dia me surpreende, faz com que eu me sinta amada e que nunca, nunca me arrependa de ter dito sim. Eu te amo com todo o coração. Obrigada por me dar os melhores presentes de toda minha vida. - ela chamou os dois com as mãos e eles pareceram no vídeo e disseram juntos: Nós te amamos! E por fim, apareceu uma foto nossa, recente.
- Ah cara! - exclamei sorrindo e muito, muito emocionado. - Eu que amo vocês. São minha vida toda! - beijei o alto da cabeça de meus filhos e em seguida selei os lábios de minha mulher que estava um pouco a minha frente. - Você é tudo que eu sempre sonhei. Te amo! Muito. Muito. - sorrimos um para o outro.
As vezes como agora, eu penso se sou merecedor de todo esse amor. São nesses momentos que eu percebo o amor de Deus, e são nesses momentos que eu vejo que sou extremamente abençoado e feliz.
Demorei de novo né? Me desculpem, é o tempo que anda muito curto. Espero ter recompensado com esse capítulo enorme e cheio de amor! Gostaram? Uma nova fase, as crianças estão com 4 anos e o amor do casal continua forte.... Que nada atrapalhe.
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Bjs, Jéssica. ❤
Hoje é dia dos pais e nós decidimos reunir todos na chácara do Rafa, que aliás, agora é nossa.
- Nossa sogro, cê tá muito velho! 73 já? - Luan zoou meu pai, enquanto tiravamos a bagagem do carro.
- Cuidado, amor. Você tá chegando lá. - O alertei, causando risada à todos.
- Eu ainda sou novinho, 33 anos. A mesma cara dos 23. - Falou convencido, me fazendo rir. O clima foi muito agradável em toda a viagem. Viemos no total de quatro carros. Em um; Rafa, eu e nossos filhos. No outro Mari, João, Vitório e Isabela. É, minha sobrinha! É a cara do pai, com os mesmos olhos puxadinhos. Em outro, Bru, Breno e meus sogros. Por fim no outro; meu pai, minha mãe e Gabi.
- Mamãe, eu ajudo. - Enzo se aproximou, tentando pegar minha bolsa. Ele é tão príncipe! Tão educado!
- Eu agradeço, meu amor. - beijei seu rosto e lhe dei minha bolsa, pegando em seguida uma das bagagens. Enquanto as conversas se misturavam e a maioria ria de algo que eu não sei. A risada me contagiou e acabei sorrindo. Eu amo estar com eles! Amo!
Vi Luan correr atrás de Melissa e ela soltou seu grito extremamente fino, me fazendo fazer careta.
- Esses dois... - meu pai comentou rindo e então todos entramos com bagagem nas mãos.
Quando cheguei no quarto, Luan já fazia cócegas em Melissa, que gargalhava e pedia para que ele parasse. Enzo tentava pegar a bagagem que Luan deixou meio do quarto.
- Meu pai é muito bagunceiro! - Ele disse, com sua voz doce, me causando um sorriso. Ele é tão certinho, tão organizado.
- Deixa que eu pego, filho.
(...)
Estávamos indo rumo à um rio, que em todos esses anos eu nunca fui. Vamos pescar! Fui o caminho olhando o instagram e me deparei com uma foto que Luan postou de Enzo:
" Meu coraçãozinho, tá à cada dia mais lindo e parecido comigo. Quem concorda? ❤ "
Sorri e curti, essa foto com certeza foi na chegada, ou antes de sairmos da capital. É a mesma roupa que ele estava.
- Onde você tirou essa foto? - perguntei, enquanto Nossos filhos, corriam com Vitório.
- Quando a gente chegou aqui. Ele nem viu, distraído como sempre. - riu.
- Ô, Luan cê tá ouvindo isso, rapaz? - meu sogro fingiu uma falsa indignação, atrapalhando nossa conversa.
- O que?
- O Breno quer casar com a Bruna.
- Igreja, vestido de noiva, tudo direitinho? - perguntou Rafa, enquanto eu já sorria, sem parar de caminhar.
- Claro, parceiro. Sou um cara sério! - Breno falou convencido.
- Quero ser madrinha. - Mari se manifestou.
- Vou logo avisando que eu também quero. - Passei a mão nos cabelos.
- Ele nem me pediu ainda! Só fala, fala, fala. - Bruna revirou os olhos e ele riu beijando seus lábios.
Assim que chegamos eu postei uma foto de Melissa no instagram, foto essa que já havia postado antes no snapchat:
" Minha menina! ❤ "
Os homens pegavam as varas e as iscas, minha mãe estava com Isabela nos braços ao meu lado e nós mulheres aguardavamos.
- Mamãe. - Melissa puxou minha blusa, fazendo com que eu olhasse para baixo.
- Oi, minha princesa?
- Eu quero pescar também. - fez bico para chorar. - O papai disse que eu não vou pescar.
- Porque?
- Ele disse que eu sou muito pequena, que é perigoso. Mas eu quero! - bateu o pé no chão e cruzou os braços, me olhando com a carinha mais linda e brava.
- Diz pra ele que você já é uma mocinha. - coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Eu falei! Ele nem me ouviu. - eu sorri e me abaixei ficando da altura dela.
- Vamos combinar uma coisa? - ela concordou com a cabeça. - Se eu pegar algum, eu deixo você passar à mão. Tudo bem?
- Eu quero pegar. - inclinou a cabeça pro lado.
- E você vai, eu vou deixar você passar a mão.
- Tá, mamãe. Tá bom. - mesmo não satisfeita, ela concordou comigo.
- Cadê o abraço de agradecimento? - ela sorriu lindamente e me abraçou.
- Eu te amo. - ah, seu lado doce. Ela é sempre tão meiga!
- Eu também.
- O que? - eu sabia que ela falaria isso. Ri.
- Amo você, coraçãozinho. - beijei sua bochecha.
- Qual o tamanho?
- Do meu amor?
- É! - ela sorriu sapeca.
- Do tamanho do mundo. - abri os braços e ela me abraçou novamente.
- Bora, mulherada! - meu irmão nos chamou e todos nós ficamos na beira do rio.
Ficamos durante horas, entre risadas, conversas, pescaria e até cantando músicas. Clima melhor, impossível!
Quando voltamos à chácara, dei banho nos gêmeos com a ajuda do Luan. Depois disso, tomei meu banho enquanto ele arrumava os dois. Minha mãe e minha sogra prepararam o almoço.
Saí do banho e não encontrei mais ninguém no quarto. Deitei na cama e mandei uma mensagem através do Whatsapp para Luan, para que ele viesse tomar banho. Não tive resposta e fui olhar o porque que meu celular vibrava tanto, porque não parava de chegar notificações. Quando entrei no instagram, logo percebi que eram somente as meninas eufóricas repostando tudo que era foto nossa, me deparei logo com uma minha, que postei no snap com minha mãe:
" Pescaria e uma sobrinha/afilhada brava por não poder pescar. Hahahaha ❤ "
Também vi uma do Luan com ela, eu vi ele batendo essa foto. Nós já estávamos de saída e Enzo, Vitório, Melissa e Isabela já se divertiam com a terra:
" A cada vez que eu olho essa linda, eu amo mais e mais e maisss! 😍 "
Ele não mudou nada, absolutamente nada. Continua com o mesmo rostinho de anos atrás e o mesmo corpo. Sorri totaemte encantada olhando a foto, quando de repente ele entrou no quarto.
- Vamos comer.
- Vai tomar banho.
- Eu quero comer, depois tomo banho.
- Tudo bem. - levantei e ele entrelaçou nossas mãos.
- O Enzo quis vestir uma camisa minha xadrez. - ele me olhou segurando o riso.
- O que? - arregalei os olhos e caí na gargalhada.
- Tá um vestido nele. - Luan riu também. Assim que chegamos na sala, vimos Melissa no sofá com o violão do Rafa, maior que ela. Ela ama música, nessa idade ela já diz que quer ser igual o pai.
- Ei, coraçãozinho, vamos almoçar? - Luan a chamou com toda a delicadeza.
- Vamos. - largou o violão ao seu lado com certa dificuldade e levantou, segurando a mão livre de seu pai.
Já na sala de jantar todos estavam sentados e a primeira coisa que vi foi Enzo com as mangas da blusa cobrindo suas mãos. Segurei o riso e fui até ele, beijei sua cabeça.
- Como você vai comer assim? - passei a mão por seu cabelo.
- Não sei. - ele me olhou.
- A mamãe ajuda. - sorri e dobrei as mangas até que suas mãos ficassem visíveis.
- Obrigado, mamãe. - sorriu agradecido.
- Tá todo no estilo viu, cunha? - Bru disse, segurando o riso.
- Tá sim. - concordei e ele sorriu todo convencido. Sentei entre Luan e Melissa. Comecei colocando a comida da minha filha e minha mãe colocou a de meu filho, já que está perto dele.
(...)
Depois do almoço, Rafa me chamou para dormir e Enzo nos acompanhou, já Melissa ficou com restante do pessoal.
Deitei junto dele.
- Eu ainda não ganhei presente. - ele brincou me olhando. Enzo e eu trocamos um olhar cúmplice.
- Ainda, disse certo. - Passei a mão por seus cabelos, nós estamos de lado, deitados um de frente pro outro e Enzo está acima de nossas cabeça, deitado entre os travesseiros.
- Enzo, vou beijar sua mãe. - Rafa falou só para irritá-lo. Ele sabe o quão nosso filho é ciumento, quando se trata de mim e Melissa.
- Não! - Ele disse irritado, e colocou a mão na boca de Luan que gargalhava.
- Filho, ele tá brincando. - expliquei e percebi que suas mãos já estavam cobertas pela blusa enorme.
- Eu quero te beijar mesmo. - Luan disse sorrindo, mas com sinceridade. Depois de sua boca estar livre da mão de Enzo.
- Luan! - o repreendi, sabendo o quão irritado Enzo ficará.
- Pai, para! - Nosso filho pediu em súplica e eu sorri. Como pode ser tão ciumento? Ah, claro, com o pai que tem...
- Ele puxou a você sabia?
- É claro, ele é lindo.
- Eu estou falando do ciúmes exagerado. - Enzo apenas nos observava.
- Ah, falou a tranquila que não tem ciúmes de nada. - ironizou e eu ri.
- Até sou, mas você é mais.
- Quando eu tenho motivo, agora você fica viajando. - abri a boca incrédula.
- Viajando né? Tá, tá bom. - fiquei de barriga pra cima e Enzo gargalhou. Logo senti as mãozinhas de meu filho em meu rosto, beijando todo meu rosto. Todas as vezes que fico irritada com ele, ou com qualquer outra pessoa ele vem me beijar, numa tentativa de me deixar tranquila novamente. E consegue. Sorri.
- Você pode beijar e eu não? - Luan cruzou os braços, ainda brincando. Antes que Enzo falasse, Melissa chamou do outro lado da porta.
- Papai! Papai! - batendo insistentemente na porta. Luan saltou e foi vê-la. Ela entrou sorrindo e correu para a cama pulando em cima da minha barriga.
- Veio dormir com a gente?
- O Vitório tá chato. - fez careta e eu acariciei seu rosto.
- É? E Gabi?
- Ela só fica no celular. - reclamou. Luan já deitou conosco novamente, depois de tirar sua blusa. Melissa o olhou e sentou com cima dele com uma perna em cada lado de sua barriga. Começou a mexer nos cabelos do Luan, que já estavam rebeldes e ela assanhava mais.
- Deixa eu fazer um penteado, pai? - seus olhinhos brilhando.
- Não, papai quer dormir. - ela revirou os olhos, igualzinha à mim. E deitou com a cabeça na curvatura do pescoço de meu marido. Enzo voltou aos travesseiros e em pouco tempo eu dormi.
* Luan narrando
Acordei e percebi que já era fim de tarde. Mabele e Melissa haviam sumido. Peguei meu celular e liguei a luz. Enzo resmungou, mas não acordou. Peguei minha touca para esconder meus cabelos assanhados. Me olhei na minha câmera frontal e vi Enzo no décimo sono lá atrás. Tão lindo! Tão branquelo e buchechudo! Acabei batendo uma selfie e depois de editar eu decidi postar:
- Acorda, filho. - passei a mão por seus cabelos, extremamente lisos, como os de Melissa.
- Não, pai. - Resmungou.
- Acorda! A tia Leila tá aqui. - beijei sua bochecha e ele colocou a mão no meu rosto me afastando. - Enzo! Colabora! Vou chamar sua mãe.
- Já tô indo. - choramingou, mas sem abrir os olhos.
- Beleza, vou descer. - vi que não adiantaria, ele dorme demais! Como esperava encontrei Leila juntamente com todos.
- A bela adormecida acordou. - ela me zoou. E Bele que estava sentada no " braço " do sofá, abriu os braços para me acolher em um abraço. Cheirou meu pescoço e beijou em seguida.
- Vai se ferrar, noivinha! - Disse depois de sair do abraço da minha pinguinho. É, Leila vai casar muito em breve. Como resposta ela mostrou sua aliança, toda convencida.
- Cadê meu gato? Quero ver ele!
- Dormindo, pra variar. - ironizei e todos riram. Procurei Melissa com o olhar, mas não a encontrei, nem Gabi, nem Vitório. Isabela nos braços de meu cunhado, também dormindo. Ficamos todos na sala conversando durante um bom tempo, sobre os mais variados assuntos. Até que Bruna convocou todos a irem se arrumar, afinal vamos jantar em um restaurante aqui perto.
Subi novamente para o quarto com minha esposa e minha filha. Enzo dormia. Ainda.
- Enzo, acorda! Agora! - Bele disse firme e com ela foi diferente, ele não resmungou. Apenas abriu os olhos e fez careta, por conta da claridade. - Vamos jantar, meu amor. - desta vez sua voz foi mais suave. Encolhi os olhos o olhando. Porque comigo ele faz um drama danado?
(...)
Depois de prontos, fomos para o restaurante todos separados em seus carros.
- Amor, você acha que eu posto? - me mostrou uma foto que eu bati sua antes de sairmos:
- Olha só, as fotos que postei dos dois no snap, já estão rolando no insta. - me mostrou o celular mais uma vez vi de Melissa:
E mais embaixo vi a de Enzo:
Chegamos no restaurante e lá, eu recebi meus presente e dei também aos pais presentes. Enfim, foi uma troca de presentes como se fosse natal. Mas, claro só entre os homens. De Melissa eu ganhei um quadro, pequeno onde tinha uma pintura. Meu rosto e o dela quando ainda era pequenininha. Eu lembro, foi uma das primeiras fotos que bati com ela. Meus olhos brilharam de emoção. Enzo me deu uma pulseira. Ele também é viciado em pulseiras, confesso que eu o influenciei a ter essa paixão. Na pulseira que ganhei tinha a frase: melhor pai do mundo. Tenho quase certeza que é de ouro branco. Coloquei na hora! Recebi também presente de Bubu, Mari, minha mãe, minha sogra. Como eu disse: foi realmente uma troca de presentes. Mas Bele não me deu nada, apenas me parabenizou mais uma vez e me deu um casto beijo. Confesso que fiquei desapontado, eu esperava um presente dela.
Com os minutos eu acabei esquecendo do desleixo de minha esposa e já gargalhava com João, que falava de uma das manias loucas de Mari, enquanto meu pai, meu sogro e Breno estavam envolvidos em outra conversa. Já as mulheres estavam em uma área reservada as crianças, com as mesmas.
Quando decidimos ir embora, já era bem tarde. Depois de tomar banho e estarmos prontos para dormir, Bele disse:
- Tem o meu presente ainda. - me olhou risonha. Relaxei e sorri. Ela não esqueceu!
- Nosso, mamãe. - Enzo corrigiu e ela levantou, enquanto Melissa ficou deitada do meu lado e meu menino do outro. Pinguinho foi até a tevê e vi ela colocar um DVD no aparelho. Logo começou um vídeo, depoimento de Enzo:
- Papai, você é muito bagunceiro. - ouvi a risada da Bele no fundo na gravação e ele sorriu. Logo continuou a falar com sua voz doce e meio atrapalhado. - Mas... Mas eu amo muito você. Assim, desse tamanho. - Abriu os braços o máximo que conseguiu. Ouvi na gravação que Melissa falou algo e Bele a repreendeu: - Calma, Lissa! - Enzo a repreendeu também. - Papai, você viaja muito, mas sempre volta. Sempre vai voltar. Eu te amo, papai! - soltou beijo e sorriu. Meus olhos já estavam repletos de lágrimas. Um próximo vídeo começou, desta vez Melissa:
- Meu papai, seu coraçãozinho te ama muito, muitão! Você é o melhor pai do mundo. - fechou os olhos e fechou as mãos, tentando passar a sinceridade de suas palavras. - Papai, eu sempre vou ficar com você. Vou ser igual a você. Eu te amo. - soltou beijo também e eu sorria bobo, enquanto as lágrimas desciam em meu rosto. Beijei os cabelos de minha filha e já começou outro vídeo, desta vez, ela:
- Oi neguinho! - inclinou a cabeça pro lado, toda meiga. - Neste dia tão especial, eu quero te dizer mais uma vez, porque com certeza eu já te disse algo assim que acordou. - riu e sorri concordando com a cabeça. - Você é maravilhoso! Um pai exemplar, que a cada dia procura melhorar pra nós, sua família. Sabe, quando a gente namorada eu imaginava você como pai dos meus filhos e eu não me errei em nenhum pensamento. Você é até mais do que eu imaginei que fosse. A cada dia me surpreende, faz com que eu me sinta amada e que nunca, nunca me arrependa de ter dito sim. Eu te amo com todo o coração. Obrigada por me dar os melhores presentes de toda minha vida. - ela chamou os dois com as mãos e eles pareceram no vídeo e disseram juntos: Nós te amamos! E por fim, apareceu uma foto nossa, recente.
- Ah cara! - exclamei sorrindo e muito, muito emocionado. - Eu que amo vocês. São minha vida toda! - beijei o alto da cabeça de meus filhos e em seguida selei os lábios de minha mulher que estava um pouco a minha frente. - Você é tudo que eu sempre sonhei. Te amo! Muito. Muito. - sorrimos um para o outro.
As vezes como agora, eu penso se sou merecedor de todo esse amor. São nesses momentos que eu percebo o amor de Deus, e são nesses momentos que eu vejo que sou extremamente abençoado e feliz.
Demorei de novo né? Me desculpem, é o tempo que anda muito curto. Espero ter recompensado com esse capítulo enorme e cheio de amor! Gostaram? Uma nova fase, as crianças estão com 4 anos e o amor do casal continua forte.... Que nada atrapalhe.
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Bjs, Jéssica. ❤
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Capítulo 169
•Cinco meses depois•
Hoje eu já consigo ver melhor a partida dos meus avós, estou mais conformada, graças a Deus e a Rafa. Ele foi essencial em todo meu processo de aceitação.
Hoje volto ao trabalho com o coração mais que apertado por deixar meus filhos. Luan tentou me convencer a qualquer custo para que eu parasse de trabalhar, disse que com o dinheiro dele conseguimos viver bem e eu poderia dar toda total atenção ao nossos filhos. E então entramos eu um acordo. Eu não quero parar de trabalhar tão cedo e depender de homem, nunca foi assim! Sempre corri atrás de tudo que quero com muito esforço e dedicação. Sempre gostei de independência e não será a essa altura da vida que ser dependente do dinheiro de alguém. O combinado foi o seguinte; eu não sou mais sócia de meu irmão, agora o negócio é somente dele. A partir de hoje trabalho somente na empresa de meu pai, no período da manhã. Enquanto isso uma sobrinha de Jojô cuidará de nossos filhos, ela está na faculdade e para pagar aceitou o emprego. Por ser da família de Joana, eu confiei.
- Larissa, tem frutas na geladeira, você corta em pedacinhos pequenos e eles comem. De restante você já sabe né?
- Sim, sei dona Mabele.
- Esquece o dona! - a repreendi sorrindo.
- Mabele. - corrigiu.
- Ótimo, você me chamando de dona ou senhora eu me sinto velha! - rimos e depois de deixar um beijo nos gêmeos, fui para a empresa.
(...)
O dia rapidamente se passou. No fim da tarde Luan chegou de mais uma serie de shows e em poucas horas fomos para a casa de seus pais, onde vai acontecer um churrasco. Ideia de minha cunhada, que veio passar poucos dias por aqui e decidiu fazer o churrasco para rever seus amigos.
- Vamos, Mabele! - Luan chamou já dentro do carro enquanto eu estava parada na frente da porta do carro, postando foto.
- Calma, meu lindo. Prontinho.
" #ChurrasBruSantana ❤ "
Usei a hastag que todos os convidados estavam usando e entrei no carro.
- O que você tava fazendo?
- Postando foto. - sorri e ele negou com a cabeça e então fomos para casa de meus sogros. Chegando lá, ainda haviam poucas pessoas. Na sala encontrei Bruna que agarrou Enzo, o enchendo de beijos.
- Ele tá lindo! Um gato! - falou e já voltou a enchê-lo de beijos, o fazendo soltar uma gargalhada gostosa.
- E essa princesa? Toda linda! - Paiva disse, pegando Melissa nos braços. Luan já estava em uma conversa com seu cunhado e Rober no jardim. Fiquei conversando com as duas, enquanto elas paparicavam meus filhos. Voltei meu olhar para a direção da cozinha e vi que minha sogra falava ao telefone.
- Vou falar com a tia. - sorri e as meninas assentiram. Logo tia Zezete encerrou a chamada e engatamos em uma animada conversa sobre como foi minha volta ao trabalho. Dividi minha dor de deixar os gêmeos pela primeira vez.
Quando percebi já haviam se passado bons minutos, já conseguia ouvir as conversas misturadas e o barulho de música no jardim.
Olhei o insta, por mania mesmo. E me deparei com uma foto pra lá de maravilhosa! Não segurei o sorriso ao ver as duas:
Me animei para me juntar a eles. E depois de beijar o rosto de minha sogra eu fui para o jardim. Encontrando Luan fazendo palhaçada para Melissa não parava de gargalhar ainda no colo de Bruna. Sorri imediatamente. Aquilo estava chamando a atenção de todos que estavam presentes. Todos sorriam com a cena e até riam. Me aproximei e ele se deu conta da minha presença.
- A mamãe chegou! - sorriu pra mim e Melissa me olhou, esticando os braços para que eu a pegasse. Assim fiz.
- Amozrinha, deixa eu te mostrar a foto que o Breno bateu.
- É a que você postou no insta? - ela assentiu.
- Eu já vi.
- Não tá a coisa mais linda? - sorriu derretida.
- Tá. Eu achei muito linda!
- Ela tava rindo das palhaçadas do Luan. - Olhamos pra ele, que sorriu e então uma voz masculina o chamou.
Sentei ao lado de minha cunhada e logo vi que Enzo estava nos braços de meu sogro.
- Como vai o namoro? - perguntei.
- Muito bem. - ela sorriu. - Temos brigas, claro, como todo casal. Mas nos damos muito bem.
- Que bom!
- E você com o Pi? Como tá essa fase de pais? - ela riu.
- Tudo está correndo bem. Ele sempre ajuda quando tá em casa.
- Vocês tem que ir lá em casa! Passa um fim de semana no Rio.
- O casamento do Anderson tá chegando, se der pra encaixar. - sorri.
- Ele ainda não casou?
- Não, foi um tempão noivando. - ri de leve.
- E o Pi?
- O que tem seu irmão?
- Como ele está reagindo em saber que vai ter que ver seu grande amigo em pouco tempo. - ironizou.
- Ele ainda não sabe. Vou falar quando estiver mais perto. - arrumei a blusa de minha filha que estava toda embolada.
- Entendi. - Assim que ela fechou a boca, uma turma de cerca de cinco pessoas chegaram. E os reconheci. A galera do teatro!
Os minutos foram passando e eu conversava, com um, com outro. Estava muito, muito agradável. Até que Luan chegou até mim, com Enzo chorando.
- Com fome. - ele sorriu. Levantei e então fomos para o antigo quarto dele. Que continuava do mesmo jeitinho de anos atrás.
- Sua mãe não mexeu em nada né? - olhei ao redor e sentei na cama.
- Não. Quantas lembranças eu tenho nossas dentro desse quarto. - sorri e trocamos os bebês.
- Foram muitos momentos. - concordei.
- Como você vai fazer pra dar de mamar com esse vestido?
- Merda! Eu nem pensei nisso quando vesti. - Enzo se remexia em meu colo, impaciente.
- Tira, uai. Eu tranco a porta. - ele levantou e trancou a porta enquanto eu me xingava. Como eu não pensei em uma roupa mais fácil? Coloquei Enzo na cama que chorou alto. Tirei meu vestido rápido e Rafa já estava sentado na cama novamente. Sentei também. Liberei um seio para meu filho, que atacou com muita vontade! Graças a Deus eu ainda consigo amamentar. Me sinto muito orgulhosa!
- Cê é tão gostosinha. - Olhei Luan que me secava com o olhar.
- Toma jeito, menino! - Sorri negando.
- Cê podia ter dado alguma fruta, sei lá. Um suco? - mudou de assunto.
- Não, eu dei antes de sairmos. Agora eu a vez de dar o leite e mais tarde eu faço outra coisa.
- Entendi. - ele se aproximou ainda com Melissa em seus braços e cheirou meu pescoço, mordendo em segura. Me encolhi toda, sentindo arrepios.
- Para! - O olhei e ele sorriu. Beijando minha bochecha seguidas vezes. Ficamos conversando, até Enzo parar de mamar. Melissa já dormia nos braços de Luan. Enzo não demorou muito a dormir também. Colocamos os dois entre travesseiros no meio da cama e descemos. Chegando no meio do povo, mais uma vez nos afastamos. Cada um foi pra um lado. O pessoal da equipe do Luan chegaram e ele se juntou a eles, junto com Bruna. Peguei uma taça de vinho e começei a olhar minha fotos, em um momento de tédio. Achei uma foto minha com Enzo e me perguntei: como eu ainda não postei? Vou fazer isso agora! Depois de aditar eu postei:
" Meu coraçãozinho! ❤ "
As meninas começaram a comentar imediatamente. Todas elas acham ele a cara do Rafa. Realmente é.
A noite se passou e quando fomos para casa já era madrugada. Os gêmeos falavam poucas palavras incompreendidas e as vezes soltavam gritinhos.
- Imagina quando eles falarem papai.
- Depois de mamãe. - retruquei.
- O Enzo pode até fala mamãe primeiro, mas a Lissa vai falar papai primeiro.
- Quem te deu essa certeza?
- Espera pra ver. - falou todo convencido e logo chegamos em casa. Enquanto eu banhava Enzo, ele pegava talco, o pijama, frauda. Quando terminei o banho do nosso menino ele o vestiu e eu já estava com Melissa. Logo em seguida ele a vestiu e se ofereceu para colocar os dois para dormir. Ele ama fazer isso e depois que os dois dormem ele fica olhando horas e horas se puder. Aproveitei e tomei um demorado banho, como a muito tempo não tomava. Quando sai, ele ainda não estava no quarto. Como eu esperava. Que pai mais apaixonado! Eu sempre imaginei que ele seria assim e nunca me enganei. Sempre dando seu melhor. Sendo o melhor pra mim e nossos filhos. Como eu escolhi bem! Como fui e sou abençoada. Suspirei enquanto passava o creme em meu corpo. Sou apaixonada demais nesse homem. Lembrei novamente do dia do velório. Ele ficou comigo até o outro dia e a tarde foi embora direto para o proximo show, sem dormir. Lembrei também que ele me disse que Rober entrou em contato com um dos fazendeiros da região, que foi onde ele pousou. Como ele se esforça! É realmente merecedor de todo meu amor. Hoje eu me sinto tão burra por ter dito aquelas coisas ao telefone. É claro que posso contar com ele! Pra tudo! Depois de vestir minha camisola deitei na cama e decidi deixá-lo em seu momentos com nossos filhos. Fiquei no celular, conversando com Mari que também estava no churrasco da Bruna. Ela é a nova socia do João e sua barriga já está linda! Já descobriram o sexo do bebê, agora é uma princesinha! O nome ainda será decidido. A madrinha desta vez será Bubu, que ficou maluca quando soube. Que aliás, foi hoje. Pulou de felicidade e disse: " Eu só sou madrinha de princesas. " Toda feliz.
De repente meu celular começou a vibrar sem parar, notificações e mais notificações. Luan. Sim, ele com certeza está envolvido. Fui olhar do que se tratava e já suspirei apaixonada só de ver a foto, mal sabia que que a legenda me deixaria morrendo de amores:
" Minha família. Eu formei uma família! Essas pessoas pequenininhas são de uma importância enorme. São essenciais. São minha Fortaleza. Quando estou voltando para casa depois de vários shows, tudo que eu quero é ver esses rostos. Tocar. Abraçar. Cheirar. Eu sempre quis formar uma família, ter filhos... E eu ecolhi a melhor pessoa pra isso. Sou o cara mais feliz do mundo! Nunca vou me cansar de dizer isso. Quando eu estou longe, não tem um só dia que eu não pense nesses três. Eu amo com todo o coração. ❤ "
Como ele pode ser tão incrível? Levantei imediatamente e fui até o quarto dos nosso filhos, o encontrei os olhando, encostado dos berços.
- Ei... - chamei baixinho e ele me olhou sorrindo. Me aproximei e o abracei. Me sentindo protegida de qualquer coisa. Seus braços fortes, sua altura me passam isso. Segurança. - Eu te amo. - ele beijou meus cabelos e com a cabeça ainda encostada em seu peito eu olhei nossos filhos, dormindo tranquilos.
- Não tem coisa melhor do que está ao lado de vocês. - ele disse baixinho.
- E cantar? - brinquei.
- Eu amo também, vivo música.
- Eu sei. - inclinei minha cabeça para cima e o olhei sorrindo.
- Pena que pra isso eu tenha que ficar longe de vocês.
- É, isso é a única parte ruim. - fiz careta e ele sorriu. - O que foi?
- Você é linda. - passou a mão por meus cabelos.
- Você também é lindo. - passei a mão por sua barba. - Você tem que fazer essa barba né? - olhei em seus olhos.
- Tenho. - concordou rindo. - Quando você vai levar nossos filhos pra um show meu?
- Rafa, eles ainda são muito novos. - franzi minha testa. - Vamos esperar pelo menos um ano?
- Tudo bem. - me beijou. - Mas e você?
- Eu o que?
- Quando vai no meu show?
- Provavelmente só quando eles forem. - sorri me desculpando e ele bufou.
(...)
No outro dia, Luan passou a manhã na casa dos pais com nossos filhos, enquanto eu fui trabalhar. Pelo menos hoje eu não precisei dos serviços de Larissa.
Quando cheguei, liguei para Luan e ele disse que vai trazer o almoço. Enquanto isso fiquei em minhas redes sociais e dando carinho ao Élvis. me deparei com mais fotos lindas:
" Esse sorriso me faz transbordar de amor. 😍 É puff, não deu pra nós, ela é o charme da foto. "
Sorri sentindo uma saudade absurda de meus filhos. Quando ouvi a voz do Luan, saltei do sofá e fui ajudá-lo. Peguei meu menino e enchi de beijos.
- Que saudade a mamãe sentiu, meu amor! - o cheirei. - Como você tá lindo. - Luan nos observava sorrindo com Melissa nos braços. - Você que arrumou os dois? - o olhei.
- Claro! Quem mais poderia ser? Tô manjando dos trem, pinguinho. - falou todo convencida, me causando uma gargalhada. Minha filha ergueu os braços pra mim e trocamos.
- Você também tá muito linda! Tá amando a farra com seu pai e sua tia né? - nós sorrimos uma pra outra e se não fosse tão novinha, eu diria que ela estava entendendo tudo que eu disse.
- Bruna chamou a gente pra passar a tarde na piscina, mas eu preferi aproveitar com você. - Luan sorriu enquanto eu cheirava o cabelo de minha filha.
- Aproveitar? Como? - sorri maliciosa.
- Você tem alguma ideia?
- Deixa eu comer, posso pensar em alguma maneira. - ele riu, concordando e fomos a sala de jantar. Luan segurava Enzo e eu Melissa, enquanto eu comia. Conversavamos em um clima agradável. Isso não é rotina pra mim, ter minha família reunida, em um " almoço".
Subimos e enquanto eu tomava um banho, ele foi fazer uma das coisas que mais gosta: colocar nossos filhos para dormir. E quando voltou, nos amamos por horas. Que fase feliz! A cada dia nosso casamento está melhor, o que me faz ter certeza que fiz certo em casa com o amor da minha vida.
Oooooi, não demorei tanto não é? Tenho uma perguntinha e ficarei mais que agradecida se responderem sinceramente. A história está chata, cansativa? Eu já estou na fase final, mas estou querendo mostrar essa fase pais dos dois, digamos assim. Estão gostando? Estou agradando? E mais uma pergunta: quem me acompanha, realmente quer outra fanfic?
E agora sobre o capítulo cheio de amor e fotosss! Gostaram?
Obrigada por todos os comentários, respondi todos!
Bjs, Jéssica. ❤
Hoje eu já consigo ver melhor a partida dos meus avós, estou mais conformada, graças a Deus e a Rafa. Ele foi essencial em todo meu processo de aceitação.
Hoje volto ao trabalho com o coração mais que apertado por deixar meus filhos. Luan tentou me convencer a qualquer custo para que eu parasse de trabalhar, disse que com o dinheiro dele conseguimos viver bem e eu poderia dar toda total atenção ao nossos filhos. E então entramos eu um acordo. Eu não quero parar de trabalhar tão cedo e depender de homem, nunca foi assim! Sempre corri atrás de tudo que quero com muito esforço e dedicação. Sempre gostei de independência e não será a essa altura da vida que ser dependente do dinheiro de alguém. O combinado foi o seguinte; eu não sou mais sócia de meu irmão, agora o negócio é somente dele. A partir de hoje trabalho somente na empresa de meu pai, no período da manhã. Enquanto isso uma sobrinha de Jojô cuidará de nossos filhos, ela está na faculdade e para pagar aceitou o emprego. Por ser da família de Joana, eu confiei.
- Larissa, tem frutas na geladeira, você corta em pedacinhos pequenos e eles comem. De restante você já sabe né?
- Sim, sei dona Mabele.
- Esquece o dona! - a repreendi sorrindo.
- Mabele. - corrigiu.
- Ótimo, você me chamando de dona ou senhora eu me sinto velha! - rimos e depois de deixar um beijo nos gêmeos, fui para a empresa.
(...)
O dia rapidamente se passou. No fim da tarde Luan chegou de mais uma serie de shows e em poucas horas fomos para a casa de seus pais, onde vai acontecer um churrasco. Ideia de minha cunhada, que veio passar poucos dias por aqui e decidiu fazer o churrasco para rever seus amigos.
- Vamos, Mabele! - Luan chamou já dentro do carro enquanto eu estava parada na frente da porta do carro, postando foto.
- Calma, meu lindo. Prontinho.
" #ChurrasBruSantana ❤ "
Usei a hastag que todos os convidados estavam usando e entrei no carro.
- O que você tava fazendo?
- Postando foto. - sorri e ele negou com a cabeça e então fomos para casa de meus sogros. Chegando lá, ainda haviam poucas pessoas. Na sala encontrei Bruna que agarrou Enzo, o enchendo de beijos.
- Ele tá lindo! Um gato! - falou e já voltou a enchê-lo de beijos, o fazendo soltar uma gargalhada gostosa.
- E essa princesa? Toda linda! - Paiva disse, pegando Melissa nos braços. Luan já estava em uma conversa com seu cunhado e Rober no jardim. Fiquei conversando com as duas, enquanto elas paparicavam meus filhos. Voltei meu olhar para a direção da cozinha e vi que minha sogra falava ao telefone.
- Vou falar com a tia. - sorri e as meninas assentiram. Logo tia Zezete encerrou a chamada e engatamos em uma animada conversa sobre como foi minha volta ao trabalho. Dividi minha dor de deixar os gêmeos pela primeira vez.
Quando percebi já haviam se passado bons minutos, já conseguia ouvir as conversas misturadas e o barulho de música no jardim.
Olhei o insta, por mania mesmo. E me deparei com uma foto pra lá de maravilhosa! Não segurei o sorriso ao ver as duas:
- A mamãe chegou! - sorriu pra mim e Melissa me olhou, esticando os braços para que eu a pegasse. Assim fiz.
- Amozrinha, deixa eu te mostrar a foto que o Breno bateu.
- É a que você postou no insta? - ela assentiu.
- Eu já vi.
- Não tá a coisa mais linda? - sorriu derretida.
- Tá. Eu achei muito linda!
- Ela tava rindo das palhaçadas do Luan. - Olhamos pra ele, que sorriu e então uma voz masculina o chamou.
Sentei ao lado de minha cunhada e logo vi que Enzo estava nos braços de meu sogro.
- Como vai o namoro? - perguntei.
- Muito bem. - ela sorriu. - Temos brigas, claro, como todo casal. Mas nos damos muito bem.
- Que bom!
- E você com o Pi? Como tá essa fase de pais? - ela riu.
- Tudo está correndo bem. Ele sempre ajuda quando tá em casa.
- Vocês tem que ir lá em casa! Passa um fim de semana no Rio.
- O casamento do Anderson tá chegando, se der pra encaixar. - sorri.
- Ele ainda não casou?
- Não, foi um tempão noivando. - ri de leve.
- E o Pi?
- O que tem seu irmão?
- Como ele está reagindo em saber que vai ter que ver seu grande amigo em pouco tempo. - ironizou.
- Ele ainda não sabe. Vou falar quando estiver mais perto. - arrumei a blusa de minha filha que estava toda embolada.
- Entendi. - Assim que ela fechou a boca, uma turma de cerca de cinco pessoas chegaram. E os reconheci. A galera do teatro!
Os minutos foram passando e eu conversava, com um, com outro. Estava muito, muito agradável. Até que Luan chegou até mim, com Enzo chorando.
- Com fome. - ele sorriu. Levantei e então fomos para o antigo quarto dele. Que continuava do mesmo jeitinho de anos atrás.
- Sua mãe não mexeu em nada né? - olhei ao redor e sentei na cama.
- Não. Quantas lembranças eu tenho nossas dentro desse quarto. - sorri e trocamos os bebês.
- Foram muitos momentos. - concordei.
- Como você vai fazer pra dar de mamar com esse vestido?
- Merda! Eu nem pensei nisso quando vesti. - Enzo se remexia em meu colo, impaciente.
- Tira, uai. Eu tranco a porta. - ele levantou e trancou a porta enquanto eu me xingava. Como eu não pensei em uma roupa mais fácil? Coloquei Enzo na cama que chorou alto. Tirei meu vestido rápido e Rafa já estava sentado na cama novamente. Sentei também. Liberei um seio para meu filho, que atacou com muita vontade! Graças a Deus eu ainda consigo amamentar. Me sinto muito orgulhosa!
- Cê é tão gostosinha. - Olhei Luan que me secava com o olhar.
- Toma jeito, menino! - Sorri negando.
- Cê podia ter dado alguma fruta, sei lá. Um suco? - mudou de assunto.
- Não, eu dei antes de sairmos. Agora eu a vez de dar o leite e mais tarde eu faço outra coisa.
- Entendi. - ele se aproximou ainda com Melissa em seus braços e cheirou meu pescoço, mordendo em segura. Me encolhi toda, sentindo arrepios.
- Para! - O olhei e ele sorriu. Beijando minha bochecha seguidas vezes. Ficamos conversando, até Enzo parar de mamar. Melissa já dormia nos braços de Luan. Enzo não demorou muito a dormir também. Colocamos os dois entre travesseiros no meio da cama e descemos. Chegando no meio do povo, mais uma vez nos afastamos. Cada um foi pra um lado. O pessoal da equipe do Luan chegaram e ele se juntou a eles, junto com Bruna. Peguei uma taça de vinho e começei a olhar minha fotos, em um momento de tédio. Achei uma foto minha com Enzo e me perguntei: como eu ainda não postei? Vou fazer isso agora! Depois de aditar eu postei:
" Meu coraçãozinho! ❤ "
As meninas começaram a comentar imediatamente. Todas elas acham ele a cara do Rafa. Realmente é.
A noite se passou e quando fomos para casa já era madrugada. Os gêmeos falavam poucas palavras incompreendidas e as vezes soltavam gritinhos.
- Imagina quando eles falarem papai.
- Depois de mamãe. - retruquei.
- O Enzo pode até fala mamãe primeiro, mas a Lissa vai falar papai primeiro.
- Quem te deu essa certeza?
- Espera pra ver. - falou todo convencido e logo chegamos em casa. Enquanto eu banhava Enzo, ele pegava talco, o pijama, frauda. Quando terminei o banho do nosso menino ele o vestiu e eu já estava com Melissa. Logo em seguida ele a vestiu e se ofereceu para colocar os dois para dormir. Ele ama fazer isso e depois que os dois dormem ele fica olhando horas e horas se puder. Aproveitei e tomei um demorado banho, como a muito tempo não tomava. Quando sai, ele ainda não estava no quarto. Como eu esperava. Que pai mais apaixonado! Eu sempre imaginei que ele seria assim e nunca me enganei. Sempre dando seu melhor. Sendo o melhor pra mim e nossos filhos. Como eu escolhi bem! Como fui e sou abençoada. Suspirei enquanto passava o creme em meu corpo. Sou apaixonada demais nesse homem. Lembrei novamente do dia do velório. Ele ficou comigo até o outro dia e a tarde foi embora direto para o proximo show, sem dormir. Lembrei também que ele me disse que Rober entrou em contato com um dos fazendeiros da região, que foi onde ele pousou. Como ele se esforça! É realmente merecedor de todo meu amor. Hoje eu me sinto tão burra por ter dito aquelas coisas ao telefone. É claro que posso contar com ele! Pra tudo! Depois de vestir minha camisola deitei na cama e decidi deixá-lo em seu momentos com nossos filhos. Fiquei no celular, conversando com Mari que também estava no churrasco da Bruna. Ela é a nova socia do João e sua barriga já está linda! Já descobriram o sexo do bebê, agora é uma princesinha! O nome ainda será decidido. A madrinha desta vez será Bubu, que ficou maluca quando soube. Que aliás, foi hoje. Pulou de felicidade e disse: " Eu só sou madrinha de princesas. " Toda feliz.
De repente meu celular começou a vibrar sem parar, notificações e mais notificações. Luan. Sim, ele com certeza está envolvido. Fui olhar do que se tratava e já suspirei apaixonada só de ver a foto, mal sabia que que a legenda me deixaria morrendo de amores:
" Minha família. Eu formei uma família! Essas pessoas pequenininhas são de uma importância enorme. São essenciais. São minha Fortaleza. Quando estou voltando para casa depois de vários shows, tudo que eu quero é ver esses rostos. Tocar. Abraçar. Cheirar. Eu sempre quis formar uma família, ter filhos... E eu ecolhi a melhor pessoa pra isso. Sou o cara mais feliz do mundo! Nunca vou me cansar de dizer isso. Quando eu estou longe, não tem um só dia que eu não pense nesses três. Eu amo com todo o coração. ❤ "
Como ele pode ser tão incrível? Levantei imediatamente e fui até o quarto dos nosso filhos, o encontrei os olhando, encostado dos berços.
- Ei... - chamei baixinho e ele me olhou sorrindo. Me aproximei e o abracei. Me sentindo protegida de qualquer coisa. Seus braços fortes, sua altura me passam isso. Segurança. - Eu te amo. - ele beijou meus cabelos e com a cabeça ainda encostada em seu peito eu olhei nossos filhos, dormindo tranquilos.
- Não tem coisa melhor do que está ao lado de vocês. - ele disse baixinho.
- E cantar? - brinquei.
- Eu amo também, vivo música.
- Eu sei. - inclinei minha cabeça para cima e o olhei sorrindo.
- Pena que pra isso eu tenha que ficar longe de vocês.
- É, isso é a única parte ruim. - fiz careta e ele sorriu. - O que foi?
- Você é linda. - passou a mão por meus cabelos.
- Você também é lindo. - passei a mão por sua barba. - Você tem que fazer essa barba né? - olhei em seus olhos.
- Tenho. - concordou rindo. - Quando você vai levar nossos filhos pra um show meu?
- Rafa, eles ainda são muito novos. - franzi minha testa. - Vamos esperar pelo menos um ano?
- Tudo bem. - me beijou. - Mas e você?
- Eu o que?
- Quando vai no meu show?
- Provavelmente só quando eles forem. - sorri me desculpando e ele bufou.
(...)
No outro dia, Luan passou a manhã na casa dos pais com nossos filhos, enquanto eu fui trabalhar. Pelo menos hoje eu não precisei dos serviços de Larissa.
Quando cheguei, liguei para Luan e ele disse que vai trazer o almoço. Enquanto isso fiquei em minhas redes sociais e dando carinho ao Élvis. me deparei com mais fotos lindas:
" Esse sorriso me faz transbordar de amor. 😍 É puff, não deu pra nós, ela é o charme da foto. "
Sorri sentindo uma saudade absurda de meus filhos. Quando ouvi a voz do Luan, saltei do sofá e fui ajudá-lo. Peguei meu menino e enchi de beijos.
- Que saudade a mamãe sentiu, meu amor! - o cheirei. - Como você tá lindo. - Luan nos observava sorrindo com Melissa nos braços. - Você que arrumou os dois? - o olhei.
- Claro! Quem mais poderia ser? Tô manjando dos trem, pinguinho. - falou todo convencida, me causando uma gargalhada. Minha filha ergueu os braços pra mim e trocamos.
- Você também tá muito linda! Tá amando a farra com seu pai e sua tia né? - nós sorrimos uma pra outra e se não fosse tão novinha, eu diria que ela estava entendendo tudo que eu disse.
- Bruna chamou a gente pra passar a tarde na piscina, mas eu preferi aproveitar com você. - Luan sorriu enquanto eu cheirava o cabelo de minha filha.
- Aproveitar? Como? - sorri maliciosa.
- Você tem alguma ideia?
- Deixa eu comer, posso pensar em alguma maneira. - ele riu, concordando e fomos a sala de jantar. Luan segurava Enzo e eu Melissa, enquanto eu comia. Conversavamos em um clima agradável. Isso não é rotina pra mim, ter minha família reunida, em um " almoço".
Subimos e enquanto eu tomava um banho, ele foi fazer uma das coisas que mais gosta: colocar nossos filhos para dormir. E quando voltou, nos amamos por horas. Que fase feliz! A cada dia nosso casamento está melhor, o que me faz ter certeza que fiz certo em casa com o amor da minha vida.
Oooooi, não demorei tanto não é? Tenho uma perguntinha e ficarei mais que agradecida se responderem sinceramente. A história está chata, cansativa? Eu já estou na fase final, mas estou querendo mostrar essa fase pais dos dois, digamos assim. Estão gostando? Estou agradando? E mais uma pergunta: quem me acompanha, realmente quer outra fanfic?
E agora sobre o capítulo cheio de amor e fotosss! Gostaram?
Obrigada por todos os comentários, respondi todos!
Bjs, Jéssica. ❤
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Capítulo 168
Quando chegamos na chácara nos deparamos com o clima já esperado. Toda a família na casa de meus avós muito abalados, esperavam os corpos. Ramon me abraçou enquanto minha mãe já chorava junto de minhas tias. Nos braços de meu primo eu desabei, enquanto meus filhos estavam quietinhos em seus carrinhos que são bem flexíveis e couberam no carro.
Logo explicaram que se tratou de um infarto fulminante de ambos, o que nos deixou surpresas. Os dois infartaram juntos, no mesmo dia, na mesma hora. Era realmente amor!
Eu estava tomando chá, enquanto Melissa mamava e Enzo estava com um de meus primos, quando minha prima sentou do meu lado.
- Ela é linda. - sorriu pequeno olhando Melissa.
- Sim, ela é. - sorri de volta.
- Cuidar de dois ao mesmo tempo não é fácil né?
- Nem um pouco. - ri de leve.
- Ainda mais que o Luan não para em casa.
- Verdade. Mas é o trabalho dele e sempre que ele está em casa me ajuda.
- Que bom! Por falar nele, porque não veio?
- Eu tentei ligar mais ele não atendeu. - ela fez careta.
- É complicado, você está precisando tanto dele agora e ele não atende, está em outra cidade e provavelmente não poderá vir. - parei para pensar em suas palavras e não deixa de ser mentira. Meu coração apertou. - Eu não casaria com um cantor. - riu de leve. Lembrei que não é a primeira vez que ela me diz coisas parecidas, quando meu pai estava no hospital ela também me falou algo assim.
- O amor não escolhe profissão. - sorri de leve. Mas eu reconheço que realmente é complicado. Tudo que eu quero é ele aqui, e apesar de tudo, ele não deixará seu próximo show para estar comigo. Eu sei disso. Minha prima não está falando nemhum absurdo. Só quem ama muito aguenta toda essa rotina louca que envolve a música.
Ela não espondeu mais nada e ficou segurando a mãozinha de Melissa enquanto conversava com ela. Pronto, suas palavras ficaram grudadinhas em minha cabeça. Eu realmente não posso contar com ele pra absolutamente tudo. Não quando envolve sua profissão. Ele nem ao menos me atendeu! E já fazem horas. Ele não virá, eu sei disso tudo. Meu coração começou a se despedaçar, já não bastava as mortes, agora ainda tem essas palavras que não saem da minha mente. A vontade de chorar voltou, mas antes de isso acontecer um de meus tios entrou dizendo que os corpos haviam chegado. Levantei sentindo culpa. Para de pensar que seu marido não está sempre com você! É claro que está. Mesmo de longe, está sempre cuidado, protegendo e se preocupando. Dois lados dentro de mim brigavam, mas eu não sei se era pela sensibilidade, pelo momento nada feliz, que o lado onde acha que não posso contar com ele pra tudo gritou bem mais alto, mesmo que com isso eu sinta que estou sendo injusta com ele.
- Eu não sei se quero ver. - minha prima me olhou já em pé também. Nós estavamos na sala de tevê, onde não havia ninguém.
- Eu não quero, mas preciso me despedir deles. - fechei meus olhos com força e quando nós iriamos seguir, meu pai apareceu.
- Ei, não vai pra lá agora não. - Vitório e Gabi do seu lado.
- Porque?
- Está todo mundo muito abalado. Fica aqui, dá de mamar pra ela depois que tudo acalmar mais, você vai. - respirei aliviada, era tudo que eu estava precisando. Cuidado. Força. Assenti com a cabeça e voltamos a sentar.
- Eu vou indo lá, meu pai deve está arrasado. - minha prima disse e depois de deixar um beijo no rosto de cada um de nós.
- Como os vovôs foram pro céu, se eles entraram em um caixão? - Gabi perguntou.
- As almas deles foram, meu amor. - meu pai explicou, acariciando o cabelo dela. Enquanto Vitório estava visivelmente triste e agarrado a minha cintura.
- Como João tá?
- Nada bem. - meu pai lamentou. - Vem cá. - como se soubesse o que eu precisava, me acolheu em seus braços. Melissa parou de mamar e então eu arrumei minha blusa e Ramon apareceu.
- Olha só quem tá chorando. Tentei levar ele pro jardim por causa do momento, mas ele não parou de chorar.
- Deve está com fome também.
- Deixa que eu seguro ela.
- Coloca pra arrotar? Por favor?
- Claro! - fizemos a troca e foi só ele chegar em meus braços que seu choro ficou menos escandaloso.
- Você já vai comer, coraçãozinho. - voltei a dar de mamar e Ramon sumiu com minha filha. Fiquei recebendo o carinho de meu pai, ouvindo as inumeras perguntas de Gabi e o abraço de Vitório. Só faltava ele...
* Luan narrando.
Acordei por meio do despertador, já se passava do meio dia. Peguei meu celular e de cara vi as várias chamadas perdidas da Bele. Puta merda, algo aconteceu! Meu pensamento foi imediatamento em meus filhos. Ainda com a voz rouca, eu liguei pra ela que logo atendeu.
- Oi? - a voz muito abatida.
- O que aconteceu, amor?
- Você só acordou agora?
- Foi, tenho que ir comer e academia e depois a proxima cidade.
- Hum... Então é que meus avós maternos faleceram no inicio da manhã. - fiquei boquiaberto no mesmo instante.
- O que? Os dois? O que aconteceu?
- Eles tiveram um ataque cardiáco fuminante.
- Nossa cara! Que barra! - passei a mão por meu rosto. - Você deve tá muito mal. - suspirei querendo suprir sua dor.
- É, eu tô.
- Ô meu amorzinho, tudo que eu queria era ir ficar com você, mas eu não posso cancelar o show de amanhã.
- Eu já sabia. - seu tom soou estranho.
- Cê tá chateada?
- Não, Rafael.
- É claro que tá! - seu tom deixou bem claro pra mim.
- Eu só não tô bem, é isso. - suspirou pesado.
- Eu não te conheci ontem. Porque cê tá chateada comigo?
- Já que você insiste... Talvez porque eu te liguei um bilhão de vezes e nenhuma delas você atendeu? Talvez porque você não vai poder está comigo nesse momento dificil? Talvez porque eu estou quase enloquecendo por estar cuidando dos dois sozinha aqui, enquanto meu coração está um caco? Pelo menos meu primo tá ajudando. - suspirou. Suas palavras me atingiram com força.
- Você quer dizer que não pode contar comigo? É isso? - minha voz saiu bem baixa.
- Não sei Rafael. Você acha que eu posso?
- Mabele, eu me viro em mil pra te dar o máximo de atenção e agora ao nossos filhos também. Você está sendo injusta, não acha? - ouvi um choro de um de nossos gêmeos.
- Não vamos brigar tá? Eu só tô muito triste e precisando de você. Só isso. A Melissa tá chorando eu preciso tentar colocar ela pra dormir e o Enzo está mamando, então não tem como continuar falando com você. - sua voz mostra o quão afetada ela está pelos acontecimentos. E por mais que eu quisesse continuar aquela conversa, percebi que não era o momento apropriado. Apenas me despedi e fiquei pensando. Começando a me sentir culpado. Será que ela já está se cansando dessa coisa de viver com um cara que mal está em casa? Que realmente não é um marido normal? Suspirei e fechei os olhos com força, deitando novamente.
Quer saber? Eu vou pra lá! É, é isso, eu vou pra lá! Saltei da cama e já fui arrumando minha mala e ligando para Rober.
- Cara, em meia hora eu preciso ir pro interior de Sampa!
- Tá maluco? - ele riu.
- Não, viado. A Bele tá precisando de mim.
- Aconteceu alguma coisa?
- Os avós dela faleceram.
- Vixi!
- Agiliza! Fala com a Lelê. Ah, e olha se tem alguma pista de pouso no interior onde fica a chacará da família dela. Quero ir direto pra lá.
- Beleza. - desliguei e depois de jogar tudo que estava espalhado dentro da mala eu fui tomar banho. Mais uma vez fiquei refletindo em tudo que ela me disse. Ela sempre foi tão compreensiva! Sempre entendeu tão bem meu trabalho e agora... Não, isso não pode ter vindo dá cabeça dela.
(...)
Cheguei na chacara e encontrei alguns da família na entrada, me olharam surpresos e os cumprimentei, dando meus sentimentos. Logo entrei e na primeira sala, a sala de visitas eu encontrei a maioria ali, velando os corpos que estavam no centro da sala. Depois de cumprimentar a todos e dar meus sentimentos, olhei os avós de minha esposa. Eles pareciam estar dormindo, os rostos serenos e arrisco dizer que tinha um rastro de sorriso nos lábios de ambos. Eles foram felizes, foram juntos!
- Luan! - meu sogro falou ao chegar na sala com Enzo em seus braços. Fui até ele e imediatamente peguei meu filho. Que saudade eu senti! O cheirei. Cheiroso como sempre. - A Mabele disse que você não viria.
- É, mas eu dei um jeito. Tô aqui. - sorri de leve.
- Ela foi colocar a Melissa no quarto, acabou de dormir junto com a Gabi e o Vitório.
- Como ela tá, seu Joaquim? - Franzi a testa.
- Tá mal, muito mal. - ele lamentou. - Todos estão, como você viu. Não sei se acalento ela, ou Carol, ou João.
- É, ele também tá abatido. - olhei meu cunhado, que agora recebia o carinho de Mari.
- Vou ficar um pouco com a Carol. Vai lá falar com ela. - assenti e entrei quando subia as escadas, falando com Enzo, vi ela descer e paralisou quando me viu.
- O que você veio fazer aqui? - seu nariz vermelhinho, sua voz baixa. É, ela está mal. Continuei subindo e quando fiquei à altura dela disse:
- Eu vim ficar com você, cuidar de você e responder sua pergunta.
- Que pergunta? - franziu a testa e Enzo pousou a cabeça em meu ombro.
- Na ligação você perguntou se eu achava que você podia contar comigo e agora eu te respondo: você pode sim! Eu tô com você pra tudo e por tudo. - falei firme e ela suspirou silenciamente.
- Desculpa. - falou baixinho e eu a abracei com meu braço livre, acariciando seus cabelos.
- Tudo bem, meu amor. Vamos pro quarto? - ela concordou e foi um pouco na frente, vi ela passar os dedos no rosto.
Quanto entramos, deitei Enzo no meio da cama e me permiti olhá-lá. Tão linda! Tão minha! Tão, tão... Preciosa! Me aproximei e segurei as leterais de seu rosto.
- Seu avós parecem estarem tão em paz lá em baixo. Eu sei que é difícil, eu já tive essas perdas também. Mas nós temos que pelo menos tentar entender que eles viveram o máximo. - vi suas lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto seus olhos não saiam dos meus. - Eles precisavam descansar junto de Deus. Lá é tão melhor que aqui, amor. Eles ficariam bem mais felizes se você e todos entendessem que agora eles estão se sentindo bem, muito bem. - limpei suas lágrimas com meus dedos delicadamente. - Lembra só dos momentos bons, o quanto eles te fizeram feliz e a marca boa que eles deixaram aqui. - coloquei meu dedo indicador em seu coração e já voltei minha mão para seu rosto. - A saudade vai doer muito! Mas com o tempo fica somente aquela saudade boa, a você vai rir, sorri quando lembrar deles. Entendeu? - ela assentiu e me abraçou.
- Eu estava precisando tanto de você. - deu enfase na palavra " tanto".
- Eu sei. Desculpa não ter te atendido. - eu acariciava seus cabelos novamente. E ela ficou em silêncio, me abraçando por um longo tempo. Até seu choro sessar. Se afastou, eu beijei suas lágrimas e todo seu rosto, levemente, delicadamente. Vi ela dar um sorriso torto.
- Eu te amo tanto, neguinho. - falou olhando em meus olhos.
- Eu também te amo demais! Muito, muito, muito! - sorri e selei nossos lábios, era pra ser só um selinho, mas ao encostar sua boca na minha me deu vontade de sentir sua língua dentro de minha boca, então prolonguei, matando toda a saudade dela, do seu beijo. Assim que encerrei, cheirei sua bochecha e seu pescoço e seu cabelo lentamente. Aproveitando o momento.
- Você não vai ver nossa filha? - E então lembrei de Melissa.
- Vou, mas antes eu quero te fazer duas perguntas. - segurei suas mãos.
- Tá, faz.
- Cadê minha princesa e meu afilhado? - franzi a testa. - Seu pai disse que eles estavam com você.
- Eles decidiram ir deitar no quarto ao lado. Tadinhos, a viagem foi longa e eles acordaram bem cedo. Eles não estão entendendo muito sabe?
- Sei... E a outra e mais importante: quem te falou essas bobagens de que você não pode contar comigo? - ela me olhou atenta.
- Como você sabe que alguém falou?
- Pinguinho, você sempre foi muito compreensiva. Sempre! Isso não partiu da sua cabeça. - ela olhou pro lado e voltou a me olhar.
- Foi minha prima.
- Que prima?
- A Isa.
- O que ela disse?
- Rafael, não importa. Eu que fui boba e sei lá... Acho que minha cabeça está uma confusão e acabei viajando.
- Você não quer me falar?
- Não tem importância. Sua filha está bem ali, no berço que meu primo trouxe de um amigo dele. - ela sorriu e eu decidi esquecer o assunto.
- Vou ver meu coraçãozinho. - sorri e levantei indo até ela. Eu nem cheguei direito perto do berço e ela acordou chorando. Bele gemeu frustrada.
- Ah não! - ela disse eu ri. Peguei minha filha nos braços e imediatamente ela parou de chorar. Olhei arregalado para minha pinguinho. Eu ainda me surpreende muito com ela ligação tão forte que ela tem comigo. Bele voltou sua atenção para Enzo e ficamos ali até eles dormirem, ela não queria estar no meio da família, nem ao menos ver por tantas horas seus avôs nos caixões, segundo ela isso a machucava mais. Percebi que com o tempo que passamos juntos de nossos filhos ela melhorou, e até conseguiu rir, pouquíssimas vezes, mas conseguiu. A fome bateu e só então lembrei que nem ao menos comi antes de vir para cá. Descemos e fomos para a cozinha, ela vai preparar alguma coisa pra mim e assim que chegamos lá, encontramos a bendita prima, que eu ainda não tinha visto.
- Luan, você aqui? - ela se surpreendeu.
- É, eu vim. A Bele pode contar comigo sempre. Estava precisando de mim e aqui estou eu. - sorri forçado e senti Bele me beliscar de leve nas costas, já que estávamos abraçados de lado.
- Que bom, ela realmente precisava de você. - sorriu sem graça. - Vou voltar pra junto da família. Licença. - saiu e eu bufei.
- Rafael, não precisava ficar soltando piada.
- Precisava sim! Bora muié, quero meu sanduíche. - ela revirou os olhos e foi preparar tudo, enquanto eu a olhava, admirava com todo o amor. As vezes a vontade de colocá-lá em um portinho e proteger de tudo, me toma por inteiro. As vezes a vontade de apertá-lá e morder como se fosse uma boneca, me consome também. Eu estou bem aqui. No meu lugar, ao lado dela.
QUE CAPÍTULO DEMORADO NÃO É? Ultimamente tá difícil escrever pela falta de tempo. Maaaas quero saber o que acharam? Não aconteceu nada com o Luan, como a maioria pensou. Rolou uma quase discussão não foi? Mas Luan resolveu tudo correndo pra junto da Bele. Que prima venenosa não é? Ou sincera? Vocês quem decidem!
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Logo explicaram que se tratou de um infarto fulminante de ambos, o que nos deixou surpresas. Os dois infartaram juntos, no mesmo dia, na mesma hora. Era realmente amor!
Eu estava tomando chá, enquanto Melissa mamava e Enzo estava com um de meus primos, quando minha prima sentou do meu lado.
- Ela é linda. - sorriu pequeno olhando Melissa.
- Sim, ela é. - sorri de volta.
- Cuidar de dois ao mesmo tempo não é fácil né?
- Nem um pouco. - ri de leve.
- Ainda mais que o Luan não para em casa.
- Verdade. Mas é o trabalho dele e sempre que ele está em casa me ajuda.
- Que bom! Por falar nele, porque não veio?
- Eu tentei ligar mais ele não atendeu. - ela fez careta.
- É complicado, você está precisando tanto dele agora e ele não atende, está em outra cidade e provavelmente não poderá vir. - parei para pensar em suas palavras e não deixa de ser mentira. Meu coração apertou. - Eu não casaria com um cantor. - riu de leve. Lembrei que não é a primeira vez que ela me diz coisas parecidas, quando meu pai estava no hospital ela também me falou algo assim.
- O amor não escolhe profissão. - sorri de leve. Mas eu reconheço que realmente é complicado. Tudo que eu quero é ele aqui, e apesar de tudo, ele não deixará seu próximo show para estar comigo. Eu sei disso. Minha prima não está falando nemhum absurdo. Só quem ama muito aguenta toda essa rotina louca que envolve a música.
Ela não espondeu mais nada e ficou segurando a mãozinha de Melissa enquanto conversava com ela. Pronto, suas palavras ficaram grudadinhas em minha cabeça. Eu realmente não posso contar com ele pra absolutamente tudo. Não quando envolve sua profissão. Ele nem ao menos me atendeu! E já fazem horas. Ele não virá, eu sei disso tudo. Meu coração começou a se despedaçar, já não bastava as mortes, agora ainda tem essas palavras que não saem da minha mente. A vontade de chorar voltou, mas antes de isso acontecer um de meus tios entrou dizendo que os corpos haviam chegado. Levantei sentindo culpa. Para de pensar que seu marido não está sempre com você! É claro que está. Mesmo de longe, está sempre cuidado, protegendo e se preocupando. Dois lados dentro de mim brigavam, mas eu não sei se era pela sensibilidade, pelo momento nada feliz, que o lado onde acha que não posso contar com ele pra tudo gritou bem mais alto, mesmo que com isso eu sinta que estou sendo injusta com ele.
- Eu não sei se quero ver. - minha prima me olhou já em pé também. Nós estavamos na sala de tevê, onde não havia ninguém.
- Eu não quero, mas preciso me despedir deles. - fechei meus olhos com força e quando nós iriamos seguir, meu pai apareceu.
- Ei, não vai pra lá agora não. - Vitório e Gabi do seu lado.
- Porque?
- Está todo mundo muito abalado. Fica aqui, dá de mamar pra ela depois que tudo acalmar mais, você vai. - respirei aliviada, era tudo que eu estava precisando. Cuidado. Força. Assenti com a cabeça e voltamos a sentar.
- Eu vou indo lá, meu pai deve está arrasado. - minha prima disse e depois de deixar um beijo no rosto de cada um de nós.
- Como os vovôs foram pro céu, se eles entraram em um caixão? - Gabi perguntou.
- As almas deles foram, meu amor. - meu pai explicou, acariciando o cabelo dela. Enquanto Vitório estava visivelmente triste e agarrado a minha cintura.
- Como João tá?
- Nada bem. - meu pai lamentou. - Vem cá. - como se soubesse o que eu precisava, me acolheu em seus braços. Melissa parou de mamar e então eu arrumei minha blusa e Ramon apareceu.
- Olha só quem tá chorando. Tentei levar ele pro jardim por causa do momento, mas ele não parou de chorar.
- Deve está com fome também.
- Deixa que eu seguro ela.
- Coloca pra arrotar? Por favor?
- Claro! - fizemos a troca e foi só ele chegar em meus braços que seu choro ficou menos escandaloso.
- Você já vai comer, coraçãozinho. - voltei a dar de mamar e Ramon sumiu com minha filha. Fiquei recebendo o carinho de meu pai, ouvindo as inumeras perguntas de Gabi e o abraço de Vitório. Só faltava ele...
* Luan narrando.
Acordei por meio do despertador, já se passava do meio dia. Peguei meu celular e de cara vi as várias chamadas perdidas da Bele. Puta merda, algo aconteceu! Meu pensamento foi imediatamento em meus filhos. Ainda com a voz rouca, eu liguei pra ela que logo atendeu.
- Oi? - a voz muito abatida.
- O que aconteceu, amor?
- Você só acordou agora?
- Foi, tenho que ir comer e academia e depois a proxima cidade.
- Hum... Então é que meus avós maternos faleceram no inicio da manhã. - fiquei boquiaberto no mesmo instante.
- O que? Os dois? O que aconteceu?
- Eles tiveram um ataque cardiáco fuminante.
- Nossa cara! Que barra! - passei a mão por meu rosto. - Você deve tá muito mal. - suspirei querendo suprir sua dor.
- É, eu tô.
- Ô meu amorzinho, tudo que eu queria era ir ficar com você, mas eu não posso cancelar o show de amanhã.
- Eu já sabia. - seu tom soou estranho.
- Cê tá chateada?
- Não, Rafael.
- É claro que tá! - seu tom deixou bem claro pra mim.
- Eu só não tô bem, é isso. - suspirou pesado.
- Eu não te conheci ontem. Porque cê tá chateada comigo?
- Já que você insiste... Talvez porque eu te liguei um bilhão de vezes e nenhuma delas você atendeu? Talvez porque você não vai poder está comigo nesse momento dificil? Talvez porque eu estou quase enloquecendo por estar cuidando dos dois sozinha aqui, enquanto meu coração está um caco? Pelo menos meu primo tá ajudando. - suspirou. Suas palavras me atingiram com força.
- Você quer dizer que não pode contar comigo? É isso? - minha voz saiu bem baixa.
- Não sei Rafael. Você acha que eu posso?
- Mabele, eu me viro em mil pra te dar o máximo de atenção e agora ao nossos filhos também. Você está sendo injusta, não acha? - ouvi um choro de um de nossos gêmeos.
- Não vamos brigar tá? Eu só tô muito triste e precisando de você. Só isso. A Melissa tá chorando eu preciso tentar colocar ela pra dormir e o Enzo está mamando, então não tem como continuar falando com você. - sua voz mostra o quão afetada ela está pelos acontecimentos. E por mais que eu quisesse continuar aquela conversa, percebi que não era o momento apropriado. Apenas me despedi e fiquei pensando. Começando a me sentir culpado. Será que ela já está se cansando dessa coisa de viver com um cara que mal está em casa? Que realmente não é um marido normal? Suspirei e fechei os olhos com força, deitando novamente.
Quer saber? Eu vou pra lá! É, é isso, eu vou pra lá! Saltei da cama e já fui arrumando minha mala e ligando para Rober.
- Cara, em meia hora eu preciso ir pro interior de Sampa!
- Tá maluco? - ele riu.
- Não, viado. A Bele tá precisando de mim.
- Aconteceu alguma coisa?
- Os avós dela faleceram.
- Vixi!
- Agiliza! Fala com a Lelê. Ah, e olha se tem alguma pista de pouso no interior onde fica a chacará da família dela. Quero ir direto pra lá.
- Beleza. - desliguei e depois de jogar tudo que estava espalhado dentro da mala eu fui tomar banho. Mais uma vez fiquei refletindo em tudo que ela me disse. Ela sempre foi tão compreensiva! Sempre entendeu tão bem meu trabalho e agora... Não, isso não pode ter vindo dá cabeça dela.
(...)
Cheguei na chacara e encontrei alguns da família na entrada, me olharam surpresos e os cumprimentei, dando meus sentimentos. Logo entrei e na primeira sala, a sala de visitas eu encontrei a maioria ali, velando os corpos que estavam no centro da sala. Depois de cumprimentar a todos e dar meus sentimentos, olhei os avós de minha esposa. Eles pareciam estar dormindo, os rostos serenos e arrisco dizer que tinha um rastro de sorriso nos lábios de ambos. Eles foram felizes, foram juntos!
- Luan! - meu sogro falou ao chegar na sala com Enzo em seus braços. Fui até ele e imediatamente peguei meu filho. Que saudade eu senti! O cheirei. Cheiroso como sempre. - A Mabele disse que você não viria.
- É, mas eu dei um jeito. Tô aqui. - sorri de leve.
- Ela foi colocar a Melissa no quarto, acabou de dormir junto com a Gabi e o Vitório.
- Como ela tá, seu Joaquim? - Franzi a testa.
- Tá mal, muito mal. - ele lamentou. - Todos estão, como você viu. Não sei se acalento ela, ou Carol, ou João.
- É, ele também tá abatido. - olhei meu cunhado, que agora recebia o carinho de Mari.
- Vou ficar um pouco com a Carol. Vai lá falar com ela. - assenti e entrei quando subia as escadas, falando com Enzo, vi ela descer e paralisou quando me viu.
- O que você veio fazer aqui? - seu nariz vermelhinho, sua voz baixa. É, ela está mal. Continuei subindo e quando fiquei à altura dela disse:
- Eu vim ficar com você, cuidar de você e responder sua pergunta.
- Que pergunta? - franziu a testa e Enzo pousou a cabeça em meu ombro.
- Na ligação você perguntou se eu achava que você podia contar comigo e agora eu te respondo: você pode sim! Eu tô com você pra tudo e por tudo. - falei firme e ela suspirou silenciamente.
- Desculpa. - falou baixinho e eu a abracei com meu braço livre, acariciando seus cabelos.
- Tudo bem, meu amor. Vamos pro quarto? - ela concordou e foi um pouco na frente, vi ela passar os dedos no rosto.
Quanto entramos, deitei Enzo no meio da cama e me permiti olhá-lá. Tão linda! Tão minha! Tão, tão... Preciosa! Me aproximei e segurei as leterais de seu rosto.
- Seu avós parecem estarem tão em paz lá em baixo. Eu sei que é difícil, eu já tive essas perdas também. Mas nós temos que pelo menos tentar entender que eles viveram o máximo. - vi suas lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto seus olhos não saiam dos meus. - Eles precisavam descansar junto de Deus. Lá é tão melhor que aqui, amor. Eles ficariam bem mais felizes se você e todos entendessem que agora eles estão se sentindo bem, muito bem. - limpei suas lágrimas com meus dedos delicadamente. - Lembra só dos momentos bons, o quanto eles te fizeram feliz e a marca boa que eles deixaram aqui. - coloquei meu dedo indicador em seu coração e já voltei minha mão para seu rosto. - A saudade vai doer muito! Mas com o tempo fica somente aquela saudade boa, a você vai rir, sorri quando lembrar deles. Entendeu? - ela assentiu e me abraçou.
- Eu estava precisando tanto de você. - deu enfase na palavra " tanto".
- Eu sei. Desculpa não ter te atendido. - eu acariciava seus cabelos novamente. E ela ficou em silêncio, me abraçando por um longo tempo. Até seu choro sessar. Se afastou, eu beijei suas lágrimas e todo seu rosto, levemente, delicadamente. Vi ela dar um sorriso torto.
- Eu te amo tanto, neguinho. - falou olhando em meus olhos.
- Eu também te amo demais! Muito, muito, muito! - sorri e selei nossos lábios, era pra ser só um selinho, mas ao encostar sua boca na minha me deu vontade de sentir sua língua dentro de minha boca, então prolonguei, matando toda a saudade dela, do seu beijo. Assim que encerrei, cheirei sua bochecha e seu pescoço e seu cabelo lentamente. Aproveitando o momento.
- Você não vai ver nossa filha? - E então lembrei de Melissa.
- Vou, mas antes eu quero te fazer duas perguntas. - segurei suas mãos.
- Tá, faz.
- Cadê minha princesa e meu afilhado? - franzi a testa. - Seu pai disse que eles estavam com você.
- Eles decidiram ir deitar no quarto ao lado. Tadinhos, a viagem foi longa e eles acordaram bem cedo. Eles não estão entendendo muito sabe?
- Sei... E a outra e mais importante: quem te falou essas bobagens de que você não pode contar comigo? - ela me olhou atenta.
- Como você sabe que alguém falou?
- Pinguinho, você sempre foi muito compreensiva. Sempre! Isso não partiu da sua cabeça. - ela olhou pro lado e voltou a me olhar.
- Foi minha prima.
- Que prima?
- A Isa.
- O que ela disse?
- Rafael, não importa. Eu que fui boba e sei lá... Acho que minha cabeça está uma confusão e acabei viajando.
- Você não quer me falar?
- Não tem importância. Sua filha está bem ali, no berço que meu primo trouxe de um amigo dele. - ela sorriu e eu decidi esquecer o assunto.
- Vou ver meu coraçãozinho. - sorri e levantei indo até ela. Eu nem cheguei direito perto do berço e ela acordou chorando. Bele gemeu frustrada.
- Ah não! - ela disse eu ri. Peguei minha filha nos braços e imediatamente ela parou de chorar. Olhei arregalado para minha pinguinho. Eu ainda me surpreende muito com ela ligação tão forte que ela tem comigo. Bele voltou sua atenção para Enzo e ficamos ali até eles dormirem, ela não queria estar no meio da família, nem ao menos ver por tantas horas seus avôs nos caixões, segundo ela isso a machucava mais. Percebi que com o tempo que passamos juntos de nossos filhos ela melhorou, e até conseguiu rir, pouquíssimas vezes, mas conseguiu. A fome bateu e só então lembrei que nem ao menos comi antes de vir para cá. Descemos e fomos para a cozinha, ela vai preparar alguma coisa pra mim e assim que chegamos lá, encontramos a bendita prima, que eu ainda não tinha visto.
- Luan, você aqui? - ela se surpreendeu.
- É, eu vim. A Bele pode contar comigo sempre. Estava precisando de mim e aqui estou eu. - sorri forçado e senti Bele me beliscar de leve nas costas, já que estávamos abraçados de lado.
- Que bom, ela realmente precisava de você. - sorriu sem graça. - Vou voltar pra junto da família. Licença. - saiu e eu bufei.
- Rafael, não precisava ficar soltando piada.
- Precisava sim! Bora muié, quero meu sanduíche. - ela revirou os olhos e foi preparar tudo, enquanto eu a olhava, admirava com todo o amor. As vezes a vontade de colocá-lá em um portinho e proteger de tudo, me toma por inteiro. As vezes a vontade de apertá-lá e morder como se fosse uma boneca, me consome também. Eu estou bem aqui. No meu lugar, ao lado dela.
QUE CAPÍTULO DEMORADO NÃO É? Ultimamente tá difícil escrever pela falta de tempo. Maaaas quero saber o que acharam? Não aconteceu nada com o Luan, como a maioria pensou. Rolou uma quase discussão não foi? Mas Luan resolveu tudo correndo pra junto da Bele. Que prima venenosa não é? Ou sincera? Vocês quem decidem!
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quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Capítulo 167
Quando acordei já marcavam quase cinco da tarde. Nossa, como eu dormi! Chegamos de Mato grosso do Sul e eu capotei. Luan não estava em nenhum lugar do quarto e só então lembrei; ele me acordou me convidando para ir junto dele à casa de seus pais, mas o sono falou mais alto e eu optei por ficar e dormir mais. Eu ainda me sinto dolorida por conta da nossa noite ontem. Foi maravilhosa! Em meio a um sorriso peguei meu celular e fui me atualizar de tudo, até que quase morri de tanto amor quando me deparei com uma foto do Luan e Enzo:
Não resisti e comentei: "Morro de amores! 💕 "
Fiquei observando mais um pouco e Enzo está todo agasalhado. Sorri. Realmente faz frio, mas Rafa exagerou. Até porque dentro de casa è mais quente. Pelo quadro ao fundo percebi que a foto realmente foi na casa de seus pais. Imediatamente liguei para ele.
- Oi pinguinho? - atendeu no primeiro toque.
- Amor, como eles estão?
- Tá tudo em ordem. Fica tranquila. Já tô indo pra casa, porque daqui a pouco eles vão querer mamar, pelo tempo sem comer.
- Certo. Beijo.
- Outro. Na boca. - sorri e desliguei. Continuei distraída com meu celular, olhando o instagram e me deparei com uma foto de Marquinhos com Melissa. Isso foi logo que acordamos e ele a levou para seu quarto um pouco. Ela é tão simpática, fica bem com qualquer pessoa:
A porta se abriu depois de sei lá quantos minutos, e Luan entrou, segurando os dois em seus braços.
- Eles tão pesados demais. - fez careta.
- Tá fraquinho assim? - zoei e ele fingiu uma risada. Os colocou na cama e em seguida veio até mim, segurou meu queixo e me beijou levemente.
- Tem que dar de mamar, palhaça.
- Palhaça? - o olhei incrédula.
- É, não é você que está cheia de piadinhas? - sentou na cama próximo a nossos filhos e eu lhe joguei um travesseiro. Ele riu me olhando.
- Bora muié! - bateu palmas e eu peguei primeiro Enzo, que é bem mais esfomeado. Todo empacotado. Parece um boneco de tão branco e lindo.
- Você exagerou né? Eles estão muito agasalhado. - falei ao olhar os trajes de Melissa também.
- A Xumba disse a mesma coisa. - ele riu. - Melhor previnir, uai. - deu de ombros.
Enzo começou a mamar com uma gula, deixando claro sua fome. Luan brincava com Melissa, fazendo barulhos com sua boca na barriga dela. Ela sorria e até deu um gritinho de felicidade. Esses dois...
Depois de dois dias, Luan viajou novamente. Eu nunca vou me acostumar com suas viagens, sempre será doloroso, angustiante ficar sem ele, mesmo sabendo que ele volta. Sempre volta.
Eu estava dando banho em Enzo, quando meu celular tocou. Estranhei ao ver que era meu primo.
- Oi, Ramon?
- Mabele, tudo bem?
- Sim, tudo. - franzi a testa enquanto segurava Enzo com um braço. Melissa começou a chorar. - E com você? - ouvi o choro de minha filha ficar mais intenso. Ai meu Deus!
- Quem tá chorando?
- Melissa. - ri de leve. Ele não respondeu minha pergunta. - Eu vou levá-los na chácara próximo mês. Meus avós estão doidinhos querendo ver os bisnetos. - sorri.
- Então, é sobre isso que quero falar com você. - seu tom bem sério.
- Fala. - essa ligação tá muito estranha... Meu coração apertou. Não, não vai ser nada.
- Os pais da sua mãe... - ele é meu primo por parte de pai.
- Termina, Ramon! - Acabei sendo grossa.
- Eles... Eles faleceram hoje. - senti o chão se abrir debaixo de mim, imediatamente. O que? Não! Meus avós? Os dois?
- Como? - eu negava com a cabeça. Não pode ser!
- Eles foram dormir muito bem, ontem eu fui pra lá e ficamos junto com nosso tios. Eles estavam ótimos e quando foi hoje, sua tia Noemi foi levar um bolo pra eles, estranhou por ninguém responder e depois do vizinho arromba a porta, viram que eles haviam falecido. Os dois estavam deitados na cama. - meu rosto já estava banhado de lágrimas. Eu parecia não ter forças nem ao menos para segurar meu filho que brincava feliz com a água. Sentia minha pernas ficando moles cada vez mais... - Mabele, cê tá bem?
- Eu não posso acreditar! - minha voz saiu totalmente embargada pelo choro.
- Ô meu amor, eles viveram muito e agora foram ser felizes eternamente lá no céu.
- Eu não posso ficar sem eles, Ramon. Faz meses que eu não os via. - peguei Enzo em meus braços e o coloquei em seu berço, em seguida procurei a primeira poltrona que achei e sentei.
- A vida é assim, Bele. Você precisa ser forte! Todos estão muito abalados. Ninguém sabia como dar a notícia pra sua mãe e decidiram ligar pra você, você tenta falar com jeito, com cuidado. - Limpei minhas lágrimas e funguei. Sério que eu vou ter que dar a pior notícia que minha mãe poderia receber?
- Como eu vou dizer pra minha mãe que os pais dela, meus avós, morreram? Ramon, eu não sou tão forte assim. - desabei em lágrimas mais uma vez, ouvindo ainda Melissa chorar.
- Você é! Você precisa ser! Arruma seus pequenos, se apronta também e vai falar com ela. Venham pra cá. - sentia minha cabeça dar giros. Tudo estava tão bem e de repente... Ah, meu Deus! Porque?
- Não é tão fácil assim... - sussurrei, sentindo meu coração doendo muito!
- Eu sei que não, eu também estou abalado, mas tem pessoas aqui em estado bem pior, nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados.
- Eu sou uma das mais fragilizadas. - falei quase inaudível.
- Se faz forte. Por favor, nós precisamos que você faça isso e faça rápido. - ele suspirou.
- Tá. - funguei mais uma vez. - Eu vou desligar.
- Certo. Qualquer coisa me liga.
- Uhum. - enxuguei minhas lágrimas e desliguei. Deixei meu celular em minhas pernas e coloquei as mãos no rosto tentando aceitar o fato, tentando buscar forças pra dar a notícia mais difícil de toda minha vida. Melissa continuava a chorar e fui acalentar minha filha, mesmo com o pensamento longe... Lá na chácara. Neles. Meus avós, e também em minha família. O clima com certeza é dos piores por lá.
- Calma, meu coraçãozinho. O que você tem? - andava de um lado pro outro com Melissa e só parei quando ela finalmente parou com seu choro. A coloquei no berço e lhe dei um brinquedo qualquer para que ela não voltasse com suas crises, enquando Enzo ainda se encontrava pelado, sorrindo pro nada. O banho dele! Esqueci completamente.
Mas antes preciso ligar para Luan. Tentei uma, duas, três, quatro, cinco vezes e ele não me atendeu. Deve estar no décimo sono. Eu queria pelo menos suas palavras de força antes de que ter que encarar minha mãe. Suspirei e banhei Enzo entre lágrimas e soluços. Eu os perdi! Dois de uma só vez.
Depois de tomar meu banho, olhei meu rosto completamente vermelho, os olhos inchados. Esse choro tem que parar, pelo menos enquanto eu estiver com minha mãe.
Cheguei em sua casa depois de longos minutos. Suspirei ainda dentro do carro. Olhei meus filhos que agora estavam quietos ouvindo a música de Luan. Eles sempre ficam tranquilinhos quando ouvem a voz do pai. Olhei meu rosto mais uma vez e agora parecia melhor, mas por dentro continuo destruída. Senti as lágrimas querendo vir novamente... Não! Agora não!
Desci do carro e depois de pegar meus filhos um em cada braço, eu entrei. Joana abriu a porta e estranhou o fato de logo cedo eu está aqui.
- Veio almoçar conosco? - perguntou sorrindo, mas em seu rosto estava confuso.
- Preciso falar com minha mãe. Onde ela tá? - perguntei séria.
- Lá em cima. Tá tudo bem, Mabele? - franziu a testa. Neguei com a cabeça e meu olhos já foram tomados pelas insistentes lágrimas. Está sendo difícil. Ela segurou Melissa para me ajudar. - Vem, senta aqui. - me levou até o sofá, enquanto eu já limpava minhas lágrimas novamente.
- Meus avós, os pais da minha mãe... Faleceram. - ela ficou completamente espantada.
- Meu Deus! - nem ela soube o que falar. Até ela está surpresa.
- Eu preciso dar essa notícia à ela e eu não sei como. - Encolhi meus ombros, me sentindo pequena demais, incapaz de fazer tal coisa.
- Ela está lá em cima. Chegou do mercado comigo e foi tomar um banho. - agora sua expressão é de tristeza. - Você quer que eu vá com você?
- Não, obrigada. Se puder fica com eles por enquanto. - me referi aos meus filhos. E imediatamente meus pensamentos foram em João. Ele vai ficar muito, muito abalado! Sem falar de Gabi... O pensamento fez meu coração ficar ainda mais apertado.
- Claro, eu fico o tempo que for preciso. - respondeu prontamente. - Eu nem sei o que te falar agora. Mas força, meu amor! Tente ser forte por ela. - assenti com a cabeça e depois de deixar Enzo com Joana eu subi lentamente, tentando adiar o inadiável.
Quando cheguei em frente ao seu quarto, respirei fundo e bati na porta.
- Entra! - ela respondeu. Meu coração agora está acelerado, não sei qual será sua reação. Não sei quais palavras usar. Entrei e ela me olhou sorrindo, mas logo ficou séria, mas precisamente preocupada ao ver meu semblante. Merda!
- O que aconteceu? - foi direta.
- Eu preciso falar com você.
- Tá, fala! - sua testa franzida, sem tom totalmente preocupado.
- Vamos sentar? - ela me olhou por segundos.
- É algo muito sério. - afirmou. - Pelo o amor de Deus, Mabele! O que aconteceu?
- Mãe, calma. Eu preciso que você sente aqui comigo. - apontei para a cama e ela veio, sentamos na ponta uma de frente para a outra. Eu a olhei por segundos e agora ela parecia impaciente. Eu não sei como começar.
- Filha, fala! - Exigiu.
- Mãe... - as palavras faltaram mais uma vez e eu olhei pra cima suspirando alto. Meu Deus, me ajuda!
- O que, Mabele? Por favor, seja direta! Eu estou muito preocupada. Foi com Joaquim? Eu sei que algo muito ruim aconteceu.
- Não, não foi com ele. O Ramon me ligou e disse que... infelizmente nossos velhinhos se foram. - Senti minha garganta fechar e as lágrimas voltaram. Vi seu queixo cair. Essa não foi a melhor maneira de dar a notícia, eu não sou boa com isso.
- Você... Está querendo dizer que... Meus pais... morreram? Os dois? - falou em um fio de voz com os olhos completamente cheios de lágrimas.
- Infelizmente. Eles vão viver o amor deles eternamente lá em cima. - tentei sorrir, sem sucesso.
- Como foi isso? - ela chorava. E eu a abracei deixando o choro vir mais uma vez. E então nós duas dividimos nossa dor. - Eu não posso acreditar... Eu perdi os dois? Isso é muito pra mim! - falou com dificuldade, entre soluços.
- Mãe, eu tô com você. - a apertei.
Ficamos durante minutos, ela chorava muito e eu sem força alguma, tentava consolá-la. Ouvi o choro do Enzo se aproximar e Joana bateu na porta.
- Mãe, nós precisamos ir. - me afastei a acariciei seu rosto. Ela concordou com a cabeça.
- Jô já sabe? Joaquim? - neguei com a cabeça. - Você pode falar com eles? Eu não tenho a mínima condição. - sua voz continua muito baixa. Mesmo sem querer eu atendi seu pedido. Joana chamou mais uma vez e eu fui ver o Enzo queria e logo percebi que queria mamar. Esse menino come demais! Sentei no sofá da sala com ele, enquanto Joana balançava Melissa em seus braços. Peguei meu celular e mais uma vez me preparei para dar a triste notícia. Nada do Luan retornar. Suspirei. Lembrei também de Élvis. Tadinho esqueci totalmente dele. Tenho que trazê-lo para cá.
(...)
Depois de dar a notícia ao meu irmão e meu pai, trouxe Élvis que ficará sobre os cuidados de Joana. Depois disso partimos para a chácara. Minha mãe foi em meu carro, do meu lado, chorando o tempo todo. Enquanto eu tentava controlar lembrando das palavras de Ramon; " nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados. " Eu sinceramente, não queria vê-los dentro de um caixão. Meus avós, meus velhinhos que tanto cuidaram de mim, que me deram todo o amor do mundo. Olhei meus filhos pelo retrovisor interno e eles dormiam.
- Que horas Joaquim vai pra lá? - minha mãe fez a pergunta pela segunda vez.
- Ele estava em reunião, como eu já disse. Dentro de uma hora ele vai sair da empresa e vai junto com João, Mari e Gabi.
- Ah, meu Deus! A Gabi! - ela colocou as mãos na cabeça.
- Mãe, calma! Por favor! A Jojô vai buscar ela na escola e ela também vai com eles. - eu estou tão preocupada com ela!
- E Vitório vai também? Ele era tão apegado à eles. - suspirei.
- Acho que sim. E meus filhos que nem ao menos conheceram eles. - lamentei e ela me olhou.
- Luan já sabe?
- Não, eu liguei mais ele não atendeu. Teve show ontem, deve estar dormindo.
- Entendo. - depois disso fomos o tempo todo em silêncio, não tinha clima para nenhum tipo de assunto. Eu e ela perdidas em pensamentos, pensando nas mesmas pessoas e no quanto vai ser difícil ao chegar lá.
Que momento hein? E o Luan nada... Continuo no próximo.
Desculpem a demora eu estava aproveitando as férias porque mereço! 😌
Comentários respondidos.
PS: o capítulo apagou estou postando pela segunda vez. 😣
Bis, Jéssica. ❤
Não resisti e comentei: "Morro de amores! 💕 "
Fiquei observando mais um pouco e Enzo está todo agasalhado. Sorri. Realmente faz frio, mas Rafa exagerou. Até porque dentro de casa è mais quente. Pelo quadro ao fundo percebi que a foto realmente foi na casa de seus pais. Imediatamente liguei para ele.
- Oi pinguinho? - atendeu no primeiro toque.
- Amor, como eles estão?
- Tá tudo em ordem. Fica tranquila. Já tô indo pra casa, porque daqui a pouco eles vão querer mamar, pelo tempo sem comer.
- Certo. Beijo.
- Outro. Na boca. - sorri e desliguei. Continuei distraída com meu celular, olhando o instagram e me deparei com uma foto de Marquinhos com Melissa. Isso foi logo que acordamos e ele a levou para seu quarto um pouco. Ela é tão simpática, fica bem com qualquer pessoa:
A porta se abriu depois de sei lá quantos minutos, e Luan entrou, segurando os dois em seus braços.
- Eles tão pesados demais. - fez careta.
- Tá fraquinho assim? - zoei e ele fingiu uma risada. Os colocou na cama e em seguida veio até mim, segurou meu queixo e me beijou levemente.
- Tem que dar de mamar, palhaça.
- Palhaça? - o olhei incrédula.
- É, não é você que está cheia de piadinhas? - sentou na cama próximo a nossos filhos e eu lhe joguei um travesseiro. Ele riu me olhando.
- Bora muié! - bateu palmas e eu peguei primeiro Enzo, que é bem mais esfomeado. Todo empacotado. Parece um boneco de tão branco e lindo.
- Você exagerou né? Eles estão muito agasalhado. - falei ao olhar os trajes de Melissa também.
- A Xumba disse a mesma coisa. - ele riu. - Melhor previnir, uai. - deu de ombros.
Enzo começou a mamar com uma gula, deixando claro sua fome. Luan brincava com Melissa, fazendo barulhos com sua boca na barriga dela. Ela sorria e até deu um gritinho de felicidade. Esses dois...
Depois de dois dias, Luan viajou novamente. Eu nunca vou me acostumar com suas viagens, sempre será doloroso, angustiante ficar sem ele, mesmo sabendo que ele volta. Sempre volta.
Eu estava dando banho em Enzo, quando meu celular tocou. Estranhei ao ver que era meu primo.
- Oi, Ramon?
- Mabele, tudo bem?
- Sim, tudo. - franzi a testa enquanto segurava Enzo com um braço. Melissa começou a chorar. - E com você? - ouvi o choro de minha filha ficar mais intenso. Ai meu Deus!
- Quem tá chorando?
- Melissa. - ri de leve. Ele não respondeu minha pergunta. - Eu vou levá-los na chácara próximo mês. Meus avós estão doidinhos querendo ver os bisnetos. - sorri.
- Então, é sobre isso que quero falar com você. - seu tom bem sério.
- Fala. - essa ligação tá muito estranha... Meu coração apertou. Não, não vai ser nada.
- Os pais da sua mãe... - ele é meu primo por parte de pai.
- Termina, Ramon! - Acabei sendo grossa.
- Eles... Eles faleceram hoje. - senti o chão se abrir debaixo de mim, imediatamente. O que? Não! Meus avós? Os dois?
- Como? - eu negava com a cabeça. Não pode ser!
- Eles foram dormir muito bem, ontem eu fui pra lá e ficamos junto com nosso tios. Eles estavam ótimos e quando foi hoje, sua tia Noemi foi levar um bolo pra eles, estranhou por ninguém responder e depois do vizinho arromba a porta, viram que eles haviam falecido. Os dois estavam deitados na cama. - meu rosto já estava banhado de lágrimas. Eu parecia não ter forças nem ao menos para segurar meu filho que brincava feliz com a água. Sentia minha pernas ficando moles cada vez mais... - Mabele, cê tá bem?
- Eu não posso acreditar! - minha voz saiu totalmente embargada pelo choro.
- Ô meu amor, eles viveram muito e agora foram ser felizes eternamente lá no céu.
- Eu não posso ficar sem eles, Ramon. Faz meses que eu não os via. - peguei Enzo em meus braços e o coloquei em seu berço, em seguida procurei a primeira poltrona que achei e sentei.
- A vida é assim, Bele. Você precisa ser forte! Todos estão muito abalados. Ninguém sabia como dar a notícia pra sua mãe e decidiram ligar pra você, você tenta falar com jeito, com cuidado. - Limpei minhas lágrimas e funguei. Sério que eu vou ter que dar a pior notícia que minha mãe poderia receber?
- Como eu vou dizer pra minha mãe que os pais dela, meus avós, morreram? Ramon, eu não sou tão forte assim. - desabei em lágrimas mais uma vez, ouvindo ainda Melissa chorar.
- Você é! Você precisa ser! Arruma seus pequenos, se apronta também e vai falar com ela. Venham pra cá. - sentia minha cabeça dar giros. Tudo estava tão bem e de repente... Ah, meu Deus! Porque?
- Não é tão fácil assim... - sussurrei, sentindo meu coração doendo muito!
- Eu sei que não, eu também estou abalado, mas tem pessoas aqui em estado bem pior, nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados.
- Eu sou uma das mais fragilizadas. - falei quase inaudível.
- Se faz forte. Por favor, nós precisamos que você faça isso e faça rápido. - ele suspirou.
- Tá. - funguei mais uma vez. - Eu vou desligar.
- Certo. Qualquer coisa me liga.
- Uhum. - enxuguei minhas lágrimas e desliguei. Deixei meu celular em minhas pernas e coloquei as mãos no rosto tentando aceitar o fato, tentando buscar forças pra dar a notícia mais difícil de toda minha vida. Melissa continuava a chorar e fui acalentar minha filha, mesmo com o pensamento longe... Lá na chácara. Neles. Meus avós, e também em minha família. O clima com certeza é dos piores por lá.
- Calma, meu coraçãozinho. O que você tem? - andava de um lado pro outro com Melissa e só parei quando ela finalmente parou com seu choro. A coloquei no berço e lhe dei um brinquedo qualquer para que ela não voltasse com suas crises, enquando Enzo ainda se encontrava pelado, sorrindo pro nada. O banho dele! Esqueci completamente.
Mas antes preciso ligar para Luan. Tentei uma, duas, três, quatro, cinco vezes e ele não me atendeu. Deve estar no décimo sono. Eu queria pelo menos suas palavras de força antes de que ter que encarar minha mãe. Suspirei e banhei Enzo entre lágrimas e soluços. Eu os perdi! Dois de uma só vez.
Depois de tomar meu banho, olhei meu rosto completamente vermelho, os olhos inchados. Esse choro tem que parar, pelo menos enquanto eu estiver com minha mãe.
Cheguei em sua casa depois de longos minutos. Suspirei ainda dentro do carro. Olhei meus filhos que agora estavam quietos ouvindo a música de Luan. Eles sempre ficam tranquilinhos quando ouvem a voz do pai. Olhei meu rosto mais uma vez e agora parecia melhor, mas por dentro continuo destruída. Senti as lágrimas querendo vir novamente... Não! Agora não!
Desci do carro e depois de pegar meus filhos um em cada braço, eu entrei. Joana abriu a porta e estranhou o fato de logo cedo eu está aqui.
- Veio almoçar conosco? - perguntou sorrindo, mas em seu rosto estava confuso.
- Preciso falar com minha mãe. Onde ela tá? - perguntei séria.
- Lá em cima. Tá tudo bem, Mabele? - franziu a testa. Neguei com a cabeça e meu olhos já foram tomados pelas insistentes lágrimas. Está sendo difícil. Ela segurou Melissa para me ajudar. - Vem, senta aqui. - me levou até o sofá, enquanto eu já limpava minhas lágrimas novamente.
- Meus avós, os pais da minha mãe... Faleceram. - ela ficou completamente espantada.
- Meu Deus! - nem ela soube o que falar. Até ela está surpresa.
- Eu preciso dar essa notícia à ela e eu não sei como. - Encolhi meus ombros, me sentindo pequena demais, incapaz de fazer tal coisa.
- Ela está lá em cima. Chegou do mercado comigo e foi tomar um banho. - agora sua expressão é de tristeza. - Você quer que eu vá com você?
- Não, obrigada. Se puder fica com eles por enquanto. - me referi aos meus filhos. E imediatamente meus pensamentos foram em João. Ele vai ficar muito, muito abalado! Sem falar de Gabi... O pensamento fez meu coração ficar ainda mais apertado.
- Claro, eu fico o tempo que for preciso. - respondeu prontamente. - Eu nem sei o que te falar agora. Mas força, meu amor! Tente ser forte por ela. - assenti com a cabeça e depois de deixar Enzo com Joana eu subi lentamente, tentando adiar o inadiável.
Quando cheguei em frente ao seu quarto, respirei fundo e bati na porta.
- Entra! - ela respondeu. Meu coração agora está acelerado, não sei qual será sua reação. Não sei quais palavras usar. Entrei e ela me olhou sorrindo, mas logo ficou séria, mas precisamente preocupada ao ver meu semblante. Merda!
- O que aconteceu? - foi direta.
- Eu preciso falar com você.
- Tá, fala! - sua testa franzida, sem tom totalmente preocupado.
- Vamos sentar? - ela me olhou por segundos.
- É algo muito sério. - afirmou. - Pelo o amor de Deus, Mabele! O que aconteceu?
- Mãe, calma. Eu preciso que você sente aqui comigo. - apontei para a cama e ela veio, sentamos na ponta uma de frente para a outra. Eu a olhei por segundos e agora ela parecia impaciente. Eu não sei como começar.
- Filha, fala! - Exigiu.
- Mãe... - as palavras faltaram mais uma vez e eu olhei pra cima suspirando alto. Meu Deus, me ajuda!
- O que, Mabele? Por favor, seja direta! Eu estou muito preocupada. Foi com Joaquim? Eu sei que algo muito ruim aconteceu.
- Não, não foi com ele. O Ramon me ligou e disse que... infelizmente nossos velhinhos se foram. - Senti minha garganta fechar e as lágrimas voltaram. Vi seu queixo cair. Essa não foi a melhor maneira de dar a notícia, eu não sou boa com isso.
- Você... Está querendo dizer que... Meus pais... morreram? Os dois? - falou em um fio de voz com os olhos completamente cheios de lágrimas.
- Infelizmente. Eles vão viver o amor deles eternamente lá em cima. - tentei sorrir, sem sucesso.
- Como foi isso? - ela chorava. E eu a abracei deixando o choro vir mais uma vez. E então nós duas dividimos nossa dor. - Eu não posso acreditar... Eu perdi os dois? Isso é muito pra mim! - falou com dificuldade, entre soluços.
- Mãe, eu tô com você. - a apertei.
Ficamos durante minutos, ela chorava muito e eu sem força alguma, tentava consolá-la. Ouvi o choro do Enzo se aproximar e Joana bateu na porta.
- Mãe, nós precisamos ir. - me afastei a acariciei seu rosto. Ela concordou com a cabeça.
- Jô já sabe? Joaquim? - neguei com a cabeça. - Você pode falar com eles? Eu não tenho a mínima condição. - sua voz continua muito baixa. Mesmo sem querer eu atendi seu pedido. Joana chamou mais uma vez e eu fui ver o Enzo queria e logo percebi que queria mamar. Esse menino come demais! Sentei no sofá da sala com ele, enquanto Joana balançava Melissa em seus braços. Peguei meu celular e mais uma vez me preparei para dar a triste notícia. Nada do Luan retornar. Suspirei. Lembrei também de Élvis. Tadinho esqueci totalmente dele. Tenho que trazê-lo para cá.
(...)
Depois de dar a notícia ao meu irmão e meu pai, trouxe Élvis que ficará sobre os cuidados de Joana. Depois disso partimos para a chácara. Minha mãe foi em meu carro, do meu lado, chorando o tempo todo. Enquanto eu tentava controlar lembrando das palavras de Ramon; " nessas horas alguns precisam ser fortes e dar forças aos mais fragilizados. " Eu sinceramente, não queria vê-los dentro de um caixão. Meus avós, meus velhinhos que tanto cuidaram de mim, que me deram todo o amor do mundo. Olhei meus filhos pelo retrovisor interno e eles dormiam.
- Que horas Joaquim vai pra lá? - minha mãe fez a pergunta pela segunda vez.
- Ele estava em reunião, como eu já disse. Dentro de uma hora ele vai sair da empresa e vai junto com João, Mari e Gabi.
- Ah, meu Deus! A Gabi! - ela colocou as mãos na cabeça.
- Mãe, calma! Por favor! A Jojô vai buscar ela na escola e ela também vai com eles. - eu estou tão preocupada com ela!
- E Vitório vai também? Ele era tão apegado à eles. - suspirei.
- Acho que sim. E meus filhos que nem ao menos conheceram eles. - lamentei e ela me olhou.
- Luan já sabe?
- Não, eu liguei mais ele não atendeu. Teve show ontem, deve estar dormindo.
- Entendo. - depois disso fomos o tempo todo em silêncio, não tinha clima para nenhum tipo de assunto. Eu e ela perdidas em pensamentos, pensando nas mesmas pessoas e no quanto vai ser difícil ao chegar lá.
Que momento hein? E o Luan nada... Continuo no próximo.
Desculpem a demora eu estava aproveitando as férias porque mereço! 😌
Comentários respondidos.
PS: o capítulo apagou estou postando pela segunda vez. 😣
Bis, Jéssica. ❤
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